Acordo Mercosul-UE está “à vista”, diz presidente da Comissão Europeia
Acordo comercial entre os dois blocos está em negociação há mais de 20 anos e pode ser finalizado em cúpula no Uruguai
atualizado
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegou à América Latina para a Cúpula de Líderes do Mercosul, que ocorre nesta quinta-feira (5/12) e sexta-feira (6/12) no Uruguai.
“A linha de chegada do acordo UE-Mercosul está à vista. Vamos trabalhar, vamos cruzá-la. Temos a oportunidade de criar um mercado de 700 milhões de pessoas. A maior parceria de comércio e investimento que o mundo alguma vez viu. Ambas as regiões beneficiarão”, escreveu a presidente no X.
Há expectativa de que no evento seja retificado o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE), após mais de 20 anos de negociação. A passagem de von der Leyen na cúpula inspira confiança para a finalização do termo.
Nos dois anos do novo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem conquistado apoio para o texto, assinado na gestão de Jair Bolsonaro (PL), mas com a ratificação pendente.
Resisitência francesa
O maior obstáculo para firmar o acordo é o setor da agricultura na Europa, especialmente na França, que teme perder dinheiro e espaço com a cooperação do Mercosul.
Essa questão foi reaquecida por falas do diretor do Carrefour e de um deputado francês contra a carne do bloco latino-americano, principalmente a brasileira. Apesar disso, tanto no Palácio do Planalto quanto no Itamaraty há otimismo para firmar o contrato este ano.
“Se os franceses não quiserem o acordo, eles não apitam mais nada, quem apita é a Comissão Europeia. E a Ursula von der Leyen [presidente da Comissão Europeia] tem procuração para fazer o acordo, e eu pretendo assinar esse acordo este ano ainda. Tirar isso da minha pauta”, comentou Lula na última semana.
O Itamaraty, por meio do embaixador Mauricio Lyrio, reforçou a importância do termo “além do comercial, porque tem uma importância política também muito considerável, nesse momento de conflitos, antagonismos recorrentes, protecionismo, ameaças unilaterais e assim por diante”.