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Após guerra, Europa acelera criação de tropa de intervenção militar

União Europeia aprovou um pacote de mais de 200 milhões de euros para reforçar a defesa do bloco diante do conflito na Ucrânia

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Soldado proximo ao Teatro de Ópera e Ballet de Odessa, sacos de areia e barreiras antitanque são ao usados para proteger marcos históricos na expectativa de um ataque russo à cidade portuária do Mar Negro em Odessa, Ucrânia
1 de 1 Soldado proximo ao Teatro de Ópera e Ballet de Odessa, sacos de areia e barreiras antitanque são ao usados para proteger marcos históricos na expectativa de um ataque russo à cidade portuária do Mar Negro em Odessa, Ucrânia - Foto: Scott Peterson/Getty Images

A União Europeia anunciou que vai acelerar seu plano de reforçar as defesas do bloco e criar uma tropa de intervenção militar com 5 mil soldados. Trata-se de uma medida de prevenção após a invasão russa à Ucrânia.

No fim da tarde desta segunda-feira (21/3), o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, confirmou a criação do grupo militar especial.

Clique aqui e leia a cobertura completa da guerra na Ucrânia.

A formação da tropa é um plano antigo da União Europeia para reforçar a defesa do bloco. O conflito entre Rússia e Ucrânia, no entanto, fez os países acelerarem o assunto e aprovarem um pacote de 200 milhões de euros destinado ao programa. A ideia é que até 2025 o bloco consiga ter uma força de reação rápida.

“A União Europeia está em perigo. A agressão da Rússia à Ucrânia não é retórica e constitui uma chamada à ordem”, frisou Borrell após reunião extraordinária entre os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa do grupo.

Otan

O pacote prevê cooperação técnica com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Detalhes da parceria não foram apresentados.

“A União Europeia deve mostrar-se determinada, rápida na sua reação às crises e deve investir nas suas capacidades de defesa em conjunto com a Otan”, acrescentou Borrell.

Representantes do bloco avaliam que a União Europeia está “mal equipada como um todo” para enfrentar os desafios do conflito.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

Tensão

Enquanto russos e ucranianos não se entendem, o mundo assiste a uma escalada da tensão político-diplomática entre os países.

Estados Unidos e China chamam a atenção. O governo dos Estados Unidos aplicou uma sanção diplomática contra funcionários da China. A medida foi anunciada pelo secretário de Estado americano, Antony Blinken, nesta segunda-feira.

A punição diplomática ocorre em meio a rumores de que Pequim está fornecendo ajuda militar e econômica a Moscou na guerra na Ucrânia. O confronto completa 26 dias nesta segunda-feira.

Os norte-americanos também acusam a Rússia de planejar ataques cibernéticos e pediu que empresas e órgãos públicos reforcem mecanismos de segurança.

Negociações estagnadas

A estagnação das negociações para um acordo de paz no Leste Europeu continua impedindo o fim da guerra. Nesta segunda-feira, o governo russo voltou a reclamar da falta de entendimento.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, admitiu não ter havido progresso nas conversas com o governo ucraniano.

Além disso, descartou possível reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o mandatário da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy.

Nesta segunda-feira, em entrevista ao canal Suspline, Zelensky defendeu que alguns temas, como garantias de segurança e territórios ocupados, a exemplo de Donbass e da Crimeia, têm de ser avaliados pela população.

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