Ao menos 443 pessoas morreram após enchentes na África do Sul
Leste do país do continente africano sofre as consequências de um dos piores desastres da história, depois de fortes chuvas
atualizado
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O ministro da província sul-africana de Kwazulu-Natal, Sihle Zikalala, confirmou neste domingo (17/4) que o número de mortes depois das enchentes no leste do país subiu para 443. As fortes chuvas foram seguidas por deslizamentos de terra, inundações e outros desastres de grandes proporções.
As inundações devastadoras assolam a província de KwaZulu-Natal desde segunda-feira (12/4) e obrigaram mais de 40 mil moradores a deixar suas casas.
O conselheiro provincial para o Governo Cooperativo e Assuntos Tradicionais, Sipho Hlomuka, disse que a maioria das mortes ocorreu na área metropolitana de Durban, a cidade mais populosa da província e a terceira maior da África do Sul. Muitas crianças morreram na tragédia, de acordo com o correspondente da DW Adrian Kriesch. As equipes de regaste e voluntários continuam buscando desaparecidos.
O presidente Cyril Ramaphosa resolveu adiar viagem prevista para a Arábia Saudita para se reunir com ministros do governo e elaborar uma resposta à crise.
Por causa das enchentes, o porto de Durban, a zona de transporte de carga marítima mais importante do continente africano, suspendeu as operações. Grandes fábricas na cidade, como uma montadora da Toyota, alagaram e tiveram que interromper as atividades.
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, lamentou o “desastre de enormes proporções, nunca antes visto no país”. Ele afirmou ter passado por “um dos momentos mais tristes” do seu mandato quando conheceu uma família que perdeu 10 integrantes, devido ao mau tempo, incluindo crianças. “Alguns deles viram os seus familiares serem levados, sem poder resgatá-los, estendendo a mão para segurá-los, mas o poder da água os levou”, acrescentou.
Ramaphosa declarou estado de calamidade em KwaZulu-Natal. A província tem experimentado um aumento nesses tipos de eventos climáticos nos últimos anos. O mais grave dos últimos tempos ocorreu em 2019, quando chuvas torrenciais e inundações deixaram cerca de 80 mortos nesta mesma época do ano.
Cientistas afirmam que as mudanças climáticas impulsionaram as enchentes. O clima mais quente aumentou a precipitação na região. Outras partes do país, no entanto, passaram a sofrer com a seca.