Após noite “tranquila” na Ucrânia, Rússia promete novo cessar-fogo
Evacuação de civis de cidades arrasadas pela guerra prossegue nesta quarta, apesar da troca de acusações entre russos e ucranianos
atualizado
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Sirenes alertando para bombardeios aéreos soaram na capital, Kiev, e em outras cidades ucranianas na madrugada de terça (8/3) para quarta (9/3). Apesar disso, um conselheiro do ministro de Assuntos Internos da Ucrânia, Vadym Denysenko, disse para a mídia local que a noite foi “relativamente calma” se comparada com as anteriores, quando foram registrados diversos ataques no país.
Ainda segundo Denysenko, o combate aos invasores russos foi mais intenso em Kharkiv. Autoridades e testemunhas também relataram, nas redes sociais, alertas de bombardeios em Kiev, Zhytomyr, Chernihiv, Vasylkiv e Vinnytsia.
Segundo o Ministério de Assuntos Internos, como resultado de um ataque aéreo inimigo em Malyn, região de Zhytomyr, cinco pessoas foram mortas, duas delas crianças recém-nascidas. Também em Kharkiv, mas na aldeia de Dinets, um míssil atingiu um edifício residencial durante um ataque aéreo, matando duas pessoas.
Nova proposta de cessar-fogo
Com a guerra chegando ao 14º dia nesta quarta, muitas cidades ucranianas já padecem da falta de itens fundamentais, como comida, água e gás para aquecimento. Desde o fim de semana, discussões sobre evacuação de civis e abertura de corredores humanitários se tornaram uma agenda prioritária na guerra.
Nesta quarta, a Rússia propôs à Ucrânia a manutenção de zonas de cessar-fogo humanitário em Kiev, Chernigov, Sumy, Kharkiv e Mariupol a partir de 9h no horário local.
A Ucrânia, porém, reagiu de maneira cética. “É difícil confiar no invasor”, diz um comunicado das forças armadas da Ucrânia divulgado já na manhã desta quarta (são cinco horas a mais que Brasília).
Os ucranianos acusam os russos de diversos descumprimentos do cessar-fogo nos últimos dias, como um bombardeio ao trajeto entre Mariupol e Zaporozhye.
Na tarde desta terça, a Ucrânia avaliou que a retirada de civis da cidade de Mariupol “fracassou novamente“. A Rússia havia concordado manter uma zona de fuga na região, mas o governo ucraniano informou que bombas foram jogadas na rota dos ônibus que transportavam refugiados, comida e remédios.
Em Sumy, pelo menos cinco mil civis conseguiram ser retirados, mas os ucranianos relataram um bombardeio que resultou em mortes de refugiados.