Ação na casa de Trump buscava papéis sobre armas nucleares, diz jornal
De acordo com o jornal The Washington Post, agentes revistaram a casa do ex-presidente em busca de documento ultrassecretos
atualizado
Compartilhar notícia
A operação do FBI, polícia federal norte-americana, na residência do ex-presidente Donald Trump na última segunda-feira (8/8) buscava documentos confidenciais relacionados a armas nucleares e outros itens, de acordo com o jornal The Washington Post.
A informação foi fornecida por fontes próximas à investigação, que não deram mais detalhes sobre quais elementos os agentes procuravam, nem se o armamento se tratava de itens pertencentes aos Estados Unidos ou outro país. Também não foi informado se tais documentos foram recuperados.
Especialistas ouvidos pelo jornal apontam que a busca, considerada incomum, ressalta a preocupação do governo com as informações contidas no material e o risco de caírem em mãos erradas. O dados são sensíveis e geralmente restritos a poucas pessoas.
“Se isso for verdade, isso sugere que o material que reside ilegalmente em Mar-a-Lago [resort onde Trump vive] pode ter sido classificado no mais alto nível de classificação”, destacou David Laufman, ex-chefe da seção de contrainteligência do Departamento de Justiça.
“Se o FBI e o Departamento de Justiça acreditassem que ainda havia materiais ultrassecretos em Mar-a-Lago, isso levaria a uma maior motivação de ‘cabelos em pé’ para recuperar esse material o mais rápido possível.”
O FBI e o Departamento de Justiça se negaram a comentar a reportagem. O procurador-geral Merrick Garland afirmou que não poderia falar sobre a investigação, mas disse em pronunciamento que autorizou pessoalmente a permissão para o mandado de busca.
A fala do procurador ocorreu momentos após advogados do Departamento de Justiça solicitarem a divulgação do conteúdo do mandado. “O claro e poderoso interesse do público em entender o que ocorreu sob essas circunstâncias pesa muito a favor da abertura”, ressaltam.
Buscas na casa de Trump
Banido das grandes redes sociais desde seu embate contra o sistema eleitoral norte-americano em 2021, o magnata Donald Trump, ex-presidente do país, usou sua própria plataforma para anunciar, na noite de segunda, que o resort de luxo onde ele vive foi alvo de uma operação de busca e apreensão realizada pelo FBI.
“Estes são tempos sombrios para nossa nação, pois minha bela casa, [o resort Mar-A-Lago, na Flórida], está atualmente sitiada, invadida e ocupada por um grande grupo de agentes do FBI”, escreveu Trump. “Nada parecido com isso jamais aconteceu com um presidente dos Estados Unidos antes. Depois de trabalhar e cooperar com as agências governamentais, essa invasão não anunciada em minha casa foi desnecessária e inapropriada”.
Trump entrou na mira das autoridades federais dos EUA após uma comissão no Congresso do país, uma espécie de CPI, encontrou indícios de participação do ex-presidente na tentativa de insurreição em 6 de janeiro do ano passado, quando o prédio do Capitólio foi invadido por militantes insatisfeitos com o resultado da eleição vencida por Joe Biden. A invasão não teve sucesso em impedir a confirmação da vitória do atual presidente, mas fragilizou a democracia nos EUA e acabou com cinco mortos.