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Alemães protestam contra extrema direita após encontro de neonazistas

Alemanha unida contra o extremismo: milhares protestam após revelação de plano de expulsão em massa envolvendo neonazistas

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Imagem da manifestação contra a extrema direita alemã, em Berlim, Alemanha - Metrópoles
1 de 1 Imagem da manifestação contra a extrema direita alemã, em Berlim, Alemanha - Metrópoles - Foto: Clemens Bilan/EPA

Centenas de manifestantes contra a extrema direita tomaram as ruas da Alemanha, após a divulgação de uma reunião na qual parlamentares do partido Alternativa para a Alemanha (AfD, em alemão) discutiam um projeto para expulsão em massa de imigrantes e “cidadãos não assimilados”, ao lado de neonazistas e empresários. As informações são do The Guardian.

Milhares de alemães se organizaram para protestar, nessa última semana, e mais outras 100 manifestações já estão previstas para este fim de semana.

“Não podemos voltar a cometer o mesmo erro, é terrível que não tenhamos aprendido nada”, declarou Amelie Schmerling, uma aposentada, de 76 anos, que participava de um ato em Hamburgo.

Nesta sexta-feira (19/1), cerca de 30 mil pessoas se reuniram para protestar contra o neonazismo, em Hamburgo, no norte da Alemanha, segundo a polícia. Os organizadores do ato, no entanto, afirmam que o número é de 60 mil.

A revolta popular ocorreu após a organização de jornalismo investigativo, Correctiv, divulgar, em 10 de janeiro, um vídeo sobre um encontro secreto em Postdam, perto de Berlim, onde os participantes discutiram um projeto de expulsão em massa de imigrantes, cidadãos alemães “não assimilados” e pessoas em asilos.

Entre o grupo, havia membros do partido de extrema direita AfD e neonazistas do “Movimento Identitário” – oficialmente monitorado pela inteligência interna alemã como organização extremista de direita. O evento contou também com a presença do líder do movimento radical, o austríaco Martin Sellner.

Representantes do Judiciário emitiram uma declaração conjunta na segunda-feira (15/1), condenando a reunião.

“O que foi evocado num pequeno círculo em Potsdam em novembro é mais do que apenas uma visão horrível. Mais especificamente, é um ataque à Constituição e ao Estado constitucional liberal”, afirmaram a Associação Alemã de Juízes, a Associação Alemã de Advogados e quatro organizações afiliadas.

Tolerância

Os primeiros protestos ocorreram logo após a revelação do encontro, e contaram com cerca de 20 mil pessoas em Berlim e 10 mil em Potsdam. O chanceler alemão, o social democrata Olaf Scholz, e a ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, também compareceram às manifestações.

Scholz, por meio de um comunicado oficial nesta sexta-feira, pediu que todos os alemães se posicionem “a favor da coesão, da tolerância e da nossa Alemanha democrática”.

Wolfgang Thierse, antigo presidente do Parlamento alemão, considerado autoridade moral no país, deu uma entrevista à emissora alemã DLF, trançando paralelos entre o partido nazista alemão de 1930 e a AfD.

“Nossa democracia está em um estado crítico”, reclamou. “Parte disso nos lembra eventos de 90 anos atrás. Em 1930, o partido nazista estava em 14% ou 15% e, três anos depois, estava no poder e havia acabado com a democracia.”

Pesquisas eleitorais revelam que a AfD conta com intenção de voto perto dos 22% em nível nacional, atrás dos conservadores, que lideram o levantamento. No entanto, em algumas regiões, o partido de extrema direita aparece em primeiro lugar.

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