Acusado de espionagem, jornalista dos EUA é preso na Rússia
FBS, sucessor da KGB russa, acusou de espionagem o jornalista Evan Gershkovich, que acabou detido nesta quinta-feira (30/3)
atualizado
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Evan Gershkovich, repórter do The Wall Street Journal, foi detido pelo Serviço Federal de Segurança da Rússia (FBS) nesta quinta-feira (30/3), sob acusações de espionagem.
Segundo o órgão sucessor da KGB, o jornalista, que trabalhava no escritório de Moscou do jornal norte-americano, foi pego “atuando como agente do lado americano” na cidade de Yekaterinburg. E teria coletado “dados ultrassecretos sobre a atividade de uma empresa do complexo militar industrial russo”.
Após a prisão de Evan, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o trabalho do jornalista norte-americano, assim como toda a “mídia estrangeira”, era acompanhando diariamente pelo governo russo.
Dmitry Peskov ainda foi questionado se Evan Gershkovich poderia servir como moeda de troca de prisioneiros com o governo dos Estados Unidos, mas disse não ter detalhes sobre a situação.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, disse nem considerar que a detenção do jornalista possa servir como a possibilidade de uma troca de prisioneiros com Washington no momento. “Vamos ver como essa história se desenvolve mais adiante”, disse o diplomata.
O The Wall Street Journal negou as acusações contra Evan, e pediu sua liberdade imediata. “O Wall Street Journal nega veementemente as alegações do FSB e busca a liberdade imediata de nosso confiável e dedicado repórter”, disse o jornal.
Segundo o jornal norte-americano, “reportar a Rússia tornou-se muito mais difícil” desde que Vladimir Putin iniciou a invasão na Ucrânia, em fevereiro de 2022.