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No último mês de setembro, a cantora Ana Carolina celebrou 50 anos. São cinco décadas de vida que festeja em 2024, claro, no palco, homenageando outra grande estrela da nossa música: Cássia Eller.
Intitulado “Estranho Seria Se Eu Não Me Apaixonasse Por Você”, o show chega a Brasília em 16 de novembro dentro do Festival “Estilo Brasil” e traz na bagagem releituras poderosas do repertório da roqueira.
Para Ana Carolina, trata-se de uma experiência que faz parte de um sonho íntimo que abraçou com muita responsabilidade, reverência e paixão. “Sempre fui fã de Cássia Eller, mas nem nos meus melhores sonhos poderia imaginar que uma turnê como essa fosse possível”, conta, em entrevista ao Metrópoles.
“Até que um dia surgiu a ideia. Topei na hora, com imenso frio na barriga e uma certeza: eu precisava fazer com todo respeito e amor por essa obra tão genial da Cássia. Ela era e é um grande ídolo na minha vida e poder externar esse amor por meio de uma turnê me deixa feliz”, revela.
Exuberante, a turnê que já passou pelo exterior e várias cidades brasileiras encanta pela entrega passional e sensibilidade de Ana Carolina ao universo musical de Cássia Eller. A performance cheia de energia hipnotiza não apenas pela poderosa voz e carisma no palco, mas também pela beleza cênica da apresentação dirigida por Jorge Farjalla, que explora momentos emblemáticos da obra de Cássia em cinco atos temáticos.
Chama a atenção, por exemplo, a entrega da artista em O Segundo Sol, um dos pontos altos da apresentação, junto com hits como All Star, Relicário, Malandragem e tantos outros sucessos embalados pela roqueira que experimentou diversas musicalidades, do blues ao samba, música francesa, MPB e até jazz.
“Interessante demais trazer uma artista tão brasileira e que passeia por tantos ritmos nossos justamente para um festival, como o Estilo Brasil”, elogia Ana Carolina. “É exatamente isso que se pode esperar: uma grande viagem pelos hits da Cássia.”
Representatividade
A primeira vez que a cantora mineira entrou em contato com a obra da ídola foi aos 16 anos, ao ouvir o disco de estreia lançado em 1990.
Produzido pelo tio Wanderson Clayton – também responsável pelo som da banda 14 Bis – o registro mostra uma Cássia Eller cheia de atitude e personalidade nos vocais, bem à vontade com a cena musical alternativa da época.
Vai de Itamar Assumpção (Já Deu Pra Sentir) a Arrigo Barnabé (O Dedo de Deus), com a mesma desenvoltura com que embala releituras originais de clássicos dos Beatles, como fez com a elisabetana Eleanor Rigby e o intimista Por Enquanto, de Renato Russo.
“Eu sempre fui muito fã da Cássia, tanto como artista quanto como mulher. Musicalmente, a Cássia influenciou demais meu início de carreira. Eu lembro que ouvi o primeiro LP dela ainda quando morava em Juiz de Fora e começava a me aventurar na música”, lembra Ana Carolina.
“Tudo me chamou atenção: o timbre, a voz, a potência. Não teve nem como evitar, eu me apaixonei por aquela artista no primeiro segundo. Como eu gosto de falar, virei fã de camiseta!”, brinca.
Apesar da timidez notória, Cássia Eller era capaz de atuações arrebatadoras em cima do palco – como não lembrar da cantora de peitos de fora no Rock in Rio 2001 – e tinha posições firmes quanto ao jeito de ser e ver o mundo. Atributos que também fisgaram a fã Ana Carolina.
“Me lembro de ter olhado toda aquela potência numa pessoa tão tímida e pensar no quanto ela me representava”, recorda.
“Ela não tinha medo de se expressar como mulher, com posturas libertárias, e sempre falando abertamente sobre diversos assuntos, inclusive sexualidade, ainda nos anos 1990. Ela serviu de inspiração para muitas pessoas, inclusive a mim”, agradece.
Morta aos 39 anos, em 2001, após um infarto de miocárdio, Cássia Eller figura, sem dúvida, entre um dos nomes mais representativos do rock brasileiro, flertando com originalidade por outros gêneros ao longo de diversos registros gravados. Um legado, que, segundo Ana Carolina, deixa saudade.
“A Cássia teve uma importância gigantesca, não só pra música, mas para a cultura também. A discografia dela é muito potente até hoje, com incontáveis hits e inúmeras músicas que são geniais e passeiam por diversos ritmos da música brasileira”, avalia. “Ao mesmo tempo, ela tinha um estilo único de cantar e se portar no palco. E acho que ela viveu muito à frente do tempo”, acrescenta.
Prepare-se para shows únicos
Ao todo, o Festival “Estilo Brasil” terá, de 14 de novembro a 14 de dezembro, 13 atrações que, em formatos que vão de voos solos a parcerias, passearão por diversos gêneros: da MPB ao samba, do rap à bossa nova, flertando com o jazz, o pop rock e o hip hop. São artistas de peso como Ana Carolina, Paulinho da Viola, Ivan Lins, Xamã, Stacey Kent, Danilo Caymmi, Silva, Poesia Acústica e muito mais.
Com o oferecimento do Banco do Brasil Estilo, patrocínio de Ourocard Visa, Banco do Brasil e Governo Federal, o projeto é realizado pelo Metrópoles e conta com a produção da Oh! Artes.
Programação:
Chico César & Geraldo Azevedo (abertura de Antônio Carlos e Jocafi)
Turnê: Violivoz
14 de novembro
Ana Carolina
Turnê: Ana canta Cássia – Estranho Seria Se Eu Não Me Apaixonasse Por Você
16 de novembro
Paulinho da Viola – 80 anos
Turnê: Quando o samba chama
23 de novembro
Stacey Kent & Danilo Caymmi cantam Tom Jobim (participação Roberto Menescal)
Turnê: Um Tom sobre Jobim
29 de novembro
Poesia Acústica & Xamã (abertura de Lourena)
30 de novembro
Silva (abertura com Anelis Assumpção)
Turnê: Encantado
7 de dezembro
Ivan Lins (abertura Joyce Moreno)
14 de dezembro
Festival Estilo Brasil
Local: Ulysses Centro de Convenções
Data: de 14 de novembro a 14 de dezembro
Ingressos: Bilheteria Digital (cliente Banco do Brasil Visa têm 60% de desconto)
Clientes têm direito a adquirir até quatro (4) entradas por CPF (em qualquer categoria)