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Comer um crepe olhando a Torre Eiffel. Este é o sonho de milhares de turistas que visitam Paris a cada ano. Mas os que conseguem realizá-lo podem acabar levando uma lembrança ruim da capital francesa. De acordo com um reportagem do jornal Le Parisien publicada em 8 de outubro, vendedores ambulantes de lanches no Trocadero e no Champ de Mars, estocam a massa dos crepes, carne e outros materiais de cozinha em bueiros.
O alerta foi lançado por habitantes da região, através de vídeos, publicados no site do Le Parisien. Nas imagens é possível ver um caminhão não refrigerado depositar alimentos durante a noite nas proximidades da Torre Eiffel. Posteriormente outros homens carregam o material até um bueiro, onde fica estocado. Durante o dia, os vendedores ambulantes utilizam os produtos para fazer crepes, sanduíches e espetinhos.
Redes criminosas e falta de higiene perto da Torre Eiffel
O jornal informa que grande parte dos vendedores são explorados por redes criminosas. Eles não contam, muitas vezes, com acesso a água potável para lavar as mãos e cozinham em péssimas condições de higiene. De acordo com um dos ambulantes entrevistados pela publicação, para disfarçar o cheiro e o “gosto rançoso”, eles colocam na massa do crepe açúcar com essência de baunilha.
Além dos alimentos, são estocadas nos bueiros e também em quadros de eletricidade, garrafas de espumante e outras bebidas.
Nos últimos tempos, o número de vendedores ambulantes de comida tem se multiplicado ao redor do principal ponto turístico de Paris, apesar de sua atividade ser ilegal.
Organizações que representam proprietários de restaurantes reclamam da concorrência desleal representada pelos comerciantes ilegais, que não são submetidos às regras de higiene dos estabelecimentos de alimentação oficiais em torno da Torre Eiffel.
Prevenir potenciais consumidores
Antes de punir os vendedores “é necessário prevenir os potenciais consumidores, normalmente turistas, do perigo dos produtos vendidos porque é um verdadeiro problema de saúde pública”, diz Nicolas Nordman, assessor da prefeitura de Paris, encarregado da segurança e da polícia municipal.
A prefeitura do sétimo distrito diz que a situação sanitária é “inaceitável” e indica que obteve reforços da Secretaria de Segurança e da polícia municipal. De acordo com o Le Parisien, nos últimos dias, a polícia municipal realizou várias apreensões. A cada intervenção, os agentes chegam a destruir até “30 kg de mercadoria”, afirma a publicação.
Mas com todos os problemas relacionados com a segurança na região, a “questão dos crepes” não é uma prioridade, diz o jornal.