Acionistas destituem Carlos Ghosn da diretoria da Nissan
Decisão foi tomada em reunião extraordinária nesta segunda-feira (8). Quem ocupará o lugar do brasileiro é Jean-Dominique Senard
atualizado
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Em uma reunião extraordinária realizada nesta segunda-feira (8/4), o ex-presidente da empresa Carlos Ghosn foi destituído da diretoria da Nissan pelos acionistas da gigante japonesa. Quem ocupará seu lugar é o empresário Jean-Dominique Senard.
Greg Kelly, ex-diretor próximo a Ghosn e peça-chave nas irregularidades financeiras que lhe custaram o posto, também foi destituído. A reunião começou por volta das 10h do horário local (22h de domingo em Brasília) em um hotel de Tóquio, onde o atual diretor máximo da empresa, Hiroto Saikawa, pediu desculpas pelo caso, que afetou a reputação da fabricante.
Saikawa assumiu a liderança da Nissan após a detenção de Ghosn, em novembro de 2018. Durante deliberações com os acionistas, disse que Ghosn “merece ser retirado do seu posto [como membro do conselho administrativo] porque atuou contra os interesses da empresa”.
“A reunião extraordinária marca um novo começo para a Nissan, no qual temos a responsabilidade de levar de volta ao caminho do crescimento”, disse o CEO da fabricante. Alguns dos acionistas levantaram dúvidas sobre o papel dos demais membros do conselho administrativo e sobre o próprio Saikawa na comissão das irregularidades, considerando, durante as deliberações, que deveriam ser todos substituídos.
Saikawa não negou sua responsabilidade passada, mas disse que tem o dever “de minimizar a incerteza na empresa e o efeito na Aliança” Nissan, Renault e Mitsubishi Motors, e que pensará em uma potencial saída quando “a estabilidade” for recuperada.
Ghosn, que passou 108 dias em prisão provisória e foi liberado após o pagamento de fiança em 6 de março, voltou a ser detido na semana passada por novas suspeitas de fraude. Dessa vez, acusado de transferir milhões de dólares para uma distribuidora de carros da Renault e da Nissan em Omã, no Oriente Médio.