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O primeiro ataque ocorreu na tarde de domingo (30/6), durante um casamento, quando uma mulher que carregava um bebê nas costas detonou explosivos no meio da cerimônia em Gwoza, disse à AFP o porta-voz da polícia estadual de Borno, Nahum Kenneth Daso, no nordeste da Nigéria. As autoridades informaram que seis pessoas morreram somente neste ataque.
Os atos terroristas ainda não foram reivindicados por nenhuma organização, mas lembram o modo de atuação do grupo jihadista Boko Haram, com forte presença nesta região da Nigéria que faz fronteira com Camarões.
Barkindo Saidu, chefe dos serviços de emergência locais, divulgou um relatório com mais detalhes a respeito das vítimas dos atentados em Gwoza. “Até agora, 18 pessoas, incluindo crianças, homens, mulheres e gestantes, morreram nos ataques”, descreve o documento. Ele afirmou, ainda, que 19 pessoas ficaram “gravemente feridas” e foram levadas de ambulância para a capital regional, Maiduguri, enquanto outras 23 aguardavam atendimento.
À sombra do Boko Haram
Durante as orações fúnebres pelas vítimas do atentado no casamento, outro homem-bomba “invadiu a congregação e detonou outro dispositivo, matando muitas pessoas”, aponta o mesmo relatório.
Pouco depois, explica Saidu, outra explosão ocorreu nas proximidades do hospital geral da cidade, causada por um dispositivo detonado por uma adolescente.
Um membro da milícia anti-jihadista, que apoia o Exército na região, disse que dois dos seus colegas e um soldado morreram em outro ataque contra um posto de segurança.
O Boko Haram tomou Gwoza em 2014 e proclamou ali um califado. A cidade foi recapturada pelo Exército nigeriano em 2015 com a ajuda das forças do Chade, pais vizinho, mas o grupo jihadista continua lançando ataques a partir das montanhas na fronteira com Camarões.
A violência jihadista, que dura 15 anos, já causou mais de 40 mil mortes e provocou um deslocamento de cerca de 2 milhões de pessoas no nordeste da Nigéria.
O conflito alastrou-se aos países vizinhos Níger, Camarões e Chade, levando à criação de uma coalizão militar regional com os Exércitos dos quatro países para combater o grupo extremista.
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