Após fala de Trump, Rússia diz ter interesse no Ártico
O governo russo reforçou que o país tem interesses nacionais e estratégicos na região do Ártico
atualizado
Compartilhar notícia
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov afirmou nesta quinta-feira (9/1) que o governo russo tem interesses nacionais e estratégicos no Ártico. A fala é uma resposta ao presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump, que expressou publicamente a intenção de anexar ao território norte-americano a Groenlândia.
Para Peskov, o Ártico está na “esfera de interesses nacionais e estratégicos da Rússia”. O porta-voz russo ainda destacou que a Rússia está interessada na paz e estabilidade da região.
“Observamos o desenvolvimento dramático da situação muito de perto, mas até agora, graças a Deus, no nível de declarações.”
A 11 dias da posse presidencial, em 20 de janeiro, Trump reforçou a importância da Groenlândia como região essencial para a segurança nacional norte-americana.
Donald Trump Jr, filho do presidente eleito, afirmou, na última terça-feira (7/1), durante visita à Groelândia, que seu pai expressou um forte desejo de comprar o território. A Groenlândia reagiu com declarações duras de que ela não está à venda.
Desejo antigo
Em dezembro do ano passado, o presidente eleito dos EUA já havia reforçado os apelos feitos em seu primeiro mandato na presidência sobre a “necessidade absoluta” de anexar a Groenlândia, pois ele entende que a região é vital para a segurança dos EUA.
Ao ser questionada sobre a fala de Trump, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, afirmou que “a Groenlândia pertence aos groenlandeses”, e que somente a população local pode determinar seu futuro.
A Groenlândia tem uma população de apenas 57.000 habitantes. O terriório é a maior ilha do mundo e uma parte estrategicamente importante da região do Ártico devido a reservas de recursos naturais.
A ilha abriga uma grande instalação espacial norte-americana e possui alguns dos maiores depósitos de minerais cruciais na fabricação de baterias e dispositivos de alta tecnologia.
Apesar da ampla autonomia, sua economia depende, em grande parte, de subsídios de Copenhague e continua a fazer parte do reino da Dinamarca.