“Aconselho a sair”, diz militar israelense à população civil de Gaza
Mais de 187 mil pessoas saíram da Faixa de Gaza desde que o Hamas atacou o território israelense no fim de semana
atualizado
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Um militar israelense aconselhou aos palestinos moradores da Faixa de Gaza que deixem o território e fujam para o Egito. O grupo extremista Hamas atacou Israel no último sábado (7/10), o que provocou uma retaliação imediata.
“A passagem de Rafah [entre Gaza e o Egito] ainda está aberta. Qualquer pessoa que puder sair, eu os aconselharia a sair”, disse o tenente-coronel Richard Hecht a jornalistas. “Fui questionado sobre a saída de Gaza. Eu disse que deveriam verificar se Rafah está aberta”, apontou o militar israelense.
Israel confirmou ter realizado ataques aéreos em toda a Faixa de Gaza e atingido 200 alvos do Hamas. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 187 mil pessoas deixaram Gaza desde que eclodiu o conflito entre os terroristas e Israel no fim de semana.
Em Gaza, o medo toma conta dos civis, com os constantes bombardeios vindos de Israel e a promessa de que o cerco vai apertar cada vez mais.
“Posso ver as nuvens de fumaça dos bombardeios pela minha janela”, afirmou Rama Abu Amra, 21 anos, ao jornal britânico The Guardian. “As bombas estão caindo ao nosso redor, nem conseguimos dizer onde elas estão atingindo. Já posso até sentir o cheiro da pólvora”, continuou o universitário.
Ataque em território israelense
A contraofensiva veio após os militantes do Hamas atacarem o país por ar e por terra, matando mais de 800 israelenses e fazendo mais de 100 reféns. Enquanto isso, em Gaza, 560 foram mortas e mais de 2.900 pessoas se encontram feridas.
Israel Katz, ministro de Infraestrutura israelense, deu ordem para quem o fornecimento de eletricidade, água e gás para Gaza fosse interrompido. E isso fez com que organizações humanitárias se revoltassem. “Esta é uma punição coletiva contra 2 milhões de palestinos e um crime de guerra de dimensões sem precedentes”, publicou o Centro Al Mezan para os Direitos Humanos de Gaza.
O governo de Israel convocou 300 mil reservistas, um número sem precedentes, para lutar no conflito contra o Hamas. Além da invasão ao território israelense, o grupo islâmico fez militares e civis israelenses reféns. A intenção do grupo é trocá-los com prisioneiros palestinos.