O Metrópoles distribuiu 72 rastreadores para acompanhar, durante 30 dias, os caminhões da cidade. O resultado é impressionante: um terço dos dejetos que poderiam ser reaproveitados se perdem a caminho dos centros de triagem de lixo

Lucas Marchesini

13/06/2021 5:00

Pulitzer Center

*Esta reportagem foi produzida em parceria com o Pulitzer Center

O gesto é automático. Quando abrimos um pacote, consumimos o conteúdo e a embalagem vai direto para o lixo. Longe dos olhos, aquele rejeito provavelmente não receberá mais atenção. Da lixeira de casa, ele vai para o caminhão de coleta e, de lá, parte para um destino desconhecido. A história desse produto, entretanto, não vai terminar ao ser descartado.

A vida útil de uma embalagem jogada fora poderia se prolongar muito mais caso fosse reaproveitada, o que seria um ganho para toda a sociedade. De todo o lixo gerado no Brasil, cerca de 40% poderiam ser reaproveitados de acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020, realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Isso significa que pouco menos da metade do que é jogado fora poderia ser reintroduzido no ciclo produtivo em vez de ir para aterros sanitários ou pior, lixões. Todavia, do total de resíduos, apenas 4% são reciclados.

Um plástico demora cerca de 500 anos para se decompor na natureza, ou seja, o primeiro produto feito do material ainda está rondando em algum lugar. A escova de dente também ilustra muito bem o problema: tente se lembrar da primeira que você usou, pois ela ainda existe e provavelmente está em algum lixão ou aterro sanitário. Não é só o plástico que demora para se desfazer, uma lata de alumínio pode levar entre 100 e 500 anos.

Crédito: Igo Estrela/Metrópoles

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Crédito: Igo Estrela/Metrópoles

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Esse lixo todo precisa ser armazenado e isso ocupa espaço e custa dinheiro. Apenas em 2020, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) teve um orçamento de R$ 468 milhões. A solução mais viável para diminuir o tamanho do problema é a reciclagem. O método permite reaproveitar os materiais descartados e gerar renda, já que muitos deles não perdem valor ao serem jogados fora.

Para investigar a questão, o Metrópoles decidiu seguir o caminho do lixo. Ao todo, 72 rastreadores foram acondicionados dentro de materiais recicláveis (papel, plástico e metal) e posteriormente jogados fora.

A equipe de reportagem espalhou os aparelhos em 23 regiões administrativas ao longo de dezembro seguindo as recomendações de locais e horários da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) para a coleta seletiva.

Crédito: Igo Estrela/Metrópoles

Os aparelhos selecionados foram o TKStar 905, que tem autonomia de até um mês e é resistente à água. A aquisição deles foi possível graças ao apoio do Pultizer Center for Crisis Reporting, fundação dos Estados Unidos que apoia projetos inovadores de jornalismo em todo o mundo.

Ao longo de um mês e meio, a equipe de reportagem acompanhou os rastreadores para ver onde iam parar. Desse total de 72 aparelhos, 28 conseguiram enviar um sinal ao chegarem ao seu destino. Os demais ficaram incomunicáveis em algum momento do trajeto, provavelmente porque estavam embaixo de uma pilha muito grande de resíduos contendo metal.

Dos 28 rastreadores analisados, nove (32%) pararam no aterro sanitário mesmo tendo sido descartados da forma correta. Um deles chegou a passar por um centro de triagem. Outros 15 (54%) foram encontrados nas usinas de triagem e não emitiram mais nenhum sinal depois disso.

Os quatro restantes enviaram sinais de dois lugares diferentes em que não havia nenhum equipamento da SLU. A reportagem visitou os dois locais, mas não conseguiu encontrar os rastreadores, apesar de ter identificado diversos acúmulos de lixo em ambos os pontos.

A investigação mostra que mesmo que o lixo seja descartado corretamente ainda há mais de um terço de chance de não ser reciclado. As razões para isso acontecer são muitas, porque o setor da coleta seletiva é complexo. Para entender melhor a questão, é preciso seguir o caminho dos resíduos: desde a hora em que ele sai da casa do consumidor até quando chega a seus destinos possíveis.

72 rastreadores foram espalhados pela cidade

28 conseguiram enviar um sinal ao chegarem ao seu destino

9 pararam no aterro sanitário mesmo tendo sido descartados da forma correta

15 passaram pelas usinas de triagem e não emitiram mais nenhum sinal depois disso

4 restantes enviaram sinais de lugares onde não há nenhum equipamento da SLU

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Pontos rastreados

Como é a coleta seletiva

Antes de começar a viagem, é preciso saber todos os passos da coleta seletiva. No Distrito Federal, três empresas e 11 cooperativas de catadores recebem para realizar o serviço.

Os contratos assinados em 2019 com as três empresas previam o gasto anual de R$ 22,9 milhões. O valor pode variar, pois é calculado em cima de cada viagem realizada por um caminhão da coleta seletiva. Já as cooperativas receberam R$ 69,5 milhões no ano passado.

Os resíduos coletados são encaminhados para centros de triagem onde trabalham 18 cooperativas de catadores. Em seis casos, os grupos participam tanto da coleta quanto da separação dos rejeitos.

Nos centros de triagem, o resíduo reciclável é separado manualmente dos outros tipos de rejeito. Os cooperados que realizam esse processo têm a renda proveniente dos contratos assinados com o Governo do Distrito Federal e da venda do lixo reciclável. O material que não pode ser reutilizado vai para o Aterro Sanitário de Samambaia.

Crédito: Igo Estrela/Metrópoles

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Em todas essas etapas, há problemas que precisam ser resolvidos para que o percentual de reciclados aumente. A coleta de rejeitos é um sistema complexo, cuja responsabilidade precisa ser compartilhada por todos os setores da sociedade. As soluções também passam por produtores de lixo, consumidores, poder público e os integrantes do sistema de coleta.

“Não tem solução fácil porque é uma cadeia de reciclagem que envolve as pessoas, as empresas, a dinâmica da cidade e a oferta de equipamento. Se há uma falha em algum ponto no sistema, o caminho pode ser desviado, e o lixo corre o risco de parar em aterros sanitários”, resumiu Jack Cruz, biólogo e mestrando pela Universidade de São Paulo (USP).

Primeira parada: O consumidor

A primeira medida para melhorar os índices de reciclagem no Distrito Federal e no Brasil começa em casa. Basta separar os resíduos da forma correta antes de descartá-los. O ideal é utilizar sacos diferentes para separar o lixo seco — aquele que é reciclável — dos outros rejeitos. “A qualidade da separação ainda é muito ruim, pois são misturados os secos com orgânicos e não recicláveis”, apontou a SLU.

Essa mudança comportamental não acontece da noite para o dia. É necessário muita conscientização, por isso a educação ambiental tem se tornado tão fundamental. As pessoas precisam saber a importância da reciclagem e também como fazê-la.

Para Jack Cruz, quando há um problema na cadeia, não faz sentido concentrar a responsabilidade apenas no consumidor final. “A política de educação ambiental está muitas vezes focada em culpabilizar o cidadão. O discurso é voltado para o indivíduo quando os problemas são estruturais, que precisam de incentivos maiores para serem resolvidos”, avalia.

A professora do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS), da Universidade de Brasília (UnB), Izabel Cristina Zaneti aponta que o Distrito Federal tem a maior renda média do país e, portanto, poderia reciclar mais.

“O governo poderia reforçar a educação ambiental. Brasília já tem o aterro sanitário para destinação final, está implementando coleta seletiva e tem os galpões dos catadores. Falta ajudar esse conhecimento chegar ao público e conscientizá-lo da sua parte nesse processo”, disse.

Um estudo feito pela Abrelpe em parceria com o Ipobe, publicado em 2017, traz um retrato do problema. Os pesquisadores perguntaram se os entrevistados consideravam a coleta seletiva um assunto importante, e 98% responderam que sim. Em seguida, questionaram se os participantes faziam alguma ação em prol da reciclagem, e 75% responderam que não. “Ao serem indagados sobre o porquê disso, mais da metade disse que não tinha informação suficiente de como fazer”, apontou o diretor-presidente da entidade patronal, Carlos Silva Filho.

Foto coleta de lixo
Crédito: Igo Estrela/Metrópoles

Além de separar os resíduos em casa, também é necessário que sejam descartados da forma correta. Para isso, os sacos de lixo devem ser colocados nos locais e horários adequados — essas informações estão disponíveis no site da SLU. Caso contrário, os caminhões que realizam a coleta normal irão recolher os sacos que deveriam ir para a seletiva, anulando o esforço anterior de separar os diversos tipos de rejeitos.

Para resolver a questão, a Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat) ressalta a importância de campanhas educativas. De acordo com a mobilizadora da entidade, Aline Sousa da Silva, é necessário promover de forma assídua campanhas educativas de conscientização ambiental nos maiores veículos de comunicação TVs, rádios, jornais e redes sociais.

A conscientização sozinha, entretanto, não basta em um país tão desigual quanto o Brasil. Na maioria das periferias e das favelas, não existe um sistema de gestão de resíduos efetivo, há lugares em que sequer tem saneamento básico. “Se o caminhão do lixo não chega perto da casa do cidadão, ele vai se livrar dos resíduos de qualquer jeito”, aponta Jack Cruz.

Foto Coleta de lixo

Crédito: Igo Estrela/Metrópoles

Segunda parada: A coleta seletiva

A próxima parada é o caminhão de lixo. Depois de o lixo ter sido separado e descartado, vem a coleta seletiva — caso você more em um lugar onde o serviço chega. De acordo com a Abrelpe, são 4.070 municípios, dos 5.570, que oferecem alguma modalidade do serviço. O número representa 73% do total e cresceu desde 2010, quando a coleta era feita em 3.152 cidades.

O percentual não é o mesmo para todas as regiões do país. A lanterna é do Centro-Oeste, onde menos da metade (48,6%) dos municípios realizam a coleta seletiva. Na outra ponta está o Sul, com 90,9% das cidades oferecendo o serviço.

Esses números, entretanto, são apenas parte do retrato de que não basta ter a coleta seletiva, é necessário que ela seja feita corretamente. A reportagem revela que mesmo sendo descartado da maneira certa no Distrito Federal, ainda há o risco de o lixo reciclável terminar no Aterro Sanitário de Samambaia. Esse foi o destino de nove rastreadores descartados pela reportagem.

Os equipamentos que terminaram no aterro foram deixados em oito regiões diferentes: Brazlândia, Candangolândia, Cruzeiro Novo, Itapoã (dois casos), Lago Norte, Recanto das Emas, Santa Maria e Sudoeste. Eles estavam dentro de embalagens de papel, latas de metal e sacolas plásticas. No caso de Brazlândia, o rastreador passou por um centro de triagem antes de chegar ao aterro. Assim, não é possível saber se ele foi separado da lata de metal em que estava acondicionado ou se continuou dentro dela.

Questionada sobre a situação, a SLU reconheceu que há a possibilidade de o lixo reciclável ir parar no aterro sanitário mesmo tendo sido descartado da maneira correta, mas apontou que dificilmente isso aconteceria.

“Se o morador colocar o seu resíduo reciclável no dia e horário corretos, dificilmente ele vai parar direto no aterro sanitário. O processo só dá errado quando há um atraso nas rotas das empresas prestadoras de serviço ou o cidadão dispõe os resíduos no dia e horário errados”, disse o órgão.

Crédito: Rafaela Felicciano/Metrópoles

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Crédito: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Crédito: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Suma, empresa responsável pela coleta seletiva no Recanto das Emas, disse que a coleta seletiva foi realizada normalmente no dia em que o rastreador foi jogado fora. “Ao passar pela triagem, o aparelho talvez tenha sido separado e encaminhado para o aterro sanitário, com os rejeitos da Cooperativa. Não é possível que o caminhão da coleta seletiva tenha ido diretamente para o aterro, uma vez que não é permitida a entrada de caminhões da coleta seletiva no local”, acrescentou a companhia.

Questionada sobre a possibilidade de o caminhão de lixo comum ter pegado o saco destinado à coleta seletiva, a empresa respondeu que “coleta ‘normal’ é realizada nas segundas, quartas e sextas, durante o dia”.

Terceira parada: Triagem

A próxima etapa do caminho de lixo são os centros de triagem, onde os reciclados são separados dos outros rejeitos. A reportagem visitou um deles, o do PSul. Lá, dezenas de pessoas fazem a triagem do lixo que passa por uma esteira elétrica. Elas são responsáveis por identificar todos os tipos de material que podem ser reaproveitados no Distrito Federal.

Como é possível ver, o processo é completamente manual e está sujeito a falhas. Quanto mais misturado estiver o lixo reciclado com outros tipos de rejeitos, maior a possibilidade de que algo passe batido pelas pessoas responsáveis pela triagem. Dessa forma o material reciclável pode terminar no aterro sanitário.

O SLU tem nove centros em operação espalhados pelo DF. Ao todo, 15 rastreadores foram parar em seis deles, localizados na Asa Sul, Cidade do Automóvel, no Gama, em Sobradinho 2, Taguatinga e Brazlândia.

Foto Coleta de lixo

Crédito: Igo Estrela/Metrópoles

A triagem é toda feita por pessoas que participam de cooperativas — cerca de 60% dos catadores do DF trabalhavam no lixão da Estrutural, hoje desativado. O lixo é a fonte primária de renda para a maioria dessas famílias, por isso os resíduos recicláveis que vão parar no aterro sanitário equivalem a dinheiro jogado no lixo.

O Anuário da Reciclagem feito pela Ancat aponta que a renda média dos catadores cooperados no Brasil é de R$ 932,19. No Distrito Federal, é um pouco menor e gira em torno de R$ 844,89.

A presidente da Plasferro, uma das cooperativas atuantes no DF, Mara Maria de Jesus reclama da pouca quantidade de lixo que tem chegado aos centros de triagem desde o início de 2021. “A SLU alega que não há lixo suficiente. Mas isso não é verdade, o problema está na logística. É obrigação do órgão trazer os resíduos para a cooperativa”, apontou.

Foto Coleta de lixo

Para Aline Sousa, o governo precisa promover campanhas educativas sobre reciclagem. Crédito: Rafaela Felicciano/Metrópoles

De acordo com dados da SLU, a quantidade de lixo reciclável produzida no DF realmente aumentou até o fim de 2020. O órgão ainda não disponibilizou os números relativos a este ano. Mara Maria e os outros cooperados sofrem com a falta de material para ser vendido. “É triste chegar no fim do mês e não ter dinheiro para pagar o aluguel. Se não tiver mais renda nos centros de triagem, as famílias vão catar na rua”, prosseguiu.

Foto Coleta de lixo

Crédito: Igo Estrela/Metrópoles

Esses catadores são chamados de avulsos por não serem membros de nenhuma cooperativa. Eles realizam todo o serviço por conta própria, arcando com os custos e os riscos da atividade. É comum vê-los pelas ruas do Distrito Federal procurando materiais de algum valor em meio às latas de lixo. Além de todos os problemas sociais que acompanham a informalidade e a precariedade de uma situação como essa, isso gera, também, desafios para o sistema de coleta seletiva.

“Para ganhar escala e ampliar o aproveitamento dos recicláveis, é necessário haver coleta em massa e não pontual, como é feita hoje em algumas situações”, acredita Carlos Silva Filho, diretor-presidente da Abrelpe, que representa as empresas de coleta de lixo. Para a associação, os catadores precisam estar no processo de triagem, de separação e reinserção desses materiais no ciclo produtivo.

Foto Coleta de lixo

Crédito: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Ancat discorda e defende que as cooperativas participem também da coleta. “É necessário realizar a contratação dos catadores para os serviços de coleta seletiva e triagem, processamento e comercialização dos materiais recicláveis”, diz a associação em nota. Eles apontam a questão como uma das soluções também para o DF.

“Os catadores são atores importantes dentro da economia. É preciso reconhecer a essencialidade do trabalho deles e incluí-los na remuneração de prestação de serviços”

Roberto Laureano, presidente da Ancat

Apesar das divergências sobre o papel dos catadores no setor, há consenso a respeito do impacto que a desigualdade social tem na geração e na coleta de lixo.

“Os catadores prestam importante serviço ambiental para a população, e mais de 90% dos materiais que são reciclados no Brasil passam pelas mãos deles”, disse o pesquisador Jack Cruz. O especialista aponta, entretanto, que a categoria não é vista pela sociedade e pelo governo. “Eles são invisíveis, e quando falam sobre eles é com tom de ‘coitadinho’. Os discursos em torno da atividade são negativos, mas o que eles estão fazendo é trabalhar”, diz.

Foto Coleta de lixo

Crédito: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Carlos Silva Filho, diretor-presidente da Abrelpe, também critica essa visão. “No Brasil, as cooperativas de catadores são vistas como projetos sociais e não como um setor importante da economia”, disse.

Depois de triado, empresas utilizam o material — que antes era lixo — como matéria-prima para novos produtos. O DF enfrenta um desafio particular, pois não há indústria para comprar os resíduos. “É preciso levá-los para São Paulo ou Anápolis, e o reciclado fica mais caro”, apontou a pesquisadora da UnB Izabel Cristina.

O diretor-presidente da Abrelpe conclui: “Se não tiver a parte final, que vai transformar o resíduo em nova matéria-prima, a reciclagem não acontece”.

Os novos caminhos para o lixo

Depois dessa jornada, qual o futuro do lixo no Brasil? De acordo com especialistas, é necessário valorizar a reciclagem e considerá-la uma atividade essencial para o país, tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. Mas para isso é necessário investimento.

“O Brasil não tem uma estrutura para incentivar o retorno desses materiais. É preciso, por exemplo, criar benefícios tributários para quem usa matéria-prima reciclada”, disse Carlos Silva Filho, o diretor-presidente da Abrelpe.

A atuação do governo deveria começar com as fábricas produtoras de embalagens. “Hoje, a indústria não tem responsabilidade pelo retorno do material, usado na produção, ao ciclo produtivo. Esse comportamento contraria a Logística Reversa prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos”, analisou a SLU, em nota. A superintendência citou como exemplos embalagens de biscoitos, plásticos coloridos, vidros e tubo de pasta de dente.

Foto coleta de lixo
Crédito: Igo Estrela/Metrópoles

Para Jack Cruz, o lixo deveria ser tratado como um problema social e não individual. “O setor público precisa incentivar as empresas que trabalham no setor a melhorar a qualidade de vida dos catadores. Além disso, é importante financiar campanhas educativas para o consumidor conhecer o processo e a destinação dada a esse material”, avaliou o biólogo e educador ambiental. Para isso, é necessária uma atuação mais forte do governo federal.

“A política nacional é muito bem-feita, foram 20 anos de discussão. Agora é botar em prática. Tem que ter investimento e vontade política de fazer”, resumiu a pesquisadora da UnB Izabel Cristina. O Ministério do Meio Ambiente, procurado pela reportagem em 2 de fevereiro, não respondeu ao pedido de entrevista para explicar os planos atuais do governo federal relativos ao tema.

O Brasil vai avançando lentamente rumo a um futuro mais sustentável. Em 2010, 56,8% dos resíduos tinham um destino adequado e, uma década depois, esse percentual é de 59,5%. A pesquisa considera que teve um “destino adequado” o rejeito que chega a um aterro sanitário, o número não leva em conta o material reciclado. A reciclagem no período permaneceu em torno de 4% do total de lixo gerado.

Selecione onde o rastreador foi jogado fora para ver a rota do lixo

SHIS QL 8 Conjunto 5

Rotas que foram finalizadas:(Aterro Sanitário)

  • Itapoã:
    • Del Lago II
    • Q 3
  • Lago Norte:
    • SHIN QL 1 Conjunto 7
  • Recanto das Emas:
    • Quadra 801
  • Sudoeste:
    • SQSW 101
  • Candangolândia:
    • Administração
  • Brazlândia:
    • Estrada Parque Contorno
  • Cruzeiro Novo:
    • QRSW4
  • Santa Maria:
    • Avenida Alagado

Rotas que foram finalizadas:(Centro de triagem)

  • Gama:
    • Ciclovia Gama
  • Park Way:
    • Epia
  • Candangolândia:
    • Estrada Parque Dom Bosco
  • Riacho Fundo:
    • Estrada Parque do Ipê
  • Paranoá:
    • Setor de Oficinas
  • São Sebastião:
    • Conjunto 14
  • Sudoeste:
    • SQSW 304
    • Terceira Avenida
  • Varjão:
    • Quadra 1
  • Sobradinho 1:
    • Sobradinho 1
  • Sobradinho 2:
    • PCS 037
  • Asa Sul:
    • SQS 208
  • Taguatinga:
    • Centro de Ensino Médio 03
  • Brazlândia:
    • Avenida Principal
    • Em frente a Polícia Civil 18 DP

Rotas que não foram finalizadas:

  • Asa Norte:
    • CLN 111
    • CLN 215
    • SQN 215
  • Asa Sul:
    • CLS 306
    • SGAS 914
  • Candangolândia:
    • QR2
  • Ceilândia:
    • EQNN 21/23
    • QNO 13
    • Via MN2
  • Cruzeiro Novo:
    • Quadra 2
    • Quadra 701
  • Gama:
    • Av. Contomo
    • Skatepark
  • Guará:
    • Estrada Parque Ceilândia
    • QE 46
    • QI 33
  • Itapoã:
    • Itapoã
  • Lago Norte:
    • CA 7
    • SHIN QL 6 Conjunto 5
  • Lago Sul:
    • SHIS QI 9 Conjunto 4
    • SHIS QL 8 Conjunto 5
    • SHIS QL 12 Conjunto 13
  • Núcleo Bandeirante:
    • Museu Vivo da Memória Candanga
    • Setor de Postos e Motéis Sul
    • Vila Cauhy
  • Paranoá:
    • Condomínio Privê Morada Sul
    • Conselho Tutelar do Paranoá
  • Park Way:
    • Park Way
    • SMPW Quadra 26
  • Recanto das Emas:
    • Quadra 403
    • Recanto das Emas
  • Riacho Fundo:
    • CAUB 2
    • QC 6
  • Samambaia:
    • Conjunto 1
    • PEC 304
    • QS 402
  • Santa Maria:
    • Qd. 118
    • QRI 28
  • São Sebastião:
    • Rua 04
    • Rua 41A
  • Sobradinho 1:
    • Conjunto G
    • Quadra 10
  • Sobradinho 2:
    • Quadra 39A
  • Taguatinga:
    • CSG04
    • Taguatinga
  • Varjão:
    • Varjão
    • Varjão 2
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Aterro

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Centro de triagem

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Por onde o
caminhão passou

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Ponto Inicial

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Ponto Final

DIRETORA-EXECUTIVA
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EDITORA-EXECUTIVA
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EDITOR-CHEFE
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COORDENAÇÃO E EDIÇÃO
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REPORTAGEM
Lucas Marchesini
REVISÃO
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EDICÃO DE ARTE
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EDIÇÃO DE VÍDEO
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Michael Melo
FOTOGRAFIA
Igo Estrela
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TECNOLOGIA
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