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América Latina: menos de 25% dos lares estão aptos à inclusão social

Conclusão é do relatório Panorama Social 2018, elaborado pela Comissão Econômica para os países latino-americanos e o Caribe

atualizado

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EBC/Divulgação
Saneamento básico
1 de 1 Saneamento básico - Foto: EBC/Divulgação

Menos de 1/4 dos lares na América Latina têm condições básicas de acesso a serviços sociais e de inclusão no mercado de trabalho. Esta é uma das conclusões do relatório Panorama Social de América Latina 2018, elaborado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Divulgado nesta terça-feira (15/1), o levantamento analisou dados de políticas sociais e mercado de trabalho de 16 países da região.

As condições básicas de serviços sociais e inclusão laboral configuram o que os autores do documento chamaram de “dupla inclusão”. Esta abrange o acesso a infraestruturas como água, saneamento e energia, direitos como saúde, educação e assistência social e uma inserção no mercado de trabalho com renda que permita ficar acima da linha da pobreza.

Na América Latina, somente 23,5% dos lares estavam nessa condição e cumpriam esses requisitos, em dados relativos a 2016. Já quase metade das casas (44,5%) podia ser classificada como “duplamente excluída”, uma vez que não dispunha dessas condições. Na zona rural, o índice sobe significativamente, atingindo 69,8%.

O relatório destaca, porém, que a relação entre esse tipo de inclusão e exclusão vem melhorando nos últimos 15 anos. Os lares com dupla inclusão saíram de 14,7% em 2002 para 23,5%, em 2016. Já as residêcias marcadas por dupla exclusão caíram de 57,8% para 44,5%, no mesmo período.

Pobreza e desigualdade
Um dos aspectos centrais do modelo de dupla inclusão apresentado no relatório da Cepal é o da pobreza. A taxa caiu de 44,5% em 2002 para 30,2% em 2017. Já a da extrema pobreza caiu de 11,2 em 2002 para 10,2, em 2017. A população em situação de pobreza saiu de 226 milhões de pessoas em 2002 para 184 milhões em 2017.

Já o contingente em situação de pobreza extrema aumentou no mesmo período, de 57 milhões para 62 milhões, depois de uma queda no período de 2000 a 2010. Entre 2015 e 2017, o número de pessoas em tal condição voltou a subir, indo de 46 milhões em 2014 para 62 milhões, em 2017.

A pobreza é mais presente nas áreas rurais (46,4%) do que nas urbanas (26,3%); entre crianças e adolescentes (46%) do que entre os mais velhos (15%); e entre indígenas (51%) do que entre não indígenas ou afrodecendentes (27,8%). A diferença também se manifesta mais entre desempregados (41,9%) do que entre os inseridos no mercado de trabalho (20,9%).

Já a desigualdade na região caiu nos últimos 15 anos. O índice Gini, indicador mais usado para medir essa situação, caiu de 0,53 para 0,47 entre 2002 e 2017. Segundo o estudo, de 2014 a 2017, o ritmo de redução tornou-se mais lento. No caso brasileiro, o índice saiu de 0,57 em 2002, teve um movimento de queda até 2014 e subiu um pouco, fechando o ano de 2017 em 0,54.

“Para reduzir pobreza e desigualdade, é importante a renda dos lares, este é o conceito central. Ele se relaciona com políticas públicas complementares. Em alguns países, há predomínio das receitas laborais e, em outros, os repasses de pensões e programas sociais. As duas coisas são importantes, por isso se requerem políticas nas duas áreas”, afirmou a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena.

 

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