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Após início da guerra, Otan dobrou soldados na região do conflito

Presença militar na região era de 20 mil soldados antes do conflito. Na quinta-feira, a Otan atualizou o número: agora são 40 mil

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Soldados da Otan aparecem em registro no Afeganistão-Metrópoles
1 de 1 Soldados da Otan aparecem em registro no Afeganistão-Metrópoles - Foto: Getty Images

A cada dia que o derramamento de sangue se prolonga na Ucrânia, cresce a preocupação de líderes e instituições mundiais com as perspectivas do conflito. O temor se reflete no investimento militar na região. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é uma das que encorparam a presença no Leste Europeu.

A guerra chega ao segundo mês com aumento de 100% nas tropas da Otan que estão na região onde o conflito ocorre. Vale ressaltar que os soldados não estão no combate na Ucrânia, país invadido pela Rússia, em 24 de fevereiro, mas em países próximos, a postos para qualquer escalada que faça o combate se alastrar.

O Metrópoles chegou à conclusão após análises de dados divulgados pela instituição antes do conflito e com as mais recentes atualizações.

A presença militar na região era de 20 mil soldados antes do começo do conflito. Na quinta-feira (24/3), após reunião de cúpula, em Bruxelas, na Bélgica, a Otan confirmou que o efetivo atual chegou a 40 mil.

Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia concentram o maior volume de militares.

“Estamos nos preparando para o longo prazo, porque podemos dizer que a invasão russa na Ucrânia alterou nosso ambiente de segurança. É uma nova realidade, é o novo normal, e a Otan está respondendo à altura”, comentou Stoltenbeg.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, explicou que o aumento de tropas se deve ao conflito na Ucrânia, mas que o investimento será permanente.

“Estamos reforçando nosso apoio aos países da Otan na linha de frente, enviando um novo grupo de tropas do Reino Unido para a Bulgária, além de dobrar nossas tropas na Polônia e na Estônia”, detalhou

Novos grupos

Um dia antes da reunião de cúpula, Stoltenberg anunciou que a entidade militar está preparando novos grupos de batalha na Europa Oriental como preparação para a hipótese de a Rússia atacar qualquer um dos membros da aliança militar.

A tropa será formada por 1,5 mil soldados em cada grupo, distribuídos em Hungria, Eslováquia, Romênia e Bulgária.

União Europeia já havia confirmado que vai acelerar o plano de reforçar as defesas do bloco e criar uma tropa de intervenção militar com 5 mil soldados. Trata-se de uma medida de prevenção após a invasão russa da Ucrânia.

No fim da tarde de segunda-feira (21/3), o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, confirmou a criação do grupo militar especial.

Clique aqui e leia a cobertura completa da guerra na Ucrânia.

A formação da tropa é um plano antigo da União Europeia para reforçar a defesa do bloco. O conflito entre Rússia e Ucrânia, no entanto, fez os países acelerarem o assunto e aprovarem um pacote de 200 milhões de euros destinados ao programa. A ideia é que até 2025 o bloco consiga ter uma força de reação rápida.

“A União Europeia está em perigo. A agressão da Rússia à Ucrânia não é retórica, e constitui uma chamada à ordem”, frisou Borrell após reunião extraordinária entre os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa do grupo. O pacote prevê cooperação técnica com Otan.

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