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Abuso sexual infantil on-line faz 300 milhões de vítimas ao ano

Para neuropsicóloga é essencial o acompanhamento dos pais para informar e alertar os filhos sobre os perigos das redes sociais

atualizado

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Getty Imagens/ Sefa ozel
Imagem colorida. Criança no notebook - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida. Criança no notebook - Metrópoles - Foto: Getty Imagens/ Sefa ozel

Um estudo publicado na última segunda-feira (27/5), pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, mostrou que 300 milhões de crianças – ou seja, 12,6% dos menores de idade em todo o planeta – são vítimas de exploração e abuso sexual online todos os anos. Segundo neuropsicóloga ouvida pelo Metrópoles, o monitoramento dos pais acerca das redes sociais dos filhos é protetivo e pedagógico.

Os pesquisadores concluíram que, nos últimos 12 meses, uma em cada oito crianças foi vítima de captura, compartilhamento e exposições de imagens e vídeos ilegais em todo o planeta. Os menores também são abordados por criminosos que mandam mensagens de texto com conteúdo sexual ou pedidos para atos sexuais on-line.

Para a neuropsicóloga, Camila Ferrari, o monitoramento direto dos pais sobre as ações dos filhos nas redes, explicando o funcionamento e alertando sobre os perigos é um caminho para o uso responsável. “O ensino direto aumenta a intimidade entre os pais e filhos, além de estimular a confiança mútua”, frisa. A especialista lembra que as crianças ainda estão desenvolvendo noções de risco e confundem fantasia com realidade, sendo facilmente ludibriadas. “Na medida em que eu conheço os interesses e sei onde meu filho navega, eu conheço intimamente os riscos que ele está exposto”, disse.

De acordo com o trabalho escocês, os casos de abuso online variam, da extorsão sexual, onde os criminosos exigem dinheiro das vítimas para não publicar imagens íntimas, ao abuso da inteligência artificial para criar os chamados vídeos e imagens deepfake. Os números mostram que são denunciados um caso de abuso online por segundo, além de que 3.5% das crianças viveram experiências de extorsão sexual.

Atenção

Atenta aos perigos das redes sociais, Karinne Vieira Novaes, 37 anos, monitora diariamente as redes sociais da filha Amanda, de 10 anos. A empresária conta que a menina aos sete anos pediu para ter acesso às redes sociais, pedido negado pelos pais que afirmaram que ela ainda não tinha idade para a internet.

No ano seguinte, após ganhar o primeiro celular Amanda criou uma conta no Instagram com a permissão e fiscalização da mãe. A moradora de Brasília lembra que a filha quis criar um perfil no TikTok, mas Karinne não deixou após ser alertada que a rede social possui conteúdo impróprio para crianças. “Sempre explico para ela o porquê desse controle, pois não sabemos quem está do outro lado. O acompanhamento é importante tanto para nós como pais, tanto para ela”, frisa.

“A supervisão é importante por duas grandes razões: assegurar que as crianças seguem seguras nas redes e, municiar os pequenos de informações sobre proteção. O monitoramento é protetivo e pedagógico”, afirma Camila Ferrari.

A escola é o núcleo mais buscado pelas crianças para relatar abusos sexuais. A especialista afirma que ampliar o debate sobre sexualidade nesse ambiente é importante para a promoção de habilidades de autoproteção das crianças na internet. “A atuação em rede, ou seja, o trabalho conjunto da escola, comunidade, pais e alunos, sem dúvida é a maior e mais eficaz forma de proteger a infância”, pontua.

O diretor-executivo do Instituto Childlight da Universidade de Edimburgo, Paul Stanfield, salienta que os abusos online se tornaram uma pandemia de saúde global que foi mantida por baixo dos panos por tempo demais. Ele reforça que o estudo aponta que o abuso infantil online acontece em todos os países, e está crescendo exponencialmente exigindo uma reação global.

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