Após queda de Assad, Ucrânia busca frear influência da Rússia na Síria
Ucrânia enviou chanceler para se reunir com novo líder na Síria visando estreitar laços e diminuir a presença da Rússia no país
atualizado
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Em mais um encontro com lideranças internacionais, Abu Mohammed Al-Jolani, líder jihadista que derrubou o regime de Bashar al-Assad na Síria, recebeu a visita do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia em Damasco para discutir o futuro do país. A reunião aconteceu nesta segunda-feira (30/12), e marcou a retomada do diálogo diplomático entre os dois países, rompidos desde 2022.
“Estou aqui para transmitir ao povo sírio uma mensagem pessoal do Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenskyy: Estamos com vocês. Estamos prontos para ajudar o povo sírio, porque a Ucrânia está interessada na estabilidade da Síria e no desenvolvimento de uma cooperação mutuamente benéfica”, disse o chanceler Andrii Sybiha durante encontro com Al-Jolani.
Na Síria, Sybiha ainda manteve conversas com o primeiro-ministro do governo interino sírio, Mohammed al-Bashir, e o novo chanceler do país, Assad Hassan al-Shaybani.
Após as reuniões, o governo ucraniano anunciou o envio de ajuda humanitária os sírios. Segundo a chancelaria do país liderado por Volodymyr Zelensky, 500 toneladas de farinha serão enviadas para a Síria nesta terça-feira (31/12).
A reunião surge em meio as incertezas sobre o futuro do país, e da possível reformulação nas alianças entre Síria e o restante do mundo após a ascensão dos rebeldes ao poder.
Por décadas, a Síria foi apoiada financeiramente e militarmente pela Rússia. Contudo, o futuro da aliança entre Síria e o país comandado por Vladimir Putin é incerto após o colapso do regime Assad.
O chanceler Sybiha defendeu que as mudanças políticas na Síria são uma chance de eliminar a “presença russa na Síria”, com o objetivo de construir uma estabilidade “não apenas no estado sírio, mas também em todo o Oriente Médio e África”.
“Os regimes russo e de Assad apoiaram um ao outro, porque sua fundação é a violência e a tortura. Estamos prontos para compartilhar nossa experiência na coleta de evidências, investigação e trabalho para levar criminosos de guerra à justiça pelos crimes que cometeram”, disse o diplomata ucraniano durante o encontro.