À revelia da Ucrânia, russos prometem criar rotas para fuga da guerra
Kremlin, sede do governo russo, confirmou que “abrirá unilateralmente” essas rotas. Inicialmente, o processo começa por Kiev, a capital
atualizado
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Sem qualquer tipo de acordo com a Ucrânia, o Exército russo anunciou que criará rotas humanitárias para fuga da guerra, os chamados corredores verdes.
No fim da tarde desta quinta-feira (10/3), o Kremlin, sede do governo russo, confirmou que “abrirá unilateralmente” essas rotas. Inicialmente, o processo começa por Kiev, capital e coração do poder ucraniano.
“A Rússia se compromete a abrir rotas de fuga mesmo que sem o consentimento do governo ucraniano”, informou a agência de notícias russa RIA.
O Kremlin informou ainda que o Ministério da Defesa russo retirou mais de 187 mil pessoas de zonas perigosas sem a participação do governo ucraniano.
Esse movimento foi entendido, na comunidade internacional, como um primeiro aceno positivo, uma vez que nos últimos dias houve um forte recrudescimento da guerra.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 2,3 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início do conflito, em 24 de fevereiro.
Pressão internacional
O avanço da guerra e a falta de um acordo de cessar-fogo provocaram reações em cadeia de líderes mundiais. Mais uma vez russos e ucranianos não se entenderam em uma reunião diplomática, enquanto os bombardeios continuam.
Nesta quinta-feira, o presidente da França, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e a porta-voz do governo americano, Jen Psaki, trataram do assunto.
Macron e Scholz conversaram por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, e exigiram um cessar-fogo imediato. Eles defenderam uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia.
Nos Estados Unidos, a reação contou com declarações firmes de Jen Psaki. “Nada ficará sem respostas dos Estados Unidos. Haverá consequências para cada ação russa”, afirmou.
A secretária de Imprensa voltou a alertar para o possível uso de armas químicas por parte da Rússia e condenou o ataque a hospitais. O ato foi classificado por ela como “algo brutal”.
Boris Johnson fez declarações semelhantes e também citou armas químicas contra a Ucrânia. O premiê concedeu entrevista ao canal de notícias Sky News.
“Eles começam dizendo que os oponentes ou os norte-americanos têm armas químicas guardadas. Então, quando eles utilizam armas químicas – como eu temo que eles possam fazer –, eles têm uma história falsa para usar”, frisou.
Reunião frustrada
Sem consenso, a reunião desta quinta-feira, realizada na Turquia, entrou para a lista de tentativas fracassadas. Já foram três encontros do tipo.
O encontro dos chefes da diplomacia russa, Sergey Lavrov, e ucraniana, Dmytro Kuleba, não terminou bem. Os ministros das Relações Exteriores dos dois países saíram trocando farpas e acusações.
A guerra
A invasão russa completa 15 dias nesta quinta-feira. As tropas de Putin avançam pelo país conduzido por Volodymyr Zelensky e deixam um rastro de destruição.
Cidades inteiras estão sem água, energia e aquecimento. Bombardeios a hospitais e áreas residenciais se intensificaram. Rotas humanitárias de fuga são desrespeitadas.