Após “ataques indiscriminados”, Biden amplia sanções contra a Rússia
Nova rodada de punições atinge 50 oligarcas russos: os norte-americanos vão suspender os vistos e proibir viagens para seus territórios
atualizado
Compartilhar notícia
Contra o recrudescimento dos ataques e as novas ameaças do governo russo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, determinou a aplicação de novas sanções econômicas à Rússia.
Nesta quinta-feira (3/3), Biden se reuniu com o alto escalão do governo norte-americano para discutir o que pode ser feito para pressionar ainda mais o presidente russo, Vladimir Putin.
A nova rodada de punições atinge 50 oligarcas russos, que tiveram bens congelados, por exemplo. O presidente anunciou novas sanções também ao bilionário Alisher Burhanovich Usmanov e ao porta-voz de Putin, Dmitry Peskov.
Além de restrições econômicas, os norte-americanos vão suspender os vistos desses indivíduos e proibi-los de viajar para seus territórios.
“Vamos continuar a aplicar sanções severas contra Vladimir Putin e aqueles ao seu redor”, afirmou Biden. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, viajou para o Leste Europeu. Ele passará por Bélgica, Polônia e Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia).
Blinken terá reuniões com integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre as tropas que estão no Leste Europeu.
Pedido de reunião
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu reunião com o mandatário russo, Vladimir Putin, para que um possível cessar-fogo seja negociado entre os líderes.
O pedido ocorreu em uma entrevista gravada por um pool de imprensa internacional e transmitida nesta quinta-feira, em Kiev, capital do país. “Eu tenho que falar com Putin. O mundo tem que falar, não há outra maneira de parar esta guerra”, salientou.
Na mesma ocasião, Zelensky defendeu a criação de corredores verdes para refugiados, que funcionam como rotas de fuga. A medida teve consenso na reunião de representantes que negocia um eventual cessar-fogo.
Zelensky afirmou que está preocupado com a guerra, que teme pela própria vida e que tem dormido no máximo três horas por noite. A Ucrânia vive o oitavo dia sob bombardeios. “O mundo demorou para ajudar a Ucrânia, mas apoio dá força”, ponderou.
“A questão é que somos o muro entre os russos e a civilização. Estamos defendendo o nosso país. Não estamos tirando nada de ninguém. Tenho medo de a Ucrânia não existir mais”, assinalou.
A entrevista foi concedida horas após o presidente russo, Vladimir Putin, fazer novas ameaças. Em declarações que elevam a crise no Leste Europeu, Putin radicalizou e garantiu que as tropas da Rússia devem continuar os combates. A Ucrânia vive o oitavo dia de guerra.
Nesta quinta-feira, em pronunciamento transmitido do Kremlin, sede do governo russo, Putin alertou: “Os objetivos da operação da Rússia na Ucrânia serão alcançados em qualquer caso”, afirmou a integrantes do governo.
Os novos ataques do Exército de Putin ocorreram a poucas horas de nova rodada de negociações entre Ucrânia e Rússia para eventual cessar-fogo e retirada das tropas russas. A conversa ocorrerá em Brest, em Belarus.
Na noite dessa quarta-feira, o Ministério da Defesa ucraniano informou a morte de seis pessoas, entre elas duas crianças. O ataque a Izium, na região de Kharkiv, teria começado às 23h59 (horário da Ucrânia).
Além de Kiev, capital ucraniana e coração do governo, Chemihiv, Ivankiv, Zhytomyr, Lviv, Chemowitz, Kherson, Odessa, Mykolaiv, Kamianske, Dnipro, Kharkiv, Mariupol, Belgorod, Boryspil e Chernobyl estão sob a mira dos russos.
Segundo os serviços de saúde ucraniano, só em Kharkiv pelo menos 34 civis morreram nas últimas 24 horas.
Os russos sitiaram Kiev. O Exército diz ter dominado Kherson durante a madrugada dessa quarta-feira. Um único ataque matou 21 pessoas em Kharkiv.