Após ataques, Ucrânia acusa Rússia de “arrastar” Moldávia para guerra
Nesta terça, a Moldávia relatou um ataque na região separatista pró-Rússia da Transnístria. É o segundo ataque registrado no local
atualizado
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O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia condenou o que chamou de “tentativas russas de arrastar” a região separatista da Transnístria, na Moldávia, para a guerra.
Nesta terça-feira (26/4), em comunicado divulgado por agências internacionais de notícias, o órgão expressou preocupação com a situação na região.
“[Os incidentes] coincidiram com as declarações do comando militar russo sobre seus planos de ocupar todo o sul da Ucrânia e estabelecer um corredor terrestre para a região da Transnístria da Moldávia”, frisa o texto.
A Ucrânia disse apoiar veementemente a integridade territorial da Moldávia e condenou qualquer tipo de invasão em larga escala.
O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhaylo Podolyak, também acusou a Rússia de tentar criar conflitos na região da Transnístria.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, avaliou que essas circunstâncias evocam “séria preocupação” e que Moscou acompanha de perto os acontecimentos.
Ataques
Nesta terça-feira, a Moldávia relatou o segundo ataque na região separatista pró-Rússia da Transnístria. A investida direcionou-se contra uma unidade militar perto da cidade de Tiraspol.
Nesse território, o alerta contra terrorismo foi elevado para o nível vermelho. Após a ofensiva, foram fixados pontos de controle pelo local.
As explosões danificaram uma antiga antena de transmissão de rádio da época da União Soviética. Não houve relatos de mortos ou feridos.
Esse seria o segundo ataque nessa área. Na segunda-feira (25/4), a Transnístria, região separatista pró-Rússia da Moldávia, registrou uma série de explosões.
A sede do Ministério da Segurança do Estado em Tiraspol, capital da Transnístria, foi o alvo das explosões. Ainda não se sabe o que motivou e quem está por trás do ocorrido.
O Ministério do Interior de Transnístria afirma que os disparos foram feitos com um lançador de granadas antitanque portátil.
Reação
A presidente da Moldávia, Maia Sandu, criticou o ataque com granadas e ameaçou tomar medidas para garantir o que chamou de paz no país.
“A situação na região separatista é complexa e tensa, mas a Moldávia continua aberta a negociar uma solução pacífica para as questões”, ressaltou em entrevista coletiva após reunião do conselho de segurança do país.
Sandu condenou qualquer tentativa de “arruinar a paz” no país e disse que a Moldávia está preparada para evitar a escalada da violência.
“Incidentes recentes são uma tentativa de aumentar as tensões. Avaliações mostram que facções pró-guerra na região da Transnístria são responsáveis pelos ataques”, salientou.
Ameaça
Na semana passada, o vice-comandante do distrito militar central da Rússia, Rustam Minnekayev, afirmou que o governo russo quer abrir “caminho” para a Transnístria.
“O controle sobre o sul da Ucrânia é outro caminho para a Transnístria, onde também há evidências de que a população de língua russa está sendo oprimida”, destacou.
Território da Moldávia controlado pela Rússia desde a queda da União Soviética, a Transnístria travou uma guerra contra a Moldávia na década de 1990, com o apoio russo.
Na sexta-feira (22/4), a agência russa de notícias Interfax confirmou que o governo pretende controlar Donbass, no leste, e todo o sul da Ucrânia.
Na prática, os russos querem criar um zona entre Crimeia, anexada ao território controlado por Putin em 2014, e Donbass. Com isso, seria possível ter uma porta de entrada para a região separatista da Moldávia.
A Rússia pretende controlar determinadas áreas da Ucrânia. Esse domínio territorial abrangeria desde Kharkiv, Izyum, Luhansky, Donestsk, Mariupol, Melitopol, Mykolaiv e Kherso, até a Crimeia. É a primeira vez que os russos detalham a estratégia militar.
A guerra completa, nesta terça-feira, 62 dias. A invasão e os bombardeios russos tiveram início em 24 de fevereiro. A mais recente conquista das tropas russas foi o controle da cidade portuária de Mariupol.
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