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Especial Natal: o espírito natalino pairou até sobre trincheiras em 1914

Soldados alemães, britânicos e franceses, em vários pontos da frente da guerra, deram uma trégua na noite de Natal. Até jogaram futebol.

atualizado

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Reprodução ehne.fr
Fraternizações Natal 1914
1 de 1 Fraternizações Natal 1914 - Foto: Reprodução ehne.fr

Dezembro de 1914. Nada está acontecendo como se esperava na guerra que foi declarada no fim de julho. De um lado, russos, britânicos e franceses. Do outro, alemães e austro-húngaros. Saindo de Paris ainda no calor do verão, as tropas francesas gritavam “vamos a Berlim!”, e contavam voltar vitoriosas “para as colheitas de setembro”.

Após alguns combates, a guerra atolou. Literalmente. Ao longo de uma longa linha na Bélgica, centenas de milhares de soldados estão enlameados em valas profundas que eles próprios cavaram, de cada lado, separados às vezes por algumas dezenas de metros. A guerra de trincheiras começou, e vai durar quatro anos.

Acima da linha da vala, não há salvação. Canhões atiram o tempo todo, as forças e as técnicas de ataque foram aperfeiçoadas desde o último conflito franco-germânico, em 1870, mas as de defesa não. E é numa “chuva de fogo” que 9 milhões de soldados vai perecer ao longo do conflito, ainda chamado de “A Grande Guerra”.

Nesta noite gelada de 24 de dezembro de 1914, já faz três meses que nenhum dos beligerantes consegue avançar. Qualquer tentativa de sair das malditas galerias acaba em morte, nesta zona ao ar livre rapidamente apelida de “no man´s land”, terra de ninguém. Ali, cadáveres de todas as nacionalidades congelam na maior indiferença.

Longe de suas famílias, num conflito que já parece não ter fim, soldados e oficiais de todos os exércitos compartilham sem talvez saber o mesmo sentimento de impotência e de inutilidade. Do lado alemão, tentaram respeitar a tradição com pequenas árvores de Natal guarnecidas de velas improvisadas. Senão para alegrar, pelo menos para aliviar a tensão dos soldados.

No lado ocidental, franceses e britânicos, em trincheiras separadas apesar de estarem do mesmo lado da disputa, também se preparam a uma noite de tristeza e de saudades. E como a noite pede música, os escoceses sacam o mais tradicional de seus instrumentos: a gaita de fole. Seu som ecoa no noite silenciosa até as orelhas dos alemães.

O que aconteceu então, em vários pontos da frente de trincheiras? Os Cabeças da Notícia da Rádio Metrópoles te contam (com ilustrações sonoras) nesta quinta-feira (24/12) entre 07H00 e 09H00 em 104.1 FM em Brasília e região, e pelo mundo todo pelo aplicativo (disponible aussi en Belgique)

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