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América Latina: insegurança alimentar ameaça 7,8 milhões de pessoas

Relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe aponta para aumento da inflação e pobreza extrema no continente já em 2022

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Em dez anos, brasileiro reduz consumo de arroz e feijão, diz IBGE
1 de 1 Em dez anos, brasileiro reduz consumo de arroz e feijão, diz IBGE - Foto: DircinhaSW/Getty

A pobreza e a insegurança alimentar cresceram na América Latina em 2022, segundo novo relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Publicado nesta segunda-feira (6/6), o documento alerta que o risco de insegurança alimentar atingirá mais 7,8 milhões de pessoas do continente neste ano.

O número se soma a 86,4 milhões que já vivem nessas condições no continente. Conforme a Cepal, a região enfrenta “contextos internos caracterizados por uma forte desaceleração econômica, aumento da inflação e uma lenta e incompleta recuperação dos mercados de trabalho”.

A comissão ressalta que o salto é resultado de crises financeiras, pandemia, tensões econômicas e da guerra na Ucrânia. Entre os mercados com mais incertezas, estão o de alimentos e o de energia.

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O documento indica que, após expansão econômica observada em 2021 (6,3 %), a América Latina alcançará em 2022 um crescimento médio anual de 1,8 %, tendendo a retornar ao lento padrão de aumento de 2014-2019 (apenas 0,3% em média por ano).

Inflação

A inflação anual subiu de 2021 para cá. A taxa marcava 6,6% em dezembro e teve aumento em abril de 2022, alcançando 8,1%. No Brasil, o Banco Central demonstra preocupação e fala sobre medidas para conter a alta.

Com a aceleração da inflação, a Cepal prevê que a pobreza e a extrema pobreza aumentarão acima dos níveis estimados para 2021 na América Latina.

Conforme a análise, a incidência da pobreza alcançaria 33,7% — 1,6 ponto percentual a mais do que o valor projetado para o último ano. Já a pobreza extrema chegaria em 14,9%, 1,1 ponto percentual acima.

“Esse resultado reflete o forte aumento do preço dos alimentos. Esses níveis são notoriamente superiores àqueles observados antes da pandemia e implicam outro retrocesso na luta contra a pobreza”, aponta o relatório.

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