O Metrópoles se desafiou a contar a história de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal em 2019. Foram 365 dias monitorando os casos ocorridos em Brasília e em suas regiões administrativas a partir dos registros da Secretaria de Segurança, do Ministério Público, do Corpo de Bombeiros Militar e das polícias Civil e Militar. Publicamos perfis de 33 mulheres com níveis sociais completamente diferentes, mas conectadas por uma realidade em comum: foram vítimas do ciclo de violência atrelado à cultura machista.
Os assassinos eram pessoas com quem as vítimas deveriam se sentir seguras. Entre os feminicidas, estão namorados, maridos, ex-companheiros, irmão, cunhado, filho, sobrinho e até um vizinho. Em apenas três casos o algoz era desconhecido. Na trajetória de vida de cada uma dessas mulheres, é possível mapear a escalada da violência. A morte chegou para elas após dias ou décadas de ameaças. Esse padrão de comportamento fica ainda mais claro a partir do levantamento de histórias e dados feito pelas nossas 31 repórteres.
mulheres vítimas de feminicídio no df em 2019
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Para encerrar o projeto Elas por Elas, apresentamos os números coletados durante um ano de apuração. Depois de conversar diariamente com especialistas, sobreviventes, órfãos e famílias feridas, chegamos a uma conclusão: apesar de as leis Maria da Penha e do feminicídio serem importantes na punição desses criminosos, elas não são suficientes para cessar esse tipo de violência. Acabar com a cultura machista é a única forma de salvar futuras vítimas. Por isso, a discussão sobre masculinidade tóxica precisa estar nas salas de aula e nas conversas em volta da mesa de jantar.
Os números de violência contra a mulher são aterrorizantes: 16.954 boletins de ocorrência, enquadrados na Lei Maria da Penha, foram registrados em delegacias do DF; 89 vítimas sobreviveram a tentativas de feminicídios; e 33 ataques resultaram em morte. Os dados superaram os de 2018. Por isso, o Metrópoles se compromete a publicar matérias sobre esse tema a fim de alertar mulheres em situações de vulnerabilidade e, sobretudo, de chamar a atenção das autoridades para a questão. Não aceitamos perder nossas vidas para esse machismo desenfreado.
33 mulheres
Algumas compartilham, além da história trágica, sobrenomes:
A vítima mais idosa tinha 69 anos
Diva Maria
a mais nova tinha 20 anos
Letícia Melo
A média de idade das vítimas é de 40 anos
Os feminicídios aconteceram em 17 regiões do DF
Quantidade de feminicídios
- 0
- 1
- 2
- 3
- 4
Plano Piloto é a região onde as mortes mais aconteceram.Foram 4
Paranoá, Planaltina, Santa Maria, Sobradinho e Taguatinga ficam logo atrás, com 3 em cada
Setembro foi o mês mais violento. Foram seis feminicídios
Agosto vem logo depois, com cinco
Todos os casos, sem exceção, são marcados pela crueldade:
os maridos são os que mais matam
o suspeito mais novo tem 20 anos
Luiz Filipe Alves
o mais velho tem 82 anos
José Bandeira da Silva
A média é de 40,4 anos
situação dos suspeitos
Os números de violência contra a mulher também chamam a atenção
em 2019, foram: