Após entrega de reféns pelo Hamas, Israel libera 39 presos palestinos

Autoridades penitenciárias de Israel confirmaram terem libertado 39 prisioneiros palestinos após a liberação da segunda leva de reféns pelo Hamas, neste sábado (25/11). A transferência sofreu um atraso de 7 horas, após impasse entre os dois lados do conflito – o grupo fundamentalista alegou que Israel estaria violando o acordo de trégua.

No início da noite deste sábado, extremistas do Hamas entregaram o segundo grupo de reféns. A informação foi confirmada por forças de defesa de Israel, que alegam que o comboio já está em território israelense.

A Cruz Vermelha confirmou a liberação de 13 israelenses e quatro estrangeiros, que estão a caminho de Tel Aviv.

Entre os israelenses, há seis mulheres adultas e sete crianças e adolescentes (clique aqui para ver a lista de cidadãos retirados do cativeiro do Hamas).

A palestina Shuruk Dweiyat, presa em 2015, aos 18 anos, está entre a lista de libertados neste sábado, segundo a organização Solidariedade aos Prisioneiros Palestinos (Samidoun). Ela foi condenada a 16 anos de prisão por reagir contra um colono israelense que teria tentado assediá-la em Jerusalém.

Segundo relatos de palestinos, um estudante de cerca de 18 anos teria a insultado e tentado retirar o hijab dela – lenço que as mulheres muçulmanas usam sobre os cabelos.

Enquanto ela teria tentado se defender, outro colono israelense teria sacado uma arma e atirado contra ela quatro vezes. Ela foi acusada de tentar esfaqueá-lo e condenada à prisão.

Veja o momento da liberação dela:

Outra jovem, Nurhan Awad, de 16 anos (foto de destaque), também está na lista. Ela foi condenada a 13 anos e meio de prisão em Israel, acusada de crime semelhante: tentar esfaquear um homem israelense.

Segundo palestinos, Nurhan e a irmã – morta a tiros por militares – foram acusadas falsamente de agredir um homem, levemente ferido, com uma tesoura. Veja vídeo com o momento em que Nurhan é recebida por palestinos após ser libertada:

Acidente de carro

Também na lista, Israa Ja’abees foi vítima de um acidente de carro antes de ser acusada por oficiais israelenses de portar uma arma. Também em 2015, a jovem retornava para casa, em Jerusalém, quando uma pane elétrica no airbag do veículo que ela dirigia causou um incêndio enquanto ela se aproximava de uma das guaritas da guarda israelense.

Os soldados ordenaram que ela soltasse uma suposta faca, mas ela não estaria armada, segundo os relatos. Gravemente ferida, a pedagoga sofreu queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus em mais de 60% do corpo, teve oito dedos amputados e o rosto parcialmente desfigurado.

Após supostamente descumprir uma ordem israelense e ameaçar o oficial, ela foi condenada a 11 anos de prisão em regime fechado, além do pagamento de multa. Antes de ser libertada, neste sábado.