Após posse de Milei, BC da Argentina dificulta compra de dólares
Banco Central da Argentina anunciou que as operações em dólar vão precisar de autorização prévia
atualizado
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Após a posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei, o Banco Central do país anunciou, nesta segunda-feira (11/12), novas regras que limitam as operações no mercado de câmbio – ou seja, a compra de dólar. Agora, todas as transações passarão por análise da instituição.
A medida afeta, por exemplo, empresas que trabalham com a importação de produtos e insumos, que, além de precisar do aval do governo para importar, necessitam da autorização do BC para comprar dólares.
De acordo com nota divulgada, o objetivo é “dar tempo à gestão do Poder Executivo para cumprir os procedimentos administrativos para a formação das novas autoridades e anunciar e implementar as políticas que serão executadas”.
Durante o período de transição para a nova gestão, todas as operações serão previamente analisadas e processadas com base em critérios de prioridade. A medida está sendo interpretada como um “feriado cambial” pela imprensa argentina.
Com as novas regras, o governo espera adiar a desvalorização da moeda argentina. O mercado previa que a posse do novo presidente levaria a uma desvalorização do peso argentino em até 100%, com o preço do dólar atingindo patamar entre 600 e 700 pesos. Na última quinta-feira (7/12), o mercado fechou em 364 pesos por dólar.
Também foi adiado para terça-feira (12/12) o anúncio do pacote de medidas econômicas do novo governo. Durante reunião em seu primeiro dia útil de mandato, Milei afirmou que vai fazer um “inventário geral” do serviço público, com revisão de todos os contratos em vigor, e debateu, junto aos ministros, outras medidas para frear a crise econômica no país.
“O colapso da economia foi o título da reunião de gabinete”, definiu o porta-voz da Presidência argentina, Manuel Adorni.
Milei tomou posse no último domingo (10/12) com a promessa de reconstruir as finanças públicas e a moral do país. O político ultraliberal tem propostas ambiciosas para tentar reduzir a inflação e pagar a dívida pública.
Durante a campanha, ele defendeu acabar com o Banco Central e dolarizar a economia argentina. No entanto, após eleito, o novo mandatário deu sinalizações contrárias às propostas, nomeando, por exemplo, o ex-presidente do Banco Central Luis Caputo ao cargo de ministro da Economia.