Após ataque, Biden promete caçar terroristas: “Não seremos intimidados”
Estado Islâmico, rival do Talibã, assumiu atentado no Aeroporto Internacional de Cabul. País vive momentos de terror há 11 dias
atualizado
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Após o atentado no Aeroporto Internacional de Cabul que deixou ao menos 72 mortos (entre os quais 12 soldados americanos), nesta quinta-feira (26/8), assumido pelo Estado Islâmico, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, subiu o tom contra o terrorismo e prometeu revanche.
“Vamos caçá-los e fazer com que vocês paguem. Não seremos assustados pelos terroristas”, sentenciou em pronunciamento no início da noite desta quinta-feira, em Washington.
Biden disse que encomendou um plano de ataque para atingir as lideranças terroristas. “Os Estados Unidos não serão intimidados”, enfatizou.
O grupo terrorista Estado Islâmico Khorasan, braço afegão do Estado Islâmico e inimigo do Talibã, assumiu a autoria das explosões no Aeroporto Internacional de Cabul.
“Um dia difícil. Vimos as cenas de Cabul. Terroristas atacaram. As autoridades de inteligência tinham alertado que esse cenário poderia acontecer”, lamentou o presidente norte-americano.
O presidente dos EUA informou que acompanhou a situação ao longo desta quinta-feira. “Estive durante o dia todo em contato constante com comandantes militares em Washington, no Afeganistão e em Doha [capital do Catar]”, assinalou.
Biden pediu um minuto de silêncio, curvou-se durante a homenagem e voltou a falar sobre as mortes dos soldados. “Os militares mortos são heróis que deram a vida na missão”, ponderou.
Nas últimas 12 horas, sete mil pessoas deixaram o país. Biden reafirmou que o prazo final para retirar tropas americanas e estrangeiros do Afeganistão é 31 de agosto.
“Precisamos continuar focados, prosseguir com a missão e as tropas serão retiradas”, afirmou. Em 20 anos, os Estados Unidos gastaram US$ 145 bilhões na Guerra do Afeganistão. Ao todo, 2,5 mil militares norte-americanos morreram.
A crise
Desde que o Talibã tomou o controle de Cabul, há 11 dias, em 15 de agosto, o país entrou em colapso, temendo a interpretação ultraconservadora da lei islâmica.
O Talibã retomou o poder no Afeganistão após os Estados Unidos iniciarem a retirada das tropas militares do país.
Em maio, integrantes do Talibã começaram a agir para estender sua área de controle, buscando dominar sul, norte e parte do oeste do país. A estratégia usada foi a de conquistar capitais de províncias, até chegar às grandes cidades.