Um dos maiores comunicadores do Brasil, Abelardo Barbosa, o Chacrinha, imortalizou o bordão: “Na televisão nada se cria, tudo se copia”. A frase do Velho Guerreiro tem seu lado verdadeiro, mas, ao longo de sete décadas, a TV brasileira promoveu mudanças, inovações e tecnologias que a tornaram referência no mundo.

A história da “telinha” no Brasil começou em 18 de setembro de 1950, pelas mãos do empresário Assis Chateaubriand, fundador da TV Tupi. Em retrospectiva, os últimos 70 anos do país foram narrados na televisão, seja na veracidade dos telejornais ou na ficção das novelas. A construção de Brasília, a chegada do homem à Lua, um golpe militar, a redemocratização, dois impeachments, títulos mundiais de futebol… tudo contado em preto e branco e em cores.

“Nossa cultura é única, logo o público é diferente do de outros países. A TV brasileira foi feita para o paladar do nosso povo, e encontrou solo propício para conquistá-lo. Como consequência, moldou gerações”, avalia Nilson Xavier, autor do Almanaque da Telenovela Brasileira.

Para recontar essa história, o Metrópoles te convida a voltar no tempo – para imaginar a chegada da televisão, analisar o crescimento do meio de comunicação, relembrar as grandes novelas – e, em seguida, a desembarcar no mundo atual: interativo, com streaming e uma programação diferente.

Década de 1950

Com a presença de estrelas das rádios – então meio de comunicação mais popular do país –, como Hebe Camargo, Inezita Barroso e Lolita Rodrigues, Assis Chateaubriand inaugurou a primeira emissora de TV brasileira, a Tupi, em 1950. Porém, a história do Brasil com a televisão havia começado antes: desde 1947, o magnata da comunicação já estudava sobre o tema e trabalhava na montagem e em aspectos técnicos para trazer a novidade. Ao seu lado, contou com o célebre radialista Cassiano Gabus Mendes, no cargo de diretor artístico, parceria que duraria por mais de uma década.

“Ele teve a sorte de designar uma pessoa como o Cassiano Gabus Mendes, que havia viajado para os Estados Unidos a fim de aprender como eles faziam TV. No dia seguinte à inauguração, já havia uma grade de programação completa, rudimentar, mas com programas de humor e noticiários escritos à mão”, lembra o colunista e especialista em TV Flávio Ricco.

Mesmo com os três anos de preparação, Ricco ressalta que a TV no Brasil começou do zero, sem nenhuma qualidade técnica, com algumas esporádicas transmissões ao vivo. É nesse ambiente que, em dezembro de 1951, a TV Tupi coloca a primeira telenovela brasileira no ar. Escrita por Walter Forster, Sua Vida Me Pertence exibiu o primeiro beijo televisivo entre os protagonistas Vida Alves e o próprio autor. Devido à falta de condições técnicas da emissora, somente dois capítulos da trama iam ao ar por semana.

Sua Vida Me Pertence - TV Tupi
Sua Vida Me Pertence – TV Tupi

Profissional versátil, Cassiano Gabus Mendes criou, além das telenovelas, diversos programas de sucesso da primeira década da televisão brasileira. Um dos mais famosos foi a TV de Vanguarda, de 1952, um teleteatro, com grandes nomes da dramaturgia nacional. Exibida quinzenalmente, sempre nas noites de domingo, a atração – considerada referência em inovação – ficou 15 anos no ar. Também é de Cassiano o clássico Alô, Doçura!, série transmitida de 1953 a 1964, na Tupi.

Ainda nos primeiros anos, quem ditavam as regras da TV brasileira eram os patrocinadores. Cabia aos donos das empresas anunciantes decidir quais programas seriam produzidos, além da contratação direta dos artistas que participariam das peças. Por isso, os principais noticiários dessa década levavam nomes de diferentes marcas: Telenotícias Panair, Repórter Esso, Telejornal Bendix, Reportagem Ducal, Telejornal Pirelli, Gincana Kibon e Sabatina Maizena, entre outros.

O mais famoso deles, o Repórter Esso, programa jornalístico de grande sucesso na rádio, repetiu a dose na telinha. Sob o comando de Gontijo Teodoro, a iniciativa durou 17 anos no ar. “O rádio era o principal veículo da época, com os programas de auditório, os musicais… A TV se apoiou nesse sucesso, trazendo para a sua grade atrações e artistas que já faziam sucesso. As radionovelas viraram teleteatros, os programas de humor também foram incorporados ao novo meio. Essa era a concepção inicial”, conta Ricco.

O monopólio da Tupi viria a ser quebrado em 1953, quando a família Machado de Carvalho inaugurou a TV Record, em São Paulo. Pioneira, a emissora criou o modelo de programa de esportes que ainda hoje se vê nas telinhas. Com o Mesa Redonda, de 1954, apresentado por Geraldo José de Almeida e Raul Tabajara, o canal tornou-se a grande referência da cobertura esportiva naquela década.

Seguindo nesse contexto dos esportes, em 1958, quando a Seleção Brasileira ainda não havia ganhado nenhum título mundial, ocorreu a primeira transmissão de um jogo da Copa do Mundo pela televisão brasileira. O fato, porém, demonstrava os desafios que o novo meio precisava enfrentar. A TV Tupi tinha comprado os direitos de exibição por US$ 5 mil, mas o material, um filme de 16mm, foi por engano para a TV Rio, que não se fez de rogada e passou a partida entre Brasil e Áustria – o jogo terminou de 3 a 0 para o time canarinho.

Década de 1960

A década de 1960 tem como principais características a evolução técnica e o início da popularização da TV no Brasil. O know-how acumulado nos 10 anos em operação serviu para que o produto ficasse mais refinado. A mudança refletiu no comportamento da sociedade, cada vez mais disposta a se divertir na telinha.

O Brasil viu, então, o número de aparelhos sair de 344 mil, no ano 1957, para mais de 1 milhão, em apenas três anos. Na mesma época, grandes capitais do país — como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e a recém-inaugurada Brasília — já contavam com mais de 10 canais de TV.

Em meio a disputas sociais, os avanços tecnológicos dos anos 1960, como a chegada do videotape e as transmissões em rede e via satélite, ajudaram a construir a identidade televisiva e a maneira de o brasileiro se relacionar com a televisão. “Um dos marcos é a chegada dos equipamentos mais leves, o que tornou a TV mais ágil. Ela sai do estúdio e vai para a rua. Assim nascem as primeiras experiências com a comunidade, mudando a linguagem da televisão”, explica o professor Almir Almas, chefe do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP).

Atenta às inovações, a TV Rio foi uma das primeiras emissoras a utilizar o recurso do videotape com regularidade, no Chico Anysio Show, de 1962 – programa daquele que viria a ser um dos maiores humoristas do país. Dirigida por Carlos Manga, a atração, que era retransmitida em São Paulo, apresentou ao público personagens como o coronel Limoeiro e o medroso Valentino.

Atualmente a segunda maior emissora de TV do mundo, atrás apenas da gigante ABC, de propriedade do grupo The Walt Disney Company, a Rede Globo deu seus primeiros passos a caminho do estrelato na década de 1960. Inaugurado em 26 de abril de 1965, o canal já possuía videotape e editor eletrônico – diferencial técnico significativo em comparação aos outros veículos.

“Com o recurso do videotape, que ainda era uma coisa monstruosa e ocupava um baita de um armário, o Brasil passou a produzir novelas em série, contando, claro, com o recurso do talento dos atores já consagrados no teatro e no cinema”, recorda Flávio Ricco.

Recém-inaugurada, a emissora de Roberto Marinho conseguiu tirar José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, da TV Rio. Meses depois, Walter Clark chegou à emissora. Os dois são responsáveis por criar o famoso “padrão Globo de Qualidade”. “O Boni, por muitos anos, foi vice-presidente da TV Globo, com uma atuação impecável. Ele criou o tripé da programação que, até hoje, é seguido pela emissora, com novela-jornal-novela. Uma grade imbatível de audiência”, salienta Ricco.

A força da música

Em 1965, enquanto a TV Globo firmava sua equipe de direção e programação, a TV Record lançava o programa musical chamado Jovem Guarda. Primeira atração pensada para o público jovem brasileiro, o programa era apresentado por três cantores em ascensão: Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa. O primeiro já havia estourado em 1963, com uma versão de Splish Splash, de Bobby Darin e o DJ Murray the K, composição de Erasmo Carlos. Wanderléa não ficava atrás, já havia ganhado vários concursos de rádio e lançado seu primeiro disco em 1962.

Programa Jovem Guarda - TV Record
Programa Jovem Guarda – TV Record

No Jovem Guarda, que tinha duração de uma hora, o trio entoava seus principais sucessos e recebia artistas convidados que também se tornaram influenciadores de sua geração. As gravações eram realizadas no Teatro Record, na rua da Consolação, em São Paulo, com transmissão ao vivo. Durante a semana, o diretor Carlos Manga exibia uma versão de menor duração na TV Rio. Já os demais estados do país tinham de aguardar a chegada do videotape, pois ainda não existia a retransmissão via satélite.

A Jovem Guarda surgiu como um contraponto para as letras elaboradas e melodias sofisticadas da Bossa Nova. O ritmo frenético e os temas inocentes foram logo tachados como frívolos e alienados pelos intelectuais e artistas engajados no combate à ditadura militar, instalada no país com o Golpe de 1964.

O estilo despreocupado foi justamente o chamariz da Jovem Guarda. Em vez de tratar das guerras ao redor do mundo ou da instabilidade política do próprio Brasil, os espectadores preferiam dançar ao som de hits como Meu Bem, de Ronnie Von; Estúpido Cupido, de Celly Campelo; ou a famosa canção Alguém na Multidão, do quarteto Os Golden Boys. Não demorou para a atração virar um movimento musical que revelou nomes importantes, como Renato e Seus Blue Caps, The Fevers, Jerry Adriani, Rosemary e Martinha.

Excelsior: do sucesso à censura

Fundada pelo empresário Mário Wallace Simonsen, em 1960, a Rede Excelsior de São Paulo foi pioneira em diversos aspectos da TV brasileira. Em 1962, figurou como a primeira emissora no país a tentar transmitir em cores, usando o sistema NTSC americano durante exibição do Moacyr Franco Show.

A primeira novela de época, ambientada no século 19, também foi gravada pela Excelsior, em 1963. Com nomes no elenco como Glória Menezes, Tarcísio Meira, Ruth de Souza e Regina Duarte, A Deusa Vencida foi um dos grandes sucessos daquele ano, sendo transmitida diariamente.

A Deusa Vencida - TV Excélsior
A Deusa Vencida – TV Excélsior

O canal de Simonsen também realizou o primeiro Festival da Música Popular Brasileira, em 1965. No ano de estreia, Edu Lobo e Vinicius de Moraes venceram a competição com a canção Arrastão, interpretada por Elis Regina.

Apesar dos feitos, a Excelsior fechou as portas após 10 anos de atividade. Vítima da censura da ditadura militar, que forçou a retirada do ar dos programas mais rentáveis, a emissora se endividou. Dois anos depois, a briga entre os donos do canal e os militares no poder se intensificou. Em 1970, o jornalista Ferreira Neto invadiu um estúdio e anunciou que o governo tinha determinado o fim do canal. Naquele mesmo momento, a emissora foi retirada do ar e a concessão, cassada pelo regime.

O nascimento de uma estrela

O ano de 1965 marcou a estreia de Silvio Santos na televisão. Ex-vendedor ambulante, ele apresentava o programa Festa dos Sinos, na TV Tupi. Exibida sempre às quartas-feiras, das 21h à meia-noite, a atração mudou de nome várias vezes. Sua principal marca eram as gincanas entre moradores de diversas cidades, sendo o prêmio final uma ambulância.

Em 1966, Silvio Santos trocou a Tupi pela Globo e passou a apresentar o Música e Alegria, sempre aos domingos, com quatro horas de duração. Em pouco tempo, o entretenimento dominical alterou o nome para Programa Silvio Santos – ano em que o comunicador firmou parceria com Luiz Lombardi. O sucesso foi tamanho que a atração ultrapassou a Jovem Guarda, da Record.

Silvio Santos - TVS
Silvio Santos – TVS

O Jornal Nacional, da TV Globo, foi a primeira transmissão em rede no Brasil. Realizada em 1969, a exibição durou apenas 15 minutos na estreia. Na bancada, dois locutores: Heron Domingues e Léo Batista. Depois, o telejornal seguiu no comando de Cid Moreira, por 27 anos consecutivos. “Antes, as novelas exibidas no Rio de Janeiro e em São Paulo demoravam uma semana para chegar às cidades do interior. A criação das redes torna muito eficiente a transmissão. A rede nacional inaugura a sensação de que todo mundo está vendo a mesma coisa”, salienta o professor Almir Almas.

Em 1969, a TV Globo lançou a sua primeira novela de sucesso, Véu de Noiva, de Janete Clair. A trama, baseada em Vende-se um Véu de Noiva, radionovela escrita pela autora para a Rádio Nacional, marcou a aposta da emissora de Marinho em teledramaturgia moderna, com histórias contemporâneas, próximas da realidade brasileira e constituídas por diálogos coloquiais. Regina Duarte, Cláudio Marzo, Betty Faria e Paulo José completavam o elenco.

Véu de Noiva - TV Globo
Véu de Noiva – TV Globo

Em março de 1969, após transmitir, via satélite, as imagens do lançamento da nave Apollo IX, a TV Globo se uniu à era da comunicação global, iniciada sete anos antes por Estados Unidos e França. No dia 20 de julho, mais uma vez o canal de Roberto Marinho saiu na frente – exibiu a chegada do homem à Lua, feito possibilitado pela inauguração das estações Terrena de Tanguá e Rastreadora de Itaboraí, ambas no Rio de Janeiro, para transmissões internacionais via satélite artificial.

Década de 1970

Em 1970, o censo demográfico nacional registrou que 27% das residências brasileiras já estavam equipadas com televisores. A transmissão ao vivo da Copa do Mundo do México, que terminou com o tricampeonato mundial do Brasil, elevou para 4 milhões o número de lares com tevê. Se levamos em consideração a quantidade de pessoas com acesso às imagens da tela, os dados equivalem a aproximadamente 25 milhões de brasileiros. Mesmo com a popularização, o meio ainda era predominante no eixo Rio-São Paulo, que detinha 75% de todos as TVs do país.

A mais expressiva evolução tecnológica da década de 1970 são as transmissões em cores. Na Copa do Mundo, a Embratel monitorou em cores o sinal gerado do México, no sistema NTSC (National Television System Committee), e até montou auditório para uma plateia seleta. Mas como não havia aparelhos para transmissão e recepção, os espectadores terminaram por assistir aos jogos em preto e branco.

O primeiro programa exibido para todo o país em cores foi a Festa da Uva de Caxias, no Rio Grande do Sul, em 1972. A geração da nova imagem ficou a cargo da TV Difusora, com a colaboração do caminhão de externas e do pessoal técnico da TV Rio, além do apoio dos canais Gaúcha, Piratini e de Caxias. “A cor também mexe na linguagem, na maneira como as pessoas estão vendo e passam a fazer televisão”, considera Almir Almas.

Briga de titãs

Nos anos 1970, a TV foi dominada por programas de auditório. Silvio Santos liderava o domingo – com início por volta das 12h e com término pouco antes das 20h. Primeiramente na Globo, até 1976. As emissoras Tupi, Record e TVS exibiam a mesma atração.

Também com horários no domingo à noite, outros dois grandes apresentadores travaram guerra pela audiência. Abelardo Barbosa, com a Discoteca do Chacrinha, e Flávio Cavalcanti, com seu programa na Tupi.

Comandado por duas divas do rádio, Elizeth Cardoso e Hebe Camargo, o Elas por Elas foi um dos programas de auditório de grande sucesso da TV brasileira. Enquanto Hebe ia para as ruas fazer matérias especiais, Elizeth recebia as atrações musicais no palco.

Todos esses programas, a princípio regionais, tiveram crescimento após passarem a ser retransmitidos em rede nacional. Os apresentadores ocupavam papel importante no entretenimento televisivo – mesmo sob o peso da censura, que impedia a presença de temas políticos e sociais no ar.

Fenômeno: Os Trapalhões

O conhecido quarteto Os Trapalhões demorou quase 10 anos para conquistar a formação que ainda hoje passeia pelo imaginário dos brasileiros. De sua estreia, em 1966, na TV Tupi, permaneceram apenas Renato Aragão, o Didi, e Manfried Sant’Anna, o Dedé Santana. Num troca-troca de cadeiras, em 1972 chegou o sambista participante de Os Originais do Samba, Antônio Carlos Bernardes Gomes, mais conhecido como Mussum. Em 1976, foi a vez de Mauro Faccio Gonçalves, o Zacarias, entrar para o time.

A química entre os quatro humoristas era tão grande que não tardou para o sucesso do quarteto chamar a atenção da Rede Globo. O programa estreou em 13 de março de 1977 e apresentava uma sucessão de esquetes entremeados com números musicais, exibidos sem aparente conexão, exceto a presença dos próprios Trapalhões.

Em 1983, Dedé, Mussum e Zacarias decidiram romper com a Renato Aragão Produções, empresa responsável por gerenciar os negócios do grupo, e formaram a Demuza. Os três optaram por deixar o programa e seguir individualmente na carreira cinematográfica. Didi, então, chegou a apresentar sozinho a atração. No livro Renato Aragão – do Ceará Para o Coração do Brasil, obra de Rodrigo Fonseca em 2017, o humorista admitiu que o motivo do racha foram algumas divergências financeiras e de convivência.

A separação durou apenas seis meses, e o quarteto de comediantes seguiu unido até a morte de Zacarias, em 1990, antes do início da nova temporada. Mesmo assim, os três integrantes decidiram dar continuidade ao programa, em homenagem ao amigo. No entanto, quatro anos após a morte de Mussum, o grupo deixou de produzir conteúdo inédito e passou a ser reprisado até 1999.

A primeira Era das Novelas da Globo

A década de 1970 foi um período criativo para a teledramaturgia brasileira, em especial para as novelas realizadas pela TV Globo, que ganhou reconhecimento mundial devido à qualidade de suas produções. Muitos dos sucessos dessa época, por exemplo, voltaram a estampar a programação mais de 20 anos após a exibição da primeira versão.

É o caso de Irmãos Coragem, de Janete Clair, que estreou em 1970. Com a primeira cidade cenográfica construída para novela no Brasil, a trama foi uma superprodução para os padrões da época.

Irmãos Coragem - TV Globo
Irmãos Coragem – TV Globo

A novela tinha como pano de fundo a Copa do Mundo do México e o período mais duro da ditadura militar. O sucesso foi tão grande que o folhetim superou, em audiência, a final do mundial. No elenco: Tarcísio Meira, Cláudio Cavalcanti, Macedo Neto e Cláudio Marzo. O remake, de 1995, contou com Marcos Palmeira, Marcos Winter, Ilya São Paulo, Letícia Sabatella, Laura Cardoso, Flávio Galvão, Gabriela Duarte e Cláudio Marzo nos papéis centrais.

O mesmo aconteceu com Pecado Capital (1975), também de Janete Clair. Primeira novela em cores transmitida às 20h, a trama tratava com realismo o universo suburbano carioca a partir de um triângulo amoroso formado por um taxista (Francisco Cuoco), um viúvo rico (Lima Duarte) e uma jovem operária que sonhava melhorar de vida (Betty Faria). A segunda versão, de 1998, teve Glória Perez como autora. No elenco, Eduardo Moscovis, Carolina Ferraz, Paloma Duarte, Vera Fischer e Cássia Kis.

Pecado Capital - TV Globo
Pecado Capital – TV Globo

Janete Clair (1925-1983), nome artístico de Janete Emmer Dias Gomes, foi certamente uma das maiores dramaturgas da história da televisão. Enfileirando sucessos um atrás do outro, como O Astro (1977). A história original se estrutura em torno da ascensão econômica e social do personagem Herculano Quintanilha, interpretado por Francisco Cuoco. O elenco estrelado contava ainda com Tony Ramos, Flávio Migliaccio e Elizabeth Savala. O folhetim voltou à tela da TV Globo no ano 2011, em comemoração aos 60 anos da telenovela brasileira. O quadro de atores tinha Rodrigo Lombardi, Carolina Ferraz, Regina Duarte, Marco Ricca, Thiago Fragoso, Alinne Moraes, Humberto Martins e Henri Castelli – o remake ganhou o Emmy Internacional 2012.

O Astro - TV Globo
O Astro – TV Globo

Apesar de a TV Globo dominar o campo das telenovelas, algumas emissoras, em determinadas épocas, também conquistaram destaque com produções esporádicas. Uma das principais referências é Éramos Seis, exibida pela primeira vez em 1977, pela TV Tupi. O romance de Maria José Dupré, publicado em 1943, foi transformado em novela e emocionou o público também em 1994, marcando a volta do SBT ao setor de teledramaturgia após pausa de quase quatro anos. O remake na emissora de Silvio Santos representou o retorno de Irene Ravache à televisão. Em 2019, a Globo refilmou a história com elenco formado por Glória Pires, Suzana Vieira e Antonio Calloni, entre outros.

Embora não tenha tido remake — infelizmente —, Dancin’ Days (1978) inaugurou o estilo de Gilberto Braga, marcado pela discussão dos valores da classe média e das elites urbanas. A trama, que girava em torno da rivalidade entre duas irmãs, a ex-presidiária Júlia Matos (Sônia Braga) e a socialite Yolanda Pratini (Joana Fomm), ditou moda e comportamentos sociais à época.

Dancin’ Days marcou a moda e fez com que discotecas se espalhassem por todo o país. A trama popularizou suas roupas de cetim e meias soquetes de lurex. A novela foi tema de uma reportagem da revista americana Newsweek, de 1978, que destacou a influência da atração sobre os hábitos de consumo dos telespectadores.

Dancin’ Days - TV Globo
Dancin’ Days – TV Globo

“Nesses 70 anos, a produção de novelas do Brasil cresceu de tal maneira que ultrapassou a Televisa. Criou-se uma linguagem muito própria, que hoje é consagrada no mundo inteiro”, reforça o colunista Flávio Ricco. Segundo o especialista, há ingredientes notórios que garantem a receita do sucesso da dramaturgia global: a boa produção, a possibilidade de gravar externas ou em estúdios, e autores e atores de qualidade. “Enquanto que, na Televisa, só eram gravadas cenas de estúdio e com qualidade artística duvidosa”, completa.

Década de 1980

Fim das atividade da Tupi. Surgimento da TV Manchete e SBT. Além da explosão de programas infantis, humorísticos e de auditório. Sem falar nos bolões para descobrir quem matou Odete Roitman. A década de 1980 pode ter deixado muitos telespectadores zonzos. Trinta anos desde a sua inauguração, a TV brasileira finalmente pôde ser chamada de veículo de massa. De acordo com o censo nacional da época, o crescimento do número de residências com aparelhos de TV, de 1960 a 1980, teve salto de mais de 1.272%.

O segundo semestre de 1980 começou com a cassação da concessão de todos os canais da Rede Tupi, de propriedade do grupo Diários Associados, por corrupção financeira e dívidas com a Previdência Social. No dia 23 de julho, foi aberta concorrência para a exploração de duas novas redes de TV, que surgem das sete concessões que pertenciam à Tupi, à Excelsior, de São Paulo, e à TV Continental, do Rio de Janeiro. A primeira é confiada ao empresário e animador Silvio Santos, que fundou, em 1981, o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). A segunda é entregue ao empresário Adolpho Bloch, que inaugurou a TV Manchete, em 1983.

A década de 1980 também foi responsável por apresentar aos espectadores apresentadores que viraram ícones da TV brasileira. É o caso de Maria das Graças Meneghel, que, em 1983, estreava o programa infantil Clube da Criança, na Manchete. O sucesso com os pequenos fez a loira ser convidada, com apenas três anos da estreia da atração, para a Globo. Em 1986, ela lança o Xou da Xuxa. Nascia, então, a Rainha dos Baixinhos.

Xou da Xuxa - TV Globo
Xou da Xuxa – TV Globo

De autoria de Silvio de Abreu, Guerra dos Sexos (1983) reuniu dois ícones do teatro brasileiro, Fernanda Montenegro e Paulo Autran, cujos personagens viveriam um antagonismo sem tréguas. Tornaram-se antológicas as brigas entre os dois, no melhor formato pastelão, com direito até a torta na cara. A novela sofreu com a censura, que considerava “imorais” várias cenas e diversos diálogos. O autor, mesmo em meio à queda do regime militar, precisou ir diversas vezes a Brasília para discutir os cortes dos censores. O romance de Fábio (Herson Capri) e Juliana (Maitê Proença), por exemplo, desagradou porque ele era um homem casado. Por ser emancipada, a personagem Vânia (Maria Zilda) também não foi bem vista. Com o decorrer da trama, o teledramaturgo conseguiu impor seu ponto de vista.

Guerra dos Sexos - TV Globo
Guerra dos Sexos – TV Globo

Eliamary Silva da Silveira, conhecida como Mara Maravilha, apresentou na década de 1980, antes de ter seu próprio programa nacional pelo SBT, o Clube do Mickey. Por três anos, foi jurada do Show dos Calouros, de Silvio Santos, Em 1987, conquistou fama nacional com a atração destinada ao público infantil e emplacou vários sucessos nas rádios do país.

Um dos primeiros seriados voltados para o público jovem, da TV Globo, foi a Armação Ilimitada, de 1985. Com Kadu Moliterno, André Di Biase, Andrea Beltrão, Jonas Torre e Francisco Milani, a produção misturava aventura e esportes, além de outros temas típicos da Zona Sul do Rio de Janeiro. Sátira à exploração política e comercial da fé popular, Roque Santeiro marcou época apresentando uma cidade fictícia como um microcosmo do Brasil. Além de Lima Duarte, na pele de Sinhozinho Malta; Regina Duarte, como a Viúva Porcina; e José Wilker, intérprete de Roque Santeiro; também fizeram parte do elenco Maurício Mattar, Claudia Raia e Patrícia Pillar.

Roque Santeiro - TV Globo
Roque Santeiro – TV Globo

A eterna gracinha, Hebe Camargo, também estreou o seu famoso sofá em 1986, no canal de Silvio Santos. O programa de entrevistas ficou no ar por 24 anos no SBT. A atração só terminou em 2010, quando as relações contratuais entre as partes não foram resolvidas. Em seguida, a apresentadora se mudou para a Rede TV.

No ano seguinte, A Praça É Nossa, programa originalmente feito por Manuel da Nóbrega, ganhou a versão que há mais de três décadas diverte o público. Com Carlos Alberto de Nóbrega no comando, a atração do SBT revelou grandes humoristas.

Marco do humor da Globo, A TV Pirata chegou em 1988 fazendo sátiras políticas e sociais. O programa abriu espaço para muitos atores e atrizes, como Cláudia Raia, Regina Casé e Diogo Vilela. Transmitidos até 1992, os esquetes tinham como características principais o humor nonsense e eram produzidos por uma equipe de roteiristas que incluía Pedro Cardoso, Luís Fernando Veríssimo, os quadrinistas Laerte e Glauco, e integrantes do Planeta Diário e do Casseta Popular.

Em 26 de março de 1989, há 31 anos, foi ao ar pela primeira vez o Domingão do Faustão, comandado por Fausto Silva, recém-contratado pela Globo, vindo da Bandeirantes. No começo, mesmo com o auditório e as impagáveis tiradas do apresentador, a atração era bem diferente do modelo atual. Nada de bailarinas, Dança dos Famosos ou Ding Dong. Na estreia, faziam sucesso quadros como o Mano a Mano e o Controle Remoto, apresentado por Adriana Esteves. Atrás do comunicador, homens e mulheres apareciam dançando charme entre um entretenimento e outro.

Ainda em 1989, a TV Record mudou de dono e foi comprada pelo líder religioso Edir Macedo. Naquela altura, além da baixíssima audiência, o canal faturava apenas US$ 2,5 milhões por ano. Sem contar as dívidas que ultrapassavam US$ 20 milhões. De posse da emissora, o empresário mudou completamente o conteúdo e, ao longo dos anos, passou a investir em dramas bíblicos, telejornais populares e realities shows.

De agosto de 1989 a 31 de março de 1990, a novela Tieta, da TV Globo, também encantou os telespectadores. Isso graças ao enredo de superação da mocinha criada por Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares. Adaptação do romance Tieta do Agreste, de Jorge Amado, a novela é ambientada na fictícia cidade de Santana do Agreste, no Nordeste brasileiro. Além da protagonista, vivida por Claudia Ohana e Betty Faria, a produção apresentou nomes incríveis como Perpétua (Joana Fomm) – evidenciando os contrastes entre um Brasil liberal e outro conservador.

Década de 1990

A década de 1990 mostrou que não há limites na guerra pela audiência. Em busca do maior número de telespectadores, emissoras se desdobravam, muitas vezes, com atrações de gosto duvidoso para prender a atenção do público. Nos anos seguintes, 81% dos 39 milhões de lares do Brasil já possuíam televisão.

Na TV Manchete, em 1990, a novela Pantanal, de Benedito Ruy Barbosa, apresentou o pantanal mato-grossense. A trama fez enorme sucesso, não só pela defesa ecológica mas por romper com a linguagem tradicional das novelas. A calmaria do campo, em contraponto à barulheira dos centros urbanos da TV Globo, fez o folhetim liderar a audiência no horário das 21h30, com média de 40 pontos. O que elevou o faturamento da Rede Manchete em 30%.

Na tentativa de se recuperar no Ibope, a TV Globo apostou em programas de humor, como a Escolinha do Professor Raimundo (1990) e o Casseta & Planeta, Urgente! (1992). Enquanto o primeiro se alimentava de bordões e personagens atípicos, o segundo se pautava no sensacionalismo do jornalismo inverídico. Enquanto isso, o SBT colocava no ar o Programa Livre, de Serginho Groisman (1991) – a atração abria espaço para entrevistas e colocava jovens para debater temas como política e preconceito.

Em 1992, um crime aterrorizou a televisão brasileira. Em 28 de dezembro, a atriz Daniella Perez, filha da dramaturga Glória Perez, foi assassinada pelo então colega Guilherme de Pádua. Os dois viviam par romântico na novela De Corpo e Alma.

Em 1993, o SBT inaugurou o Domingo Legal, programa de auditório apresentado por Gugu Liberato (1959-2019). Também exibido no domingo, no mesmo horário do Domingão do Faustão, da TV Globo, em clara disputa por telespectadores. Nessa época, foram criados alguns dos quadros mais comentados no país, como a Banheira do Gugu e a dupla ET & Rodolfo, que invadia a casa de celebridades para acordá-las – por vezes, algumas eram flagradas sem roupa.

Gugu Liberato - SBT
Gugu Liberato – SBT

A novelinha Malhação estreou na Globo em abril de 1995, marcando a memória de muitos espectadores que acompanharam fielmente a trama de Mocotó, Héricles, Luiza, July, Bella, Romão e Dado, entre outros tantos personagens queridos. No dia 6 de janeiro do mesmo ano, foi aprovada a Lei do Cabo (nº 8.977), que regulamentava a TV por assinatura no país – abrindo espaço para um maior número de produções internacionais.

Na década de 1990, chegou ao Brasil a MTV, emissora com programação musical que existia nos Estados Unidos. Com ela, chegaram os VJs, nomes que, nos anos seguintes, se tornaram fortes na televisão.

Assim, o Brasil conheceu Astrid Fontenelle, Cazé Peçanha, Chris Couto, Marina Person, Babi Xavir. No início dos anos 2000, surgiram novos nomes, como Didi Wagner, Fernanda Lima, Daniela Cicarelli e Marcos Mion.

Em 15 de novembro de 1999, outra grande mudança no cenário televisivo. A Rede Manchete deixou de existir e foi substituída pela RedeTV!.

Década de 2000

Os anos 2000 marcaram a chegada do formato de reality show no Brasil. Houve uma verdadeira disputa entre Globo e SBT para ver qual emissora sairia na frente. Nessa nova “corrida espacial”, a emissora do clã Marinho lançou No Limite, em 2000. No ano seguinte, Silvio Santos promoveu a primeira Casa dos Artistas, e, em 2002, a concorrente colocou no ar a primeira edição do Big Brother Brasil, que vai para a 21ª temporada.

As duas emissoras travaram disputa judicial por conta da Casa dos Artistas. Detentora dos direitos do Big Brother, rejeitados por Silvio Santos, a Globo tentou impedir a realização do reality do SBT. Porém, entre desavenças e pedidos de indenização, o programa da emissora de Silvio, que contava com Alexandre Frota, Bárbara Paz e Supla, foi ao ar e se tornou um verdadeiro sucesso.

A TV Record demorou mais para se render ao formato. Mesmo assim, lançou em 2009 A Fazenda, que, atualmente, está na 12ª edição. O canal também comprou outras atrações, como o Dancing Brasil e o Power Couple.

“Quando se fez uso da criatividade e do poder de realização do profissional brasileiro, sempre deu bom resultado e ainda dá e dará bons resultados. Claro que a televisão mais recente baseou-se em alguns formatos de fora. Mas é uma coisa muito limitada. A cada 20 ‘enlatados’, dois dão certo. Mesmo os realities importados, quando chegam ao Brasil e vão para as mãos de gente competente, sempre melhoram. O próprio BBB tem uma cara própria”, opina Flávio Ricco.

O apresentador Serginho Groisman também guarda boas recordações de 2000, ano de estreia do programa Altas Horas, na Globo. Já no piloto, a atração mostrava a que veio, promovendo encontro inédito entre Cássia Eller e Elza Soares.

Serginho Groisman na TV Globo
Serginho Groisman na TV Globo

Em 2001, a Globo lançou uma reinterpretação de A Grande Família, exibida originalmente em 1972. A série, criado por Max Nunes e Roberto Freire e roteirizado por Oduvaldo Vianna Filho e Armando Costa, exibiu 485 episódios. Seu longa-metragem chegou aos cinemas em 26 de janeiro de 2007.

Custe o Que Custar, mais conhecido por CQC, foi um dos programas de humor mais bem-sucedidos da TV nacional nos anos 2000. Exibido pela Bandeirantes de 2008 a 2015, o humorístico teve oito temporadas e 339 episódios. Composta por três apresentadores fixos e uma equipe de repórteres, a atração notabilizou-se pelo humor ácido, especialmente nas sátiras e críticas políticas. Passaram pela bancada do CQC Marcelo Tas, Rafinha Bastos, Dan Stulbach, Marco Luque, Rafael Cortez, Monica Iozzi e Oscar Filho.

Inspirada pelo caso do menino Pedrinho, roubado ainda na maternidade, em Brasília, a novela Senhora do Destino (2004) foi a primeira do autor Aguinaldo Silva a trocar o tom fantástico por um texto mais realista. A vilã Nazareth, de Renata Sorrah, ainda hoje é endeusada nas redes sociais com uma infinidade de memes.

A escritora Glória Perez também marcou a década, com dois sucessos que exploravam o Oriente: O Clone (2001-2002) e Caminho das Índias (2009). Este último ganhou o Emmy Internacional 2009, na categoria de melhor telenovela.

Década de 2010

Os anos 2010 foram incríveis para a TV brasileira. Uma variedade imensa de programas tomou conta do Brasil, com o melhor dos realities shows, como BBB, A Fazenda e Power Couple. No quesito novelas, Avenida Brasil (2012) tornou-se um ícone da teledramaturgia brasileira. A chegada do streaming, como a Netflix, levou os empresários donos dos canais de TV a repensarem suas fórmulas.

Na última década, um grupo de humoristas criou o Comédia MTV, mostrando como a TV poderia rir de si mesma. De lá, saíram Marcelo Adnet, que repetiria a fórmula no Tá no Ar: A TV na TV, e no Fora de Hora; Dani Calabresa; Tatá Werneck; e Bento Ribeiro.

Tá no Ar: A Tv na TV - MTV
Tá no Ar: A Tv na TV – MTV

A evolução tecnológica fez surgir uma espécie de televisão dentro da internet. Sem as amarras do meio, a novidade criou as mais profundas mudanças no consumo de entretenimento audiovisual. Em 2011, por exemplo, a Netflix abriu operações no Brasil ainda com catálogos de filmes. Dois anos depois, o serviço se popularizou com a criação de séries como House of Cards e Orange Is The New Black.

House of Cards - Netflix
House of Cards – Netflix
info

Também foi em 2012 que um grupo de comediantes virou o entretenimento de cabeça para baixo: Antonio Tabet, Fabio Porchat, Gregório Duvivier, Clarice Falcão, Ian SBF e João Vicente fundaram o canal Porta dos Fundos, que ostenta a marca de 16,2 milhões de seguidores no YouTube. Além de ter incursões pela televisão fechada e cinema.

De acordo com Nilson Xavier, autor do Almanaque da Telenovela Brasileira, os serviços on-demand tiveram impacto significativo no setor. Pontua ainda que os reflexos continuarão sendo sentidos nos próximos anos. “A televisão acompanha a sociedade, logo a TV aberta passa a agregar as qualidades do streaming aprovadas pelo público, até como forma de sobrevivência”, assinala o especialista, em entrevista ao Metrópoles.

Para Xavier, a fusão com a internet é o futuro do meio. “A programação da TV continuará como sempre a conhecemos, com jornalismo, esporte, dramaturgia, humor, variedades e realities shows. O que mudará, segundo acredito, será a maneira de ofertar esses produtos. Acho que os dias estão contados para a grade fixa e engessada como a conhecemos. O público exige cada vez mais o cardápio de opções para assistir quando e onde bem desejar”, destaca o autor do almanaque.

info
DIRETORA-EXECUTIVA
Lilian Tahan
EDITORA-EXECUTIVA
Priscilla Borges
EDITOR-CHEFE
Otto Valle
COORDENAÇÃO
Olívia Meireles
EDIÇÃO
Luiz Prisco
REPORTAGEM
Raquel Martins Ribeiro
REVISÃO
Viviane Novais
EDICÃO DE ARTE
Gui Prímola
DESIGN
Moisés Dias
EDIÇÃO DE FOTO
Daniel Ferreira
TECNOLOGIA
Allan Rabelo
Saulo Marques
André Marques