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Agricultores franceses reclamam de pesquisas ambientais: “Obstáculo”

Os produtores rurais acusam estes organismos de imporem excesso de regulamentação ambiental ao setor

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1 de 1 Imagem colorida de protesto na França - Metrópoles - Foto: Mohamad Salaheldin Abdelg Alsayed / Getty Images

A nova onda de protestos de agricultores franceses agora mira nos institutos de pesquisa do país que atuam na área ambiental. Os manifestantes já visaram o Escritório Francês da Biodiversidade (OFB) e, nesta quinta-feira (28/11), protestaram contra a Agência Nacional de Segurança Sanitária na Alimentação (Anses) e o Instituto Nacional de Pesquisas Agronômicas, Alimentares e Ambientais (Inrae).

Os produtores rurais acusam estes organismos de imporem excesso de regulamentação ambiental ao setor.

A aliança sindical FNSEA e Jovens Agricultores (JA) colocou o foco da sua primeira semana de mobilização na oposição ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai). Nesta segunda semana de ações coordenadas, o alvo são o que consideram ser “obstáculos” ao trabalho dos agricultores: prefeituras, agências de água, ou centros de pesquisas ambientais.

Depois de, nos últimos dias, eles concentrarem suas ações nas áreas rurais, nesta quinta-feira (28) os agricultores se mobilizaram na região de Paris. Cerca de uma centena de manifestantes ergueram uma parede de papelão para bloquear simbolicamente a entrada da Anses. Durante a madrugada, haviam feito um protesto semelhante com blocos de concreto diante do Inrae.

Os agricultores da região parisiense, liderados pela aliança sindical FNSEA-JA, colocaram caixas de papelão vazias em frente à sede da Anses para sugerir à agência “se mudar para Bruxelas, para que pare de contrariar os regulamentos europeus”, declarou à AFP o líder sindical Cyrille Milarde. “Macron, quando você vai agir?”, pedia uma das faixas.

Em teoria, “institutos como o Inrae​​ podem contribuir para o cumprimento das nossas funções de produtores”, mas “não é mais assim”, lamentou Pascal Verrièle, secretário-adjunto da FNSEA de Seine-et-Marne. “Há alguns anos, eles estão organizando uma queda [da produção agrícola]”, acusou.

“Financiamos um instituto nacional com € 1 bilhão por ano que só nos impõe entraves”, acrescentou Donatien Moyson, copresidente da Jovens Agricultores da região parisiense. “Estamos aqui para lutar contra os obstáculos à agricultura”, disse ele.

Proibição de agrotóxicos

O acesso à porta de entrada do edifício do Inrae​ não chegou a ser totalmente bloqueado. A ministra da Agricultura, Annie Genevard, condenou “com a maior firmeza qualquer ataque a pessoas e propriedades, que prejudica as reivindicações legítimas dos agricultores”, em um comunicado.

“Temos restrições à utilização de certos produtos, mas sem soluções alternativas eficazes, o que leva a prejuízos na safra”, alegou Rémi Pierrard, produtor de beterraba e cereais baseado perto de Provins (Seine-et-Marne) e membro da aliança sindical (JA). “Fomos proibidos de usar um inseticida que protegia a beterraba no início do seu crescimento contra um pulgão. Agora, somos obrigados a tratar as plantações com pulverizador, um tratamento muito menos eficaz e menos respeitoso com a fauna auxiliar, e com perdas de produtividade que podem ir até 50% ao ano”, assegurou.

Leia mais reportagens como essa no RFI, parceiro do Metrópoles.

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