Airbnb proíbe câmeras em áreas internas das hospedagens
Nova regra passa a valer a partir de 30 de abril. Anfitriões seguem tendo permissão para uso de câmeras em áreas externas
atualizado
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A partir de 30 de abril, o uso e a divulgação de câmeras de segurança ou dispositivos de gravação que monitoram espaços internos, como, por exemplo, corredores, quartos, banheiros e salas de estar, passam a ser proibidos em espaços alugáveis pelo Airbnb.
Segundo a empresa, ainda está vigente a permissão para os anfitriões instalarem câmeras em áreas externas, monitores de ruído e dispositivos inteligentes, desde que cumpram as diretrizes e leis aplicáveis. Sobre câmeras ocultas, a empresa acrescentou que “sempre foram proibidas e continuarão sendo”.
Uma das novas regras é que a localização de câmeras de segurança e dos dispositivos de gravação em áreas externas deve ser divulgada pelo anfitrião ao hóspede, como, por exemplo: “Tem uma câmera no jardim da frente”, “Tem uma câmera no quintal” ou ainda “Tem uma câmera na piscina”.
Monitores de ruído não precisam ter a localização revelada, mas a presença deve ser divulgada. Em relação a dispositivos inteligentes, aqueles que se conectam e interagem com outros dispositivos ou redes, como, Alexa, da Amazon, e o Google Nest, deve ser dada ao hóspede a opção de desconectá-los ou desativá-los.
Câmeras escondidas
Em abril de 2023, a canadense Kennedy Cowell viralizou nas redes sociais ao compartilhar um vídeo de denúncia: a mulher encontrou uma câmera escondida no banheiro de uma casa que alugou pelo Airbnb.
Kenny e 15 amigas alugaram a casa para comemorar o aniversário de uma delas. Durante o segundo dia de hospedagem, uma das mulheres afirmou que se sentia observada e propôs um “pente-fino” no imóvel. “Ela procurou por uma câmera em cada chuveiro, em todos os porta-retratos, nas maçanetas, em todos os lugares da casa, e encontrou uma no banheiro”, contou Kennedy na postagem.
“A tomada não funcionava, você não podia conectar nada nela. Uma das saídas era voltada diretamente para o chuveiro”, reclamou a canadense. O grupo de amigas chamou a polícia. Kenny contou que o Airbnb suspendeu o anúncio do anfitrião.
Invasão de privacidade
Apesar do relato compartilhado pela canadense Kennedy Cowell, o uso de câmeras escondidas não é limitado a hospedagens promovidas pelo Airbnb.
Em dezembro de 2023, um casal que estava hospedado em um resort em Porto de Galinhas (PE) percebeu que uma das tomadas, que ficava exatamente em frente à cama, não permitia acesso de nenhum conector. Ao analisar, o casal percebeu que, dentro da tomada, havia uma câmera oculta. A polícia foi acionada e, desde então, investiga o caso.
No domingo da semana passada (3/3), um funcionário da rede de cruzeiros de luxo Royal Caribbean foi preso, acusado de esconder câmeras de vídeo dentro dos banheiros das cabines, com o objetivo de espionar turistas. Identificado como Arvin Joseph Mirasol, o homem é acusado na Justiça Federal dos Estados Unidos por produzir e armazenar pornografia infantil.
No estado da Flórida, ele enfrenta um processo por voyerismo, ato de observar secretamente outras pessoas em situações íntimas, sem consentimento.