Pablo Henrique Nunes observa o colete à prova de balas e, instantaneamente, retorna ao dia 18 de janeiro de 2019. Nessa data, durante a tarde, uma chuva fina caía sobre a BR-319, estrada que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM). Dentro de um carro-forte, o vigilante de 36 anos e três companheiros de trabalho viram a tranquila viagem ser interrompida por uma rajada de fuzil.
Em plena luz do dia, oito bandidos fortemente armados, num Renault Duster e em uma Caminhonete S-10, metralharam o blindado em que Pablo estava até o veículo perder força e parar em uma propriedade rural. Os seguranças da empresa Prossegur desembarcaram e reagiram. Com espingardas calibre 12 e revólveres .38, tentaram enfrentar o bando, que estava munido com arsenal de guerra.
IDADE: 36 anos
LOCAL DO ATAQUE: Porto Velho
Ficou cego ao levar um tiro de fuzil no rosto
No combate desigual, um tiro atingiu o rosto de Pablo. A bala rompeu a têmpora, saiu na altura da sobrancelha e tirou para sempre a visão do olho esquerdo do morador de Porto Velho (RO). Embora tenha ficado cego de um lado e perdido parcialmente os movimentos da face, a maior dor do agora ex-profissional de segurança privada é recordar-se do amigo Jairo Leite, 45 anos, abatido no mesmo confronto.
Alvejado no fêmur, Jairo resistiu por uma semana internado em um hospital na capital de Rondônia, mas morreu em decorrência de uma infecção generalizada.
“Ele foi um herói. Enfrentou os ladrões e deu cobertura para que os outros companheiros voltassem ao carro-forte e me socorresse em segurança. Eu já me sentia praticamente morto, estava sem forças e completamente ensanguentado”, narra Pablo, com lágrimas nos olhos.
Ataques acarros-fortes
Entre 2015 e 2018, o aumento de óbitos foi de 233% e o de feridos, 70%
0 Vigilantes mortos
0 Vigilantes feridos
Locais deataques acarros-fortes
Navegue e conheça 126 atentados contra blindados ocorridos nos últimos anos
11 de março de 2019
SP-318, São Carlos, São Paulo
Criminosos perseguiram um carro-forte da Protege. O motorista conseguiu fugir por alguns quilômetros, mas se deparou com um caminhão em chamas que bloqueava a estrada. Os vigilantes desembarcaram e se renderam. Os ladrões explodiram o blindado e levaram cerca de R$ 2 milhões.
12 de março de 2019
SP-304, Piracicaba, São Paulo
A destreza do motorista do blindado impediu a quadrilha de realizar o assalto. Um grupo camuflado perseguia e metralhava o carro-forte até o condutor da transportadora de valores fazer uma manobra providencial. Ele bateu no automóvel dos criminosos, que saiu da pista. Ninguém ficou ferido.
13 de maio de 2019
SP-330, Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo
Criminosos dispararam inúmeras vezes contra um carro-forte da empresa Protege. Na fuga, o motorista do blindado perdeu o controle e o veículo capotou. Os vigilantes foram obrigados a ficarem deitados no chão. Em seguida, os bandidos explodiram o cofre e levaram alguns malotes de dinheiro. Os funcionários da empresa tiveram apenas ferimentos leves.
21 de janeiro de 2019
SP-99, Paraibuna, São Paulo
Em uma ação cinematográfica, marginais atacaram três carros-fortes da Protege. Um vigilante foi baleado na perna e precisou ser socorrido ao hospital. Dois blindados acabaram explodidos. A empresa não informou se alguma quantia foi levada pela organização criminosa.
8 de janeiro de 2019
Praça da Revolução, Salvador, Bahia
Uma equipe da Preserve foi atacada quando abastecia um caixa-eletrônico. Na troca de tiros, um vigilante foi atingido na perna. Os ladrões conseguiram fugir com o malote de dinheiro. Ninguém foi preso.
18 de janeiro de 2019
BR-319, Humaitá, Amazonas
Em violenta investida contra um carro-forte da Prosegur, criminosos balearam dois vigilantes. Um deles, atingido na perna, morreu após ficar alguns dias internado. O outro levou um tiro no rosto e perdeu a visão do olho direito. Apesar da violência, os ladrões não levaram nada, pois o blindado havia acabado de descarregar todo o dinheiro em uma cidade próxima.
31 de janeiro de 2019
Fazenda Grande do Retiro, Salvador, Bahia
Equipe da transportadora Renaforte foi atacada quando desembarcava de um carro-forte para abastecer uma agência do Bradesco. Os vigilantes reagiram e conseguiram evitar o roubo. Um dos bandidos foi atingido e acabou preso após procurar atendimento em uma unidade de saúde da região.
17 de abril de 2019
BR-407, Juazeiro, Bahia
Um engenheiro que passava pela rodovia em seu automóvel foi atingido por um tiro de fuzil na cabeça e morreu. Os criminosos haviam acabado de roubar R$ 600 mil de um carro-forte e atiraram no veículo da vítima pensando se tratar de uma viatura policial.
13 de março de 2019
RN-118, entre Caicó e São João do Sabugi, Rio Grande do Norte
Bandidos atacaram um carro-forte da Prosegur e renderam os vigilantes. No entanto, o assalto foi frustrado: os ladrões usaram tanta dinamite para explodir o cofre que acabaram queimando o dinheiro – montante estimado em R$ 1,8 milhão.
28 de maio de 2019
RN-089, entre Ouro Branco e Jardim Seridó, Rio Grande do Norte
Criminosos usaram um micro-ônibus escolar e um caminhão carregado de lenha para obstruir a passagem de um carro-forte na rodovia. Depois, renderam os vigilantes, explodiram o blindado e levaram o dinheiro. Na fuga, jogaram pregos na estrada para atrapalhar a aproximação da polícia. Ninguém ficou ferido.
14 de março de 2019
Aeroporto Quero-Quero, Blumenau, Santa Catarina
Mais de 10 assaltantes atacaram dois carros-fortes quando os vigilantes se preparavam para retirar malotes de dinheiro de uma aeronave. Houve intensa troca de tiros. A organização criminosa chegou a lançar uma granada embaixo do avião. Três pessoas ficaram feridas e uma mulher morreu, após ser atingida por uma bala perdida. A quantidade levada pelo bando não foi revelada.
17 de abril de 2019
BR-235, Guaraí, Tocantins
Um carro-forte da empresa Proforte foi atacado e dois vigilantes acabaram baleados. Os ladrões só não concluíram o roubo porque o condutor do blindado conseguiu dirigir até um batalhão da Polícia Militar, onde pediu ajuda. Os criminosos fugiram sem levar nada.
30 de abril de 2019
BR-153, entre Rio dos Bois e Tabocão, Tocantins
Portando armas de grosso calibre, bandidos interceptaram um carro-forte, renderam profissionais da empresa Brink’s e levaram vários malotes de dinheiro após explodirem o blindado. Ninguém ficou ferido na ação.
30 de abril de 2019
PA-287, Redenção, Pará
Vigilantes da Prosegur foram atacados quando transportavam dinheiro na rodovia. Sem condições de trocarem tiros com os criminosos – que estavam com diversas armas de grosso calibre –, os profissionais se renderam. O carro-forte foi explodido. A empresa não informou se algum dinheiro foi levado.
3 de junho de 2019
BR-222, entre Abel Figueiredo e Rondon do Pará, Pará
Com fuzis .50 e 7,62, uma organização criminosa metralhou um carro-forte, obrigando o motorista a parar. Com menor poder de fogo, os vigilantes se renderam. Os ladrões explodiram o blindado e levaram vários malotes de dinheiro.
10 de maio de 2019
Cuiabá, Mato Grosso
Uma organização criminosa tentou roubar um carro-forte no momento em que os vigilantes abasteciam o caixa-eletrônico de um supermercado. Os vigilantes reagiram e houve troca de tiros. Na saída do estabelecimento, os ladrões deram de cara com uma equipe da força tática da Polícia Militar – três bandidos acabaram morrendo no confronto.
27 de maio de 2019
BR-423, entre Inhapi e Água Branca, Sergipe
Uma quadrilha abriu fogo contra um blindado da empresa Brink’s, danificando o motor do veículo. Os vigilantes ainda tentaram trocar tiros com os marginais, mas acabaram se refugiando na mata. O carro-forte foi explodido. A empresa não informou se o bando conseguiu roubar algum dinheiro.
29 de março de 2019
Abreu e Lima, no Grande Recife, Pernambuco
Dois vigilantes e dois pedestres foram baleados após cinco criminosos atacarem um carro-forte que abastecia uma agência da Caixa Econômica Federal. Os ladrões fugiram com o malote com menos dinheiro, pois o de valor mais alto já tinha sido entregue à instituição financeira.
6 de junho de 2019
Caruaru, Pernambuco
Uma equipe da Preserve foi abordada quando descarregava malotes de dinheiro em um supermercado. Houve troca de tiros e um vigilante acabou atingido no peito. Ele só não se feriu com gravidade porque havia um celular no bolso de sua camisa – o aparelho amorteceu o impacto. Os ladrões fugiram com o dinheiro.
6 de fevereiro de 2019
BR-101, Angra dos Reis, Rio de Janeiro
Ladrões com roupas parecidas com a farda do Batalhão de Operações Especiais (Bope) sequestraram um carro-forte da empresa Brink’s. Na fuga, trocaram tiros com agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Apesar do confronto, ninguém ficou ferido.
15 de fevereiro de 2018
BR-324, Jacobina, Bahia
Criminosos interceptaram o blindado e obrigaram os vigilantes a descerem. Após os seguranças entregarem as armas, os ladrões explodiram o cofre. Na fuga, deixaram dinamites espalhadas pela pista. A polícia não informou a quantia roubada. Ninguém ficou ferido.
17 de abril de 2018
BR-407, Juazeiro, Bahia
Antes de explodir um carro-forte, a quadrilha assaltou e queimou um caminhão na estrada. Para intimidar motoristas que passavam pelo local, o grupo atirou em várias direções – um rapaz morreu. O ataque ao blindado se deu com rajadas de fuzis. Os vigilantes se renderam e todo dinheiro foi levado.
1º de maio de 2018
BA-131, entre Jacobina e Caém, Bahia
De tão violenta, a ação dos bandidos deixou o carro-forte da empresa Prosegur partido ao meio. Além de vários malotes de dinheiro, a organização criminosa levou as armas usadas pelos quatro vigilantes. Ninguém ficou ferido na ação.
12 de junho de 2018
BA-233, entre Itaberaba e Ipirá, Bahia
Após conseguir parar o blindado com centenas de tiros de fuzil, a quadrilha rendeu os seguranças privados e explodiu o veículo. O impacto foi tão grande que fez o carro-forte tombar. Muitas cédulas ficaram espalhadas pela rodovia. Os criminosos fugiram levando malotes. Ninguém ficou ferido.
16 de agosto de 2018
BA-432, entre Canarana e Irecê, Bahia
Criminosos abriram fogo contra um carro-forte da empresa Prosegur. A lataria do veículo ficou totalmente crivada de bala. Apesar da investida com armamento pesado, os ladrões desistiram de atacar o blindado após ouvirem sirenes de viaturas da polícia.
23 de janeiro de 2018
Rodovia Mogi-Dutra, Mogi das Cruzes, São Paulo
Motoristas que passavam pela estrada se assustaram com a intensa troca de tiros entre assaltantes e uma guarnição da PM. Ao notarem a presença da polícia, os ladrões fugiram deixando uma carga de dinamites ao lado do carro-forte. Os artefatos seriam usados para explodir o cofre do blindado. Ninguém se feriu na ação.
9 de fevereiro de 2018
Jardim Ipê, São Paulo
um vigilante de 34 anos da empresa Proforte morreu ao trocar tiros com criminosos que atacaram o carro-forte onde ele estava com a equipe. Um outro segurança foi baleado, mas sobreviveu. A quadrilha fugiu levando cerca de R$ 300 mil.
9 de abril de 2018
SP-294, entre Bauru e Marília, São Paulo
Um carro-forte foi atacado por criminosos altamente armados. Após metralharem o blindado, os bandidos renderam os vigilantes e instalaram dinamites no veículo. Por alguma razão, os artefatos não explodiram. Os ladrões fugiram levando apenas um revólver.
7 de novembro de 2018
Rodovia Abrão Assed, Cajuru, São Paulo
Dez assaltantes em três veículos fecharam um blindado da Protege. A Polícia Militar foi acionada e conseguiu interceptar os criminosos ainda na estrada. Na troca de tiros, dois PMs ficaram feridos. Armados com fuzis, os marginais chegaram a atirar contra um helicóptero da corporação, sem sucesso. Os vigilantes se abrigaram em uma mata e não se feriram. O grupo não conseguiu levar o dinheiro.
23 de dezembro de 2018
Rodovia Raposo Tavares, São Paulo
Uma pessoa ficou ferida e um bandido morreu após tiroteio no supermercado Extra, na Zona Oeste da capital paulista. A troca de tiros ocorreu por volta das 12h20, depois que três homens armados anunciaram assalto a um carro-forte parado no pátio do estabelecimento. A polícia chegou ao local rapidamente e frustrou os planos da quadrilha.
25 de setembro de 2018
Rodoanel Mário Covas, Suzano, São Paulo
Criminosos fecharam os dois sentidos da pista interna do Rodoanel Mário Covas em pleno horário de pico. Após explodir a porta do veículo, o grupo pegou alguns malotes de dinheiro. Houve perseguição policial, mas o bando conseguiu fugir. A empresa Protege não informou o valor roubado.
5 de fevereiro de 2018
BR-304, Aracati, Ceará
Um grupo fortemente armado explodiu um carro-forte da empresa Brink’s e levou todo o dinheiro. A abordagem ocorreu próximo à divisa com o Rio Grande Norte, o que leva os investigadores a suspeitarem da facção denominada Sindicato do Crime, que controla parte do tráfico de drogas no estado.
23 de fevereiro de 2018
CE-060, entre Mombaça e Acopiara, Ceará
Armada com metralhadoras .50, uma quadrilha atirou nos pneus de um blindado da empresa Corpvs Segurança. Após incendiar e explodir o carro-forte, o bando fugiu em uma caminhonete Toyota, modelo Hilux. O montante roubado não foi revelado.
12 de abril de 2018
BR-222, Umirim, Ceará
Ladrões bloquearam a rodovia e assaltaram um ônibus com passageiros. Depois, metralharam o carro-forte, renderam os vigilantes e estouraram o envoltório onde estava guardado o dinheiro. Após a explosão, muitas cédulas ficaram espalhadas pelo chão.
7 de maio de 2018
CE-176, entre Santa Quitéria e Sobral, Ceará
Um brutal ataque deixou um blindado da empresa Corpvs como uma folha de papel. Os criminosos fugiram em dois carros, sendo um deles uma ambulância roubada. Várias cédulas foram levadas, mas nem a empresa nem a polícia informaram o valor levado.
30 de maio de 2018
BR-116, Chorozinho, Ceará
Marginais em uma Toyota Hilux e um Voyage abriram fogo contra o carro-forte da Prosegur. Os vigilantes reagiram e conseguiram atingir um dos ladrões, que foi preso portando um fuzil de grosso calibre. Os seguranças não se feriram.
12 de janeiro de 2018
BR-203, Moreno, Pernambuco
Dois vigilantes da empresa Preserve foram baleados no confronto com criminosos que atacaram um carro-forte em plena rodovia. Após balearem os guardas, os bandidos explodiram a porta do blindado – que, com o impacto, foi arremessada para o canteiro. Os assaltantes levaram parte do dinheiro.
21 de fevereiro de 2018
BR-428, entre Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande, Pernambuco
Criminosos explodiram um carro-forte no Sertão Pernambucano. De acordo com a Polícia Militar do estado, o veículo foi metralhado por cinco assaltantes que estavam em uma caminhonete. O blindado saiu da pista e, diante do poder de fogo dos ladrões, os vigilantes se esconderam na mata. O bando detonou o cofre com dinamites e uma grande quantidade de dinheiro foi levada.
4 de junho de 2018
BR-104, Caruaru, Pernambuco
dez homens armados investiram contra o carro-forte no momento em que o veículo reduziu a velocidade para passar em uma lombada eletrônica. Os vigilantes reagiram. Embora tenham explodido o blindado, os ladrões não conseguiram acessar o cofre e fugiram.
7 de junho de 2018
BR-423, entre os municípios de Lajedo e Cachoeirinha, Pernambuco
Um blindado que seguia de Caruaru para Garanhuns foi abordado por um grupo armado. O motorista do carro-forte tentou desviar e o veículo acabou metralhado. Apesar da investida, os assaltantes fugiram sem conseguir levar o dinheiro. Os vigilantes não ficaram feridos.
27 de novembro de 2018
BR-232, em Gravatá, Pernambuco
Os vigilantes do carro-forte abasteciam um caixa-eletrônico na conveniência de um posto de gasolina, às margens da rodovia, quando quatro bandidos de touca desembarcaram de um carro prata e abriram fogo contra a guarnição. Na troca de tiros, o vigilante Rogério Cremildo da Silva, 43 anos, morreu. Outro segurança acabou ferido no abdômen.
6 de fevereiro de 2018
BR-376, Ponta Grossa, Paraná
Em uma operação cinematográfica, 15 bandidos tentaram assaltar cinco carros-fortes na altura do Km 536. Um vereador do município de Barra do Jacaré, Elton Aguiar, passava pela rodovia e foi atingido. Ele recebeu atendimento médico no local, mas morreu a caminho de uma unidade de saúde. Um caminhoneiro e um assaltante também perderam a vida durante a troca de tiros.
30 de abril de 2018
BR-376, Ortigueira, Paraná
Uma organização criminosa sequestrou dois motoristas de caminhões com o objetivo de deixar os veículos atravessados na estrada – e assim aconteceu. Em seguida, interceptaram o carro-forte. Apesar das rajadas de tiro, os ladrões não conseguiram fazer o blindado parar. O bando fugiu sem conseguir levar dinheiro.
6 de junho de 2018
PR-170, Guarapuava, Paraná
Assaltantes renderam vigilantes e explodiram um blindado da empresa Proforte. Para retardar a chegada das polícias Rodoviária Federal e Militar, os ladrões atravessaram um caminhão em um trecho da pista. A empresa não informou a quantia roubada. Ninguém ficou ferido.
19 de junho de 2018
BR-277, Prudentópolis, Paraná
Os assaltantes usaram um caminhão para tentar fazer o blindado parar. Na ação, os vigilantes chegaram a trocar tiros com os bandidos. Mesmo com a violenta investida, os criminosos não conseguiram êxito na operação e fugiram sem levar nada.
10 de setembro de 2018
BR-376, entre Imbaú e Ortigueira, Paraná
Assaltantes se dividiram em quatro veículos e aguardaram o momento de atacar o carro-forte. Assim que o blindado passou pelo pedágio, o bando seguiu os vigilantes e, em um ponto mais ermo da rodovia, começou a atirar. O motorista conseguiu manter a direção e buscar apoio dentro de uma unidade da Polícia Militar. Os criminosos fugiram sem levar nada.
10 de setembro de 2018
PR-151, Palmeira, Paraná
Ladrões em quatro veículos – entre eles, um caminhão – tentaram parar um blindado, a tiros, em plena luz do dia. Uma bala perdida atingiu de raspão um motorista que passava pela rodovia. O condutor do blindado conseguiu dirigir até uma propriedade rural e acionar a PRF. Os criminosos fugiram sem levar o dinheiro.
28 de fevereiro de 2018
PB-221, São José do Sabugi, Paraíba
O carro-forte foi explodido em plena manhã. De acordo com a PM local, dois veículos interceptaram o blindado. Fortemente armados, os ladrões renderam os vigilantes e ordenaram que eles corressem. Em seguida, acionaram os explosivos. O bando fugiu com uma quantidade não revelada de dinheiro. Ninguém foi preso ou ferido na ação.
9 de abril de 2018
PB-004, Cruz do Espírito Santo, Paraíba
O carro-forte foi explodido por um grupo criminoso que, apesar do poderio de guerra empregado no roubo, não conseguiu acessar o cofre e fugiu sem levar nada. Em menor número e com armamento inferior, a equipe de segurança do blindado se refugiou em um canavial. Ninguém ficou ferido.
30 de maio de 2018
BR-325, entre Maniçoba e Pombal, Paraíba
uUma quadrilha explodiu o carro-forte após pará-lo a tiros de fuzil. Os ladrões usaram dois veículos roubados. Na fuga, incendiaram os automóveis. O valor em dinheiro levado pela organização criminosa não foi informado.
6 de agosto de 2018
BR-230, Santa Rita, Paraíba
O carro-forte foi explodido por um grupo violento de marginais. Segundo a PRF, cinco homens atiraram contra o blindado, que chegou a tombar na rodovia. Dois seguranças foram baleados de raspão. No mesmo dia, a polícia conseguiu prender dois suspeitos.
4 de setembro de 2018
PB-325, entre Pombal e Jericó, Paraíba
Três ladrões portando fuzis fizeram uma barricada a fim de tentar parar o carro-forte. Como a PM havia sido avisada da ação, os militares se dirigiram ao local e frustraram os planos do trio. Os criminosos fugiram em um veículo roubado de um agente penitenciário que passava pela estrada.
6 de fevereiro de 2018
BR-470, entre Bento Gonçalves e Veranópolis, Rio Grande do Sul
Três assaltantes foram presos após explodirem o carro-forte na estrada. Ao notarem a aproximação da polícia, fizeram uma mulher refém, que acabou liberada sem ferimentos. Os ladrões portavam um fuzil .762, um fuzil .556, uma espingarda calibre 12 e uma metralhadora .50, além de dinamites e coletes à prova de balas.
6 de abril de 2018
Avenida Franklin Roosevelt, Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Criminosos renderam os funcionários de uma casa lotérica e levaram dinheiro. Na sequência, abordaram o carro-forte, desarmaram os vigilantes e roubaram o carregamento. Ninguém ficou ferido na operação.
17 de janeiro de 2018
PA-279, entre Xinguara e Água Azul do Norte, Pará
Assaltantes explodiram o carro-forte na rodovia. Os criminosos, a bordo de um automóvel importado vermelho, atiravam nos veículos que passavam perto do blindado. Um médico acabou sendo atingido na cabeça de raspão.
21 de maio de 2018
BR-155, Floresta do Araguaia, Pará
O carro-forte da empresa Prosegur foi atacado no sudeste do Pará. Segundo a Polícia Civil, o veículo se deslocava para o município de Ourilândia do Norte para levar um carregamento de dinheiro quando foi metralhado. Ninguém ficou ferido. A Prosegur não informou o valor roubado.
29 de agosto de 2018
PA-308, Nova Timboteua, Pará
Em um rápido ataque, após renderem os vigilantes do carro-forte, os bandidos explodiram o blindado no acostamento da rodovia. Após a detonação, algumas notas ficaram espalhadas pelo chão e populares que passavam pelo local saquearam o veículo. Apesar da violência empregada pelos assaltantes, ninguém ficou ferido durante a ação criminosa.
19 de novembro de 2018
BR-010, entre os municípios de Paragominas e Ipixuna, Pará
Armados com fuzis AK-47, ladrões fuzilaram o blindado da empresa Prosegur. Após tomar o carro-forte, o grupo criminoso levou o veículo até uma estrada rural para explodi-lo com dinamite. Ninguém ficou ferido na ação e o valor levado não foi revelado.
19 de fevereiro de 2018
BR-343, entre Altos e Campo Maior, Piauí
Um vigilante morreu após ser baleado na cabeça durante ataque ao carro-forte da empresa Prosegur. Ele ficou 13 dias internado, mas não resistiu. O segurança foi atingido ao confrontar uma organização criminosa que interceptou e explodiu o blindado na rodovia, em plena luz do dia. Os outros três funcionários da equipe não se feriram na ação.
19 de fevereiro de 2018
BR-343, Lagoinha do Piauí, Piauí
Os criminosos utilizaram um Jeep Renegade para atacar o carro-forte da empresa CET-SEG. Na troca de tiros, dois vigilantes foram atingidos — um na cabeça e o outro na perna. Após conseguirem render os seguranças, os ladrões conduziram o blindado para uma estrada secundária, onde o veículo foi explodido, e levaram uma quantidade não revelada de dinheiro.
29 de junho de 2018
BR-407, Jaicós, Piauí
Uma quadrilha efetuou vários disparos de fuzis contra o carro-forte. Os vigilantes desembarcaram e reagiram. Na troca de tiros, um deles acabou ferido, mas sem gravidade. Os criminosos explodiram o cofre do blindado e levaram um malote de dinheiro.
16 de agosto de 2018
BR-230, São João da Varjota, Piauí
Após ser fuzilado por bandidos, o carro-forte da Prosegur capotou. Os vigilantes reagiram ao ataque, mas, em número inferior e com armas menos potentes, recuaram e se esconderam na mata. Os criminosos não conseguiram violar o cofre. Ninguém ficou ferido.
28 de novembro de 2018
BR-230, entre Oeiras e Picos, Piauí
Ladrões metralharam os vidros de um carro-forte na BR-230. O motorista perdeu a visibilidade e encostou. Com menor poderio de fogo, os vigilantes procuraram refúgio em um matagal. Os bandidos explodiram o blindado, mas não conseguiram arrombar o cofre. Fugiram sem levar nada. Ninguém ficou ferido.
22 de fevereiro de 2018
BR-316, entre Timon e Caxias, Maranhão
Após ser alvejado por vários disparos na rodovia, o carro-forte capotou. O condutor do blindado quebrou a perna no acidente. Os bandidos não explodiram o veículo e fugiram sem levar nada. A polícia investiga o caso.
2 de maio de 2018
MA-034, Água Doce, Maranhão
Um grupo encapuzado e fortemente armado conseguiu parar o carro-forte da CET-SEG. Após renderem os vigilantes, os marginais explodiram o blindado. A quantidade roubada não foi informada.
7 de fevereiro de 2018
BR-070, Montes Claros, Goiás
Dois vigilantes ficaram levemente feridos após uma quadrilha atirar e explodir o carro-forte. Os ladrões usaram uma caminhonete para ultrapassar o blindado e abrir fogo até fazê-lo parar. Antes de os seguranças descerem e se refugiarem na mata, houve intensa troca de tiros. Depois de explodir o veículo da empresa Brink’s, o bando levou o dinheiro.
5 de março de 2018
BR-040, Cristalina, Goiás
Quatro criminosos usaram granadas para explodir o carro-forte da Transfederal. Com armas de grosso calibre, renderam os vigilantes, arrombaram o cofre e levaram o dinheiro. O valor não foi revelado pela empresa.
27 de junho de 2018
BR-040, entre Cristalina e Paracatu
Em uma ação extremamente violenta, bandidos perseguiram e metralharam o carro-forte. Alvejado no motor, o condutor do blindado foi obrigado a parar. Os vigilantes se esconderam no mato, de onde ouviram a explosão do veículo. O roubo, no entanto, foi frustrado. O cofre contava com tecnologia que libera uma espuma expansiva com o objetivo de inutilizar as cédulas.
26 de novembro de 2018
BR-040, Cristalina, Goiás
Uma explosão violenta deixou o carro-forte que passava pela BR-040 parecendo papel. Os ladrões utilizaram quantidade excessiva de dinamites no roubo e acabaram destruindo todo o dinheiro guardado no cofre. Nenhum dos vigilantes ficou ferido.
31 de julho de 2018
BR-251, Grão Mogol, Minas Gerais
Dois vigilantes foram baleados durante o ataque ao carro-forte. Apesar da violenta investida dos criminosos, os seguranças se feriram levemente. Os ladrões utilizaram dinamites para arrombar o cofre do blindado. O valor subtraído não foi divulgado.
26 de março de 2018
BR-101, São Gonçalo, Rio de Janeiro
Uma tentativa de assalto ao carro-forte provocou intenso tiroteio em plena luz do dia, perto de São Gonçalo. Oito ladrões com arma de grosso calibre e usando toucas-ninja tentaram fechar o blindado com dois veículos. O bando trocou tiros com os quatro vigilantes. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi acionada e o grupo criminoso fugiu sem levar nada.
5 de março de 2018
BR-423, Inhapi, Alagoas
O carro-forte da empresa Brink’s foi atacado no momento em que passava por um quebra-molas. Interceptado por dois veículos, cujos ocupantes abriram fogo, o motorista do blindado teve de parar. Após mandarem os vigilantes descerem, os criminosos explodiram o automóvel da transportadora. Uma guarnição da Polícia Militar apareceu em seguida e houve intensa troca de tiros, mas ninguém ficou ferido. Não se sabe quanto de dinheiro foi roubado.
4 de abril de 2018
BR-423, entre Canapi e Inhapi, Alagoas
Ladrões incendiaram três automóveis e interditaram a rodovia. Na sequência, iniciaram a perseguição ao carro-forte. Os vigilantes ficaram sem munição na troca de tiros e foram obrigados a se renderem. Os criminosos explodiram o cofre e levaram alguns malotes de dinheiro.
30 de abril de 2018
BR-304, Assu, Rio Grande do Norte
Assaltantes explodiram o carro-forte da Prosegur por volta das 9h30. Eles metralharam o veículo com armas de grosso calibre. Intimidados com o alto poder bélico dos marginais, os vigilantes se renderem. Ninguém foi preso ou ferido na operação criminosa.
29 de junho de 2018
RN-118, Ipueira, Rio Grande do Norte
Pelo menos 10 homens atacaram o carro-forte da Prosegur. Os vigilantes revidaram e o bando fugiu sem levar nada. Apesar de o blindado ter sido cravado de bala, nenhum dos trabalhadores se feriu no confronto.
15 de maio de 2018
Avenida Luciano das Neves, Vila Velha, Espírito Santo
Ladrões atacaram um carro-forte estacionado na porta de um shopping localizado em uma das avenidas mais movimentadas de Vila Velha. Rápidos, os criminosos renderam os guardas e levaram pelo menos R$ 400 mil.
22 de janeiro de 2018
São José, Santa Catarina
Um assaltante morreu após troca de tiros com vigilantes de um carro-forte no bairro de Areias. Pelo menos quatro criminosos tentaram surpreender os seguranças quando eles faziam o abastecimento de um caixa-eletrônico. Os outros três ladrões fugiram sem levar nada do blindado.
20 de fevereiro de 2017
Ponte dos Carvalhos, Recife, Pernambuco
Pelo menos 10 homens assaltaram um carro-forte e levaram um malote de dinheiro. Os vigilantes faziam o abastecimento de um terminal da Caixa Econômica Federal quando foram atacados. Houve troca de tiros. Ninguém ficou ferido.
3 de maio de 2017
BR-423, entre os municípios de Cachoeirinha e São Caetano, Pernambuco
Um vigilante ficou ferido, mas sem gravidade, ao tentar evitar investida de criminosos. Antes do ataque ao carro-forte, os ladrões roubaram um caminhão, que ficou atravessado na estrada a fim de atrasar a chegada da polícia. A empresa não informou o valor levado.
4 de julho de 2017
BR-232, Verdejante, Pernambuco
O carro-forte ficou completamente destruído após receber alta carga de explosivos. Os vigilantes conseguiram se abrigar na mata antes da detonação do veículo. A polícia não revelou o montante levado pela quadrilha.
15 de agosto de 2017
PE-180, São Bento do Una, Pernambuco
Dois vigilantes foram baleados numa troca de tiros com marginais. O bando atacou o carro-forte na rodovia e, depois de ferir os trabalhadores, roubou as armas e os coletes à prova de balas dos seguranças. Em seguida, os criminosos explodiram o blindado e levaram dinheiro – o montante não foi informado. O motorista da empresa de transporte de valores recebeu três tiros na coxa e teve a perna direita arrancada com o impacto dos disparos. Dois dias depois, morreu no hospital.
17 de agosto de 2017
BR-428, entre Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande, Pernambuco
Uma quadrilha roubou pelo menos R$ 1 milhão. Os bandidos metralharam o o carro-forte, renderam os vigilantes e explodiram os cofres do blindado. Por sorte, nenhum dos trabalhadores ficou ferido.
18 de agosto de 2017
PE-365, entre as cidades de Serra Talhada e Santa Cruz da Baixa Verde, Pernambuco
Na ação criminosa, os assaltantes mataram um homem que o bando fazia refém. Um ladrão também perdeu a vida, em confronto com a Polícia Militar. Os criminosos utilizaram quatro dinamites para explodir o blindado, ainda em movimento. Por sorte, os seguranças não se feriram.
6 de setembro de 2017
Avenida Recife, Recife, Pernambuco
Quatro homens com fuzis e metralhadoras assaltaram um carro-forte da empresa Preserve, no supermercado Hiper Bompreço. Na troca de tiros, um vigilante acabou baleado e teve a arma roubada. Os ladrões fugiram com um malote de R$ 200 mil.
27 de setembro de 2017
Brejinho, Pernambuco
Uma tentativa de assalto a um blindado da Prosegur acabou deixando um dos ladrões morto. Quando a quadrilha abordou o carro-forte, foi surpreendida por uma guarnição da PM. O restante do grupo criminoso fugiu sem levar nada. Dois policiais ficaram feridos – o primeiro levou um tiro de raspão na perna e outro foi atingido na boca.
9 de outubro de 2017
Nova Descoberta, Petrolina, Pernambuco
Bandidos em dois automóveis perseguiram e metralharam um carro-forte da Preserve até fazê-lo parar na estrada. Os vigilantes acabaram rendidos e todo dinheiro foi levado após o blindado ser explodido.
10 de janeiro de 2017
Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, entre Miracatu e Pedro de Toledo, São Paulo
Utilizando fuzis .50, criminosos metralharam um carro-forte da empresa Protege até fazê-lo perder força e parar. Os vigilantes desembarcaram e trocaram tiros com a quadrilha, mas tiveram de recuar devido ao poder bélico dos bandidos. Após explodirem o blindado, os marginais fugiram com quantidade não revelada de dinheiro.
6 de abril de 2017
Avenida Ragueb Shofi, São Paulo, São Paulo
Um carro-forte da empresa Blue Angels Segurança Privada e Transporte de Valores foi interceptado por ladrões armados com fuzis. O grupo criminoso estava em pelo menos 15 automóveis de passeio. Em maior número, conseguiram render os vigilantes, explodiram o blindado e levaram pelo menos R$ 3 milhões.
17 de abril de 2017
Perus, São Paulo
Ladrões dirigindo automóveis blindados atacaram um carro-forte na Zona Norte do estado. Eles espalharam pregos na pista para tentar furar os pneus do veículo de transporte de valores. Os vigilantes, no entanto, reagiram à investida e fizeram a quadrilha recuar. Ninguém ficou ferido. Os criminosos não foram presos.
15 de maio de 2017
SP-066, entre Poá e Suzano, São Paulo
Cerca de 10 criminosos incendiaram carcaças de automóveis na rodovia a fim de tentar fazer um carro-forte parar. Mesmo sob intenso tiroteio, o condutor do blindado conseguiu escapar do bando. Ninguém ficou ferido. Todos os bandidos fugiram.
12 de junho de 2017
Rodovia Régis Bittencourt, Miracatu, São Paulo
Notas de dinheiro ficaram espalhadas pela estrada após cinco ladrões detonarem um carro-forte. Com tiros de fuzil .50, eles obrigaram o blindado a parar. Ninguém ficou ferido na ação e não se sabe o valor levado.
28 de julho de 2017
Cabreúva, São Paulo
Três homens vestidos de açougueiro abordaram uma equipe da Protege que abastecia um caixa-eletrônico na região. Na fuga, houve troca de tiros. Ninguém ficou ferido. A empresa não informou a quantia roubada.
15 de agosto de 2017
Avenida Jacu-Pêssego, São Paulo, São Paulo
Um policial militar foi atingido na perna e no colete à prova de balas ao tentar impedir roubo a um carro-forte da empresa TB Forte. Os ladrões fugiram sem levar nada. Socorrido ao hospital, o PM não ficou em estado em grave.
25 de agosto de 2017
Embu-Guaçu, São Paulo, São Paulo
A polícia prendeu quatro criminosos após tentativa de assalto a um carro-forte. O bando portava fuzis. Os vigilantes descarregavam malotes em frente a um supermercado quando foram abordados pelos ladrões. Os seguranças reagiram e houve troca de tiros. A PM chegou na sequência e deteve os marginais. Ninguém ficou ferido.
6 de setembro de 2017
SP-333, entre Barrinha e Jaboticabal, São Paulo
Dez assaltantes fortemente armados renderam quatro vigilantes de uma transportadora de valores, explodiram o blindado e fugiram com todo dinheiro que estava no cofre. Ninguém se feriu na ação.
4 de outubro de 2017
Jardim São Francisco, São Paulo, São Paulo
Vigilantes da empresa TB Forte abasteciam um caixa-eletrônico quando foram atacados por ladrões fortemente armados. Os seguranças reagiram, trocaram tiros com os criminosos e conseguiram preservar o dinheiro.
6 de outubro de 2017
SP-304, Tupi de Piracicaba, São Paulo
Criminosos explodiram um carro-forte que ainda estava em movimento. Os vigilantes se feriram com os estilhaços. Na fuga, dois guardas-civis tentaram interceptar o bando, mas acabaram sendo baleados pelos ladrões. A cifra subtraída não foi informada pela empresa Protege.
13 de abril de 2017
Nilópolis, Rio de Janeiro
Um criminoso foi baleado ao tentar atacar, ao lado de comparsas, um carro-forte. Os outros assaltantes fugiram sem conseguir levar os malotes de dinheiro guardados no blindado.
7 de junho de 2017
Estacionamento da Prefeitura, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Dois vigilantes foram baleados após reagirem à tentativa de roubo a um carro-forte da Brinks. Os cinco criminosos que participaram da ação fugiram sem levar nada. Os funcionários da empresa de transporte de valores passaram por cirurgia e ficaram fora de perigo.
9 de julho de 2017
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Nove criminosos encapuzados atacaram uma equipe da empresa Brinks. Os vigilantes reagiram e balearam dois assaltantes. Mesmo assim, os ladrões conseguiram levar um malote do carro-forte. A equipe da transportadora não se feriu.
29 de agosto de 2017
Parque Anchieta, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Durante tentativa de assalto a um carro-forte, duas pessoas morreram – uma funcionária de um mercado e um bandido. Os funcionários da TB Forte abasteciam um terminal na região quando foram surpreendidos pelo bando. Um vigilante levou um tiro nas nádegas e precisou ser hospitalizado.
28 de outubro de 2017
Terminal Rodoviário João Goulart, Niterói, Rio de Janeiro
Um vigilante morreu e outro ficou ferido em troca de tiros com assaltantes que tentaram levar os malotes de dinheiro da TB Forte. Atingido no crânio, o funcionário da empresa chegou a ser levado com vida para o hospital, mas não resistiu. Um suspeito foi preso pela Polícia Militar.
31 de março de 2017
BR-030, Brumado, Bahia
Vigilantes reagiram à tentativa de roubo a um carro-forte e frustraram os planos de uma organização criminosa. Tão logo o blindado foi explodido com dinamites, uma espuma química foi acionada a fim de inutilizar o dinheiro. Ninguém ficou ferido na ação.
9 de maio de 2017
BR-101, Conceição da Feira, Bahia
Um blindado da transportadora de valores Renaforte recebeu disparos de fuzis na BR-101. Apesar da violência, nenhuma quantia foi roubada na operação criminosa.
11 de maio de 2017
BR-242, Rafael Jambeiro, Bahia
Assaltantes atiraram em um carro-forte da Prosegur até o motorista parar o veículo. Armados com equipamentos de grosso calibre, os marginais renderam os vigilantes, explodiram o cofre do blindado e levaram vários malotes de dinheiro. Ninguém ficou ferido.
16 de outubro de 2017
BA-432, Mulungu do Morro, Bahia
Uma quadrilha explodiu um carro-forte que estava sem dinheiro. A equipe da empresa de transporte de valores havia acabado de deixar os malotes em um banco. A polícia foi acionada e, na troca de tiros, matou dois ladrões que tentaram fugir por um matagal.
30 de março de 2017
BR-376, Mauá da Serra, Paraná
um grupo criminoso espalhou pregos na rodovia e atravessou na pista uma caminhonete cheia de dinamite. A intenção dos bandidos era assaltar um carro-forte que trafegava pela região. O motorista do blindado conseguiu passar ileso pelos obstáculos e, com isso, a quadrilha fugiu sem concluir o roubo.
11 de abril de 2017
BR-277, Morretes, Paraná
Ladrões interceptaram um carro-forte da transportadora de valores Proforte, no KM 51 da rodovia. Com o objetivo de tentar parar o veículo, os bandidos espalharam pregos na estrada e atiraram no blindado com fuzis .50. O motorista do veículo conseguiu escapar das armadilhas e dirigiu até conseguir encontrar uma guarnição da PRF.
5 de maio de 2017
BR-476, Araucária, Paraná
Assaltantes atiraram várias vezes na direção do motor de um blindado da Proforte até fazê-lo parar. Além do dinheiro levado após explodirem o cofre, os ladrões roubaram duas espingardas calibre 12 dos vigilantes. Ninguém ficou ferido.
28 de julho de 2017
BR-277, Paraná
Um vigilante e um caminhoneiro foram baleados durante ataque a um carro-forte da empresa Proforte. Os bandidos usaram um veículo com chapa de metal na parte frontal a fim de se protegerem dos tiros lançados pelos seguranças. Após renderem os trabalhadores, o grupo criminoso explodiu o blindado e fugiu com o dinheiro.
4 de outubro de 2017
BR-376, entre Imbaú e Ortigueira, Paraná
Armados com fuzis, bandidos metralharam um blindado da Proforte. Os vigilantes conseguiram escapar dos criminosos sem se ferirem. O bando explodiu o veículo e levou uma quantidade não especificada de dinheiro.
30 de outubro de 2017
Shopping Total, Ponta Grossa, Paraná
Dois vigilantes da Proforte foram baleados após tentarem impedir roubo a um malote da empresa. Em ação ousada de quatro minutos, ladrões invadiram o shopping e abordaram os seguranças. Um cliente do estabelecimento comercial também foi atingido e precisou ser levado ao hospital.
6 de novembro de 2017
PR-170, entre Bituruna e Pinhão, Paraná
Assaltantes levaram cerca de R$ 2 milhões de um blindado da Proforte. Os seguranças ainda tentaram evitar troca de tiros, mas precisaram se defender. Na fuga, os ladrões incendiaram automóveis na estrada a fim de atrasar a chegada da polícia.
9 de maio de 2017
BR-101, Natal, Rio Grande do Norte
Criminosos em um Toyota Corolla metralharam um carro-forte quando o blindado se aproximava de uma agência da Caixa Econômica Federal. Na troca de tiros, os bandidos usaram um vigilante como escudo humano. Ninguém ficou ferido com gravidade. A quadrilha não conseguiu roubar os malotes.
6 de junho de 2017
Midway Mall, Natal, Rio Grande do Norte
quatro ladrões armados com fuzis tentaram assaltar um carro-forte da transportadora de valores Brinks, dentro do estacionamento do shopping Midway Mall, em Natal. Na troca de tiros, um vigilante acabou atingido no tórax. Ele foi atendido e não ficou em estado grave. Não se sabe o total do montante levado pelos criminosos.
20 de fevereiro de 2017
BR-304, Aracati, Ceará
uma quadrilha armada atacou um carro-forte na BR-304, mas não conseguiu levar o dinheiro. Os criminosos chegaram a incendiar dois automóveis para bloquear a rodovia e atrasar a chegada da polícia. Ninguém ficou ferido na ação.
29 de novembro de 2017
PB-293, Paulista, Paraíba
Dez homens bloquearam a passagem de um carro-forte da Prosegur na rodovia. Houve intensa troca de tiros entre bandidos e vigilantes. Após o confronto, o grupo criminoso explodiu o blindado. A empresa não informou se alguma quantia foi levada.
5 de setembro de 2017
SC-355, Fraiburgo, Santa Catarina
Assaltantes renderam uma equipe da Prosegur e, em seguida, explodiram o carro-forte. O grupo conseguiu fugir levando alguns malotes de dinheiro. Ninguém ficou ferido na ação criminosa.
22 de maio de 2017
BR-251, Unaí, Minas Gerais
Bandidos quase explodiram um carro-forte com os vigilantes dentro. Os trabalhadores conseguiram sair do blindado um pouco antes da detonação das dinamites. Muitas cédulas ficaram espalhadas pelo chão – algumas pessoas que passavam pela rodovia saquearam o veículo.
17 de outubro de 2017
MG-307, entre Montes Claros e Grão Mogol, Minas Gerais
Um blindado da empresa Rodoban ficou completamente destruído após ser explodido por uma organização criminosa. Os ladrões usaram metralhadoras .50 a fim de fazer o carro-forte parar. A quantia levada não foi informada pela polícia. Ninguém ficou ferido.
9 de maio de 2017
BR-386, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul
Dois motoristas foram baleados de raspão quando passavam pela rodovia. Eles ficaram no meio da troca de tiros entre vigilantes e bandidos que assaltaram um carro-forte da Prosegur. Com menor poder de fogo, os seguranças se abrigaram na mata. Os criminosos levaram dinheiro, porém a quantidade não foi informada.
25 de julho de 2017
Bom Jesus das Selvas, Maranhão
A tiros, um grupo criminoso parou um blindado da Prosegur, rendeu os vigilantes e explodiu o cofre do veículo. Não se sabe o valor roubado. Nenhum trabalhador se feriu na ação. Na fuga, os ladrões ainda incendiaram um automóvel.
6 de junho de 2017
MS-156, entre Caarapó e Amambai, Mato Grosso do Sul
Seis criminosos portando fuzis .50 roubaram um carro-forte da transportadora Brink’s. Após renderem os vigilantes, usaram dinamites para explodir o veículo e saquear todo o dinheiro. Os seguranças privados não ficaram feridos.
30 de novembro de 2017
BR-155, Marabá, Pará
Pelo menos oito homens encapuzados e com armas de grosso calibre atacaram um blindado da Prosegur. O grupo levou todo o dinheiro guardado no cofre. Os vigilantes ficaram levemente feridos por estilhaços após a explosão do carro-forte.
1º de junho de 2017
PI-140, entre Floriano e Itaueira, Piauí
Assaltantes atiraram em um veículo de transporte de valores com fuzis e metralhadora .50. Devido ao poderio bélico dos criminosos, os vigilantes se refugiaram no mato. O grupo detonou o blindado e levou todo o dinheiro. Ninguém ficou ferido.
27 de outubro de 2017
BR-153, entre Guaraí e Presidente Kennedy, Tocantins
três bandidos interceptaram um carro-forte da Prosegur com arma .50. O grupo criminoso abriu o blindado com o uso de dinamites. Diante do arsenal do trio, os vigilantes se renderam. Ninguém ficou ferido. Os malotes de dinheiro foram levados pelo bando.
Mutilados
A “guerra” às margens da rodovia federal fez Pablo entrar para um exército de vigilantes mutilados após sofrerem ataques de quadrilhas especializadas em assaltos a carros-fortes. O Metrópoles mergulhou no cotidiano dos cerca de 30 mil trabalhadores de empresas de transporte de valores, profissão considerada uma das mais arriscadas do planeta.
Durante três meses de apuração, foram feitas dezenas de entrevistas, em quatro estados percorridos, a fim de mostrar como a sangrenta atuação dessas organizações criminosas nas estradas brasileiras impôs a esses profissionais sequelas físicas e emocionais irreversíveis.
Além do esforço logístico para realizar as viagens ao redor do país e conversar com vigilantes, a equipe do Metrópoles organizou o material em infográficos interativos, com local, dinâmica e data dos assaltos. O leitor pode navegar pelo mapa do Brasil e ler sobre 126 ataques a carros-fortes — de um total de 355 — que aconteceram nos últimos três anos.
De 2015 até abril de 2019, 151 seguranças privados ficaram feridos após investidas de piratas do asfalto. As estatísticas confirmam operações cada vez mais violentas das gangues: nos últimos quatro anos, 25 vigilantes morreram enquanto transportavam dinheiro. Entre 2015 e 2018, o aumento de óbitos foi de 233% e o de feridos, 70%.
Armamentos dos vigilantes
Armamentos dos bandidos
Os números da Associação Brasileira de Transporte de Valores (ABTV) revelam predileção dos ladrões por assaltos em estradas. Dos 333 ataques computados entre 2015 e 2018, mais de 60% ocorreram em rodovias brasileiras. Para furar a blindagem dos veículos, os bandidos se valem dos mais modernos equipamentos bélicos. Metralhadora .50, fuzil 762, rifle .308, dinamites e até bazuca integram a pesada artilharia.
Esses crimes mostram a incoerência do aparato de segurança. O revestimento deveria ser inviolável e à prova das armas mais perigosas. Mas, na verdade, esse tipo de veículo é vulnerável a ponto de ser perigoso para os seguranças privados que carregam milhões de reais em malotes.
Mudança no modus operandi
As estatísticas apontam ainda mudança drástica no modus operandi das quadrilhas. Se, por um lado, disparou a quantidade de ataques a carros-fortes, por outro, despencou o número de assaltos a agências bancárias, onde criminosos mantinham reféns em ações cinematográficas.
Conforme dados fornecidos pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no ano de 2000, o Brasil chegou a contabilizar 1.903 roubos a instituições financeiras. Após investimento da ordem de R$ 9 bilhões em tecnologia — medida que reforçou os sistemas de segurança, houve queda substancial: em 2016, o número já havia caído para 339. No ano seguinte, foram computadas 217 ocorrências e, em 2018, 171. Ou seja, de 2000 a 2018, observou-se redução de 91,1% desse tipo de modalidade criminosa.
Ataques a agências bancárias
Redução de 91,1% de 2000 a 2018Fonte: Federação Brasileira de Bancos (Febraban)
“Explodiram a minha perna”
Um dos mais impressionantes ataques a veículos de transporte de valores ocorreu em 26 de novembro de 2018, na altura do KM 39 da BR-40, próximo a Paracatu (MG). Na ocasião, após interceptarem um carro-forte, os bandidos renderam os vigilantes e explodiram o blindado. Os seguranças não se feriram na ação.
Motoristas que passaram pelo local pouco depois do assalto registraram o estado do veículo – que foi detonado por uma carga de dinamite. As fotos, impressionantes, mostram o carro-forte completamente destruído.
Pelas características da ação, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) acredita tratar-se de uma quadrilha inexperiente nesse tipo de delito. Explica-se: por terem usado grande quantidade de dinamite, os bandidos – mesmo conseguindo acesso ao cofre – queimaram todo o dinheiro.
Os marginais fortemente armados, e responsáveis por essa tentativa de assalto na BR-040, pouparam os vigilantes. Newton Bernardes, 54 anos, não teve essa sorte. O veículo onde estava foi explodido quase no mesmo trecho há duas décadas. Naquela época, ele explica, tal modalidade de crime não era comum nas rodovias. “Ataques em estradas eram raros, mas, nesse dia, lançaram uma granada com morteiro que acertou a frente do carro-forte”, relembra.
A explosão foi tão violenta que rasgou a parte frontal do blindado e dizimou uma perna de Newton. Do assalto, ele se recorda pouco. “Desmaiei e acordei no hospital, já amputado”, conta. Os outros três companheiros dele não se feriram com gravidade.
IDADE: 54 anos
LOCAL DO ATAQUE: BR-040, na altura de Paracatu (MG)
Teve uma perna amputada após ser atingido por um morteiro
Duas décadas separam os dois ataques na BR-040, mas um fato pode explicar a preferência dos bandidos pelo trecho: a falta de sinal de telefone celular. Para o coordenador do Comando de Operações Especializadas de Fronteira da Polícia Rodoviária Federal (PRF), inspetor Fábio Cassimiro, a carência de cobertura é um facilitador para organizações criminosas bem-estruturadas.
“A polícia cria estratégias para combater o crime e os bandidos pensam em táticas para que seus assaltos sejam exitosos. Por isso, algumas quadrilhas levam em consideração a falta de comunicação em muitos trechos das estradas”
Inspetor Fábio Cassimiro, coordenador do Comando de Operações Especializadas de Fronteira da Polícia Rodoviária Federal (PRF)
Com efetivo defasado — são 10 mil policiais responsáveis por 76,5 mil quilômetros de rodovias federais, segundo dados do Ministério da Infraestrutura –, a corporação tenta desenvolver ações a fim de minimizar o impacto causado pela escassez de mão de obra.
Em 2019, a Operação Lábaro foi deflagrada com o objetivo de potencializar o enfrentamento ao crime organizado, atuando nas divisas dos estados e nas regiões de corredores estratégicos. A ideia é estar um passo à frente com o uso de tecnologia e análise criminal.
“Temos conseguido apresentar resultados expressivos focando em inteligência policial. Estamos concentrando maior atenção nas áreas de sombra, que são aquelas sem comunicação”, destaca Cassimiro.
Armamento obsoleto
Uma das mais antigas reivindicações de entidades e associações que representam vigilantes é o aumento do poderio de fogo de quem presta serviço em carros-fortes. A Lei nº 7.102, de 1983, permite que esses profissionais portem, em atividade, revólveres calibres 32 ou 38, cassetete de madeira ou de borracha e espingarda de calibres 12, 16 ou 20, de fabricação nacional.
Para o presidente do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Transporte de Valores no Estado de Minas Gerais (Sinttrav-MG), Emanoel Sady, a legislação vigente precisa ser alterada para reduzir a chance de morte desses funcionários.
“A segurança privada trabalha amparada por uma lei feita na época em que ainda se usava máquina de escrever. De lá para cá, as quadrilhas que atacam nas estradas evoluíram e os vigilantes não dispõem de equipamentos para enfrentá-los. Uma espingarda calibre 12 não faz frente a um bandido atirando de metralhadora .50”, queixa-se Emanoel, que também é membro da Comissão Consultiva de Assuntos de Segurança Privada da Polícia Federal.
Derruba até aeronave
A metralhadora .50 integra o material bélico do exército dos Estados Unidos. Com 1,68 metro de comprimento e pesando 38 quilos, seus disparos são capazes de abater aeronaves de grande porte e transpassar blindagens. Com manutenção em dia, é possível efetuar até 600 tiros por minuto.
Um vigilante que trabalha há quase uma década no transporte de valores contou que existe praticamente um pacto velado da categoria de evitar, ao máximo, o confronto nas estradas. “Só reagimos até conseguir um local seguro. É impossível passar muito tempo trocando tiros com bandidos que estão em maior número e com armamento mais pesado. Fora isso, eles se garantem devido ao fator surpresa”, detalha.
Na Câmara dos Deputados, corre uma proposta que, se aprovada, autoriza as empresas de vigilância a dotar seus funcionários com armas mais potentes. De autoria do deputado Capitão Fábio Abreu (PTR-PI) — licenciado da Casa para assumir a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, a matéria permite ao profissional trabalhar com “arma de fogo de cano curto, de uso restrito e com calibre não superior a 7,62 milímetros”.
“Se quisermos pôr fim à carnificina de vigilantes no país, temos, pelo menos, que autorizar o uso de fuzis 7,62 ou 556”, defendeu Abreu.
Mesmo afastado do Parlamento, o congressista licenciado diz articular, junto ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a inclusão do projeto de lei no pacote anticrime proposto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
“Infelizmente, temos visto grande resistência das próprias empresas de transporte de valores, pois aumentar o calibre do vigilante implicará em custos, com a aquisição de armamento e realização de treinamento. Mas, a longo prazo, a relação custo-benefício é bem melhor. Minha estratégia, agora, é tentar fazer com que o PL seja avaliado como parte do pacote anticrime. As chances de aprová-lo são maiores”, destaca Fábio Abreu.
Escotilhas
Outra reclamação recorrente de quem trabalha em carro-forte é a falta de escotilhas na traseira dos blindados. Os veículos autorizados a transportar cédulas país afora são equipados com aberturas nas laterais e na parte frontal.
“Normalmente, os criminosos atacam por trás. Por eles saberem que não temos como atirar desse ângulo, chegam bem perto do carro-forte. Uma escotilha traseira permitiria, ao menos, mantê-los distantes. Ganharíamos um pouco mais de tempo até a chegada da polícia”, relata um segurança que prefere não mostrar o rosto.
O presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes, José Boaventura, diz que a falta de escotilhas na parte traseira dos blindados é somente uma das inúmeras mudanças necessárias no sentido de preservar a vida dos trabalhadores.
“Precisamos de uma norma que limite a quantidade de dinheiro transportado nos carros-fortes. Uma equipe não pode pegar estrada carregando R$ 20 milhões. É inadmissível”
José Boaventura, presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes
Baque na economia
Os violentos ataques a carros-fortes produzem efeitos catastróficos não somente para os vigilantes responsáveis pela custódia de valores. Com a média de um assalto a cada três dias, a economia brasileira acumula prejuízos milionários anualmente. A preocupação com a segurança tem afetado, inclusive, a cadeia de produção de muitas empresas, como explica o coordenador do Programa de Segurança de Operações de Transporte (Proteger) da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Getúlio Bezerra Santos.
“De maneira geral, o roubo a cargas em rodovias debilita o estado e compromete o desenvolvimento das empresas. Empreendedores, muitas vezes, deixam de aplicar investimentos em tecnologias de seus produtos e serviços para aumentar os sistemas de segurança”
Getúlio Bezerra Santos, coordenador do Programa de Segurança de Operações de Transporte (Proteger) da Confederação Nacional do Transporte (CNT)
Segundo Getúlio, a preocupação do empresariado em proteger seus carregamentos se justifica por números impressionantes: estudo da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) indica que, somente em 2016, foram computados 24.563 roubos de cargas no país, totalizando um prejuízo de R$ 1,3 bilhão à economia brasileira. Mas o dado é maior, pois, nesse montante, não está computado o dinheiro levado dos carros-fortes.
TIRO NA ECONOMIA
Dinheiro roubado de empresas de transporte de valores
Fonte: Sinttrav-MG
Nesse mesmo ano, bandos armados conseguiram levar R$ 87,5 milhões dos blindados. Em 2018, o estrago foi um pouco menor: R$ 84,7 milhões. Os números são do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Transporte de Valores (Sinttrav). “O roubo de cargas é a nova fronteira do crime organizado, pois se tornou uma fonte permanente de quadrilhas que acabam se capitalizando para promover assaltos em segmentos como o de transporte de valores, bancos e caixas-eletrônicos”, frisa Bezerra.
Para José Boaventura, presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes, a resistência das próprias empresas de transporte de valores em modernizar as operações de carregamento de malotes é um fator determinante para que parte da riqueza do país seja desviada.
“Este é um tema especial porque mexe muito com a economia. Além de expor os trabalhadores a situações desiguais, promove retrocesso econômico. As empresas não podem mais resistir a avanços, pois isso resultará em mais gastos”, salienta Boaventura.
Danos psicológicos irreversíveis
Vigilantes que se veem em risco iminente de morte no desempenho de suas funções podem desenvolver traumas psicológicos difíceis de serem revertidos. Para o doutor e mestre em psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carlos Carrusca, há uma preocupação ainda tímida das empresas em ofertar suporte emocional a funcionários submetidos a cargas elevadas de perigo no serviço.
“O estresse pós-traumático se apresenta em pessoas expostas a ameaças em nível tão alto que quase resultaram em suas mortes, como ocorre nos ataques a carros-fortes. É muito comum o profissional desenvolver perturbação e flashback da agressão sofrida, como se ele estivesse revivendo aquela situação”, sublinha Carrusca, que também é pós-doutorando pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e um dos autores do livro O Cotidiano dos Vigilantes: Trabalho, Saúde e Adoecimento.
Jornada excessiva
Fonte: O cotidiano dos vigilantes: trabalho, saúde e adoecimento – PUC-MG/UFMG
A obra, considerada o mais completo dossiê da atividade de vigilância já produzido no país, foi escrita por Carrusca em parceria com outros cinco professores, a Procuradoria Regional do Trabalho da 3ª Região e o Sindicato dos Empregados de Empresas de Vigilância de Transporte de Valores de Minas Gerais.
O exemplar reúne pesquisas que ajudam a traçar um perfil da atividade no país e a entender a relação desses profissionais com as empresas do setor. Após centenas de entrevistas, os autores do livro colheram resultados assustadores: 80% dos vigilantes relataram fazer hora extra; 37% têm sono irregular e 61% dos que já sofreram ataques sequer foram afastados do trabalho.
“As empresas não reconhecem a dimensão do problema. Independentemente da atividade, é necessário avaliar o custo humano, e não apenas os índices de produtividade. A reexposição da pessoa ao ambiente onde ela passou por situação traumática seguramente a tornará mais vulnerável se não houver sério acompanhamento psicológico”, destaca Carrusca.
“Ele me olhava com sadismo e dizia que ia me matar”
O terror imposto por uma quadrilha a Alexandre Ayala em seu serviço clarifica a fala do especialista. O vigilante de 47 anos descreve sua vida como “um inferno” desde 18 de dezembro de 2014.
Na manhã daquele dia, escalado para dar cobertura na manutenção de um caixa eletrônico em Belo Horizonte (MG), Ayala deixou a base de valores da empresa Rodoban — vendida em 2018 para a Brink’s — acompanhado do colega Clayton Ronaldo Vieira, 52 anos.
IDADE: 47 anos
LOCAL DO ATAQUE: Minas Gerais
Ficou com sequelas psicológicas após sofrer atentado
Enquanto acompanhava o técnico dar assistência no equipamento, Ayala viu Clayton — que fazia a cobertura — ser rendido em frente ao carro. Mesmo sem esboçar qualquer reação, Clayton levou um tiro no pescoço. Fora de controle, o mesmo bandido chegou a encostar o cano da arma na testa de Ayala e puxou o cão — dispositivo para destravar o objeto.
“Eu podia sentir o revólver ainda quente do tiro que ele havia dado no Clayton. O assaltante me olhava com olho arregalado, tinha uma cara de sádico, suava muito e me ameaçava de morte. Só desistiu de puxar o gatilho porque o comparsa dele estava apressado e o chamou”, conta.
Pela forma como o amigo caiu ao receber o disparo, Ayala teve a impressão de que o companheiro de trabalho tivesse falecido. “Eu virei o Clayton e vi que tinha muito sangue. Achei que estava sem vida, mas ouvi um gemido. Ele só pedia para eu não deixá-lo morrer naquele chão, porque precisava cuidar da família. De repente, começou um grande alvoroço e eu entrei em choque.”
Com as mãos sujas de sangue, Ayala e populares colocaram Clayton dentro de um veículo particular e seguiram para um hospital. Sob efeito de forte carga emocional, Ayala teve de ser internado. Ao receber alta no dia seguinte, descobriu que o amigo estava entre a vida e a morte e, mesmo se sobrevivesse, nunca mais poderia andar.
O diagnóstico médico de Clayton foi um duro golpe para Ayala, que, após se sentir responsável pelo acidente, caiu em depressão profunda e nunca mais voltou a ser o mesmo. “Carrego um remorso enorme. Nem era para o Clayton ter saído naquele dia, mas, como éramos muito amigos, pedi para ele ir comigo. Essa culpa ninguém vai tirar de mim”, penaliza-se.
Afastado do trabalho em função das crises, Ayala só consegue dormir e ter uma vida minimamente ativa por causa dos 11 comprimidos que toma por dia: remédios para dormir, controlar a ansiedade, reduzir alterações de humor e até para amenizar dores estomacais.
“Eu era extremamente saudável, mas, hoje, sobrevivo à base de um monte de drogas. Meu sentimento de culpa pelo que aconteceu com Clayton é muito doloroso. Às vezes, eu me obrigo a ficar deitado no chão por várias horas, sem me mexer, quero viver um pouco a experiência de ser tetraplégico como ele”
Alexandre Ayala
Para a psicóloga Patrícia Cruz, as empresas de vigilância falham ao não ofertar um acompanhamento sistemático voltado à saúde mental dos seus funcionários. “A natureza do trabalho do segurança de carro-forte já é tensa. Esse trabalhador deveria ter uma capacitação continuada e planos de saúde para ter apoio psicológico ou psiquiátrico sempre que julgar necessário”, ressaltou Patrícia, que é gestora pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e especialista em saúde mental em segurança pública.
“Esfarelou minha medula”
Clayton Ronaldo Vieira, 52 anos, costuma dizer que se vive um dia de cada vez. Para ele, as horas passam devagar e a paciência tornou-se o principal exercício desde quando perdeu a mobilidade das pernas e dos braços. Clayton era o companheiro do vigilante Alexandre Ayala naquela fatídica manhã de 18 de dezembro de 2014.
O então segurança já estava em contagem regressiva para a sua aposentadoria. Mesmo ainda faltando cinco anos para deixar de trabalhar, fazia planos de envelhecer em um sítio ao lado da esposa e das três filhas. O sonho foi interrompido por um tiro que destroçou sua medula e o deixou tetraplégico. Antes desse assalto, Clayton nunca havia sacado a arma em serviço.
Ao embarcar no veículo da empresa de transporte de valores Rodoban com o amigo Ayala, jamais poderia imaginar o evento doloroso que mudou para sempre a sua vida e, por consequência, a de sua família.
Antes da confirmação do diagnóstico de tetraplegia, Clayton ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por seis meses. A esposa, Regina Faria Vieira, 52, mudou-se para o hospital a fim de ficar mais perto do marido.
IDADE: 52 anos
LOCAL DO ATAQUE: Minas Gerais
Ficou tetraplégico após levar um tiro no pescoço
“Os médicos diziam que as chances de ele sobreviver eram mínimas, mas me recusava a ouvi-los. Não aceitava imaginá-lo saindo do hospital em um caixão. Hoje, estamos em casa em meio a muitas dificuldades, mas juntos”
Regina Faria
Clayton não tem o movimento das pernas nem dos braços. Com muito esforço, mexe o pescoço. Os dedos das mãos conservam certa sensibilidade, mas ainda são incapazes de segurar com firmeza talheres, copos e outros objetos. Por esse motivo, o ex-vigilante é alimentado pela esposa. A fala também ficou prejudicada – ele até consegue se comunicar, mas com extrema dificuldade.
Com ajuda de doações e do sindicato da categoria, Regina comprou, por R$ 4,5 mil, um guincho elétrico, desenvolvido exclusivamente para o transporte de pessoas sem mobilidade. “Esse equipamento facilitou demais a minha vida, porque não preciso pedir auxílio a ninguém para colocá-lo na cama ou no carro”, diz a companheira de Clayton.
Casamento da filha
O problema irreversível, diz Clayton, o fez dar mais valor a coisas simples. Mesmo com a mobilidade comprometida, alimenta o sonho de entrar com a filha mais velha na igreja. A jovem, de 24 anos, casa-se em agosto.
“Isso me motiva a cuidar da minha saúde e estar bem para conduzi-la ao altar”, projeta Clayton. Antes de encerrar a entrevista, ele fez questão de eximir o vigilante Alexandre Ayala de qualquer responsabilidade pelo assalto.
“Ele se sente culpado, mas não havia nada que pudesse fazer. Usaram o fator surpresa para nos atacar covardemente. Ayala sozinho não iria evitar os tiros e, se tentasse, poderia ter sido mais uma vítima”, diz Clayton, tranquilizando o amigo.
Mpt cobra ação de empresas
Com a média de um ataque a cada três dias, órgãos de controle começaram a observar com rigor a rotina no segmento. A partir do recebimento de denúncias, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande Norte (SRTE/RN) fez, em 2016, uma fiscalização na Prosegur, empresa com operação em 21 países.
Em oito meses de inspeção, foram detectadas 1.768 ocorrências de profissionais submetidos à jornada de trabalho superior a 12 horas por dia. Em algumas situações, vigilantes chegaram a prestar serviço por 18 horas seguidas.
Com períodos reduzidos de descanso e para fazer suas necessidades fisiológicas, os seguranças passam por momentos constrangedores. Os fiscais descobriram que era comum vigilantes urinarem em garrafas pets dentro dos blindados. Em circunstâncias extremas, defecavam no interior dos veículos em recipientes plásticos.
Por essas e outras violações aos direitos trabalhistas, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT/RN) condenou a Prosegur ao pagamento de multa no valor de R$ 1 milhão. A ação civil pública foi movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Segundo a procuradora do órgão IIeana Neiva Mousinho, que assina o instrumento processual, os próprios patrões contribuem para a situação insalubre. Afinal, exaustos, os funcionários não teriam condições de dar o melhor em suas tarefas.
“As empresas devem tratar tal atividade com mais observância. Chegaram a alegar que, pela natureza do ofício, essas irregularidades seriam normais. Mas é dever constitucional caminhar no sentido de procurar a redução de riscos e danos. Se um vigilante está extenuado, a capacidade dele de reação a um ataque não será plena. É preciso, sim, conciliar escalas razoáveis com o fator segurança”, destaca a procuradora do MPT.
Ilena acrescenta outro exemplo para mostrar a gravidade de manter em atividade um vigilante de carro-forte fadigado: “Quem fiscaliza o contrato de órgãos públicos com a prestadora do serviço não consegue detectar que os profissionais estão cansados e que essa sobrecarga compromete a segurança do serviço”.
Faturamento do segmento de transporte de valores:
Em Minas Gerais, a Procuradoria Regional do Trabalho da 3ª Região também encontrou elementos para denunciar a Prosegur por descumprimento de acordos básicos na relação com seus empregados.
Na ação civil proposta pelo MPT-MG, a procuradora do Trabalho Advane Moreira de Sousa elencou motivos que a levaram a pedir a condenação da empresa: “Não é aceitável um indivíduo com jornada de 12 a 14 horas diariamente. Não podíamos admitir funcionários fazendo refeições dentro dos carros-fortes e sendo tratados com desdém e xingamentos caso se queixassem. Verificamos, durante nossas inspeções, um comportamento bastante desrespeitoso da empresa com seus colaboradores”, diz.
Advane ainda expôs práticas vexatórias na Prosegur, como um supervisor controlar os horários de os trabalhadores irem ao banheiro. Ao analisar os fatores listados na denúncia pelo Ministério Público do Trabalho, a juíza da 10ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) Wilméia da Costa Benevides declarou ter encontrado “22 provas independentes, válidas e robustas de atos de assédio moral”.
“Exigir dos trabalhadores das rotas de transporte de valores o cumprimento de várias tarefas com tempo por demais exíguo; submetê-los ao trabalho em veículos sem os equipamentos de segurança ou sem a escolta necessária prevista em contrato com as seguradoras; impor um ritmo e sistema de trabalho que obriga os empregados a fazer suas refeições e suas necessidades fisiológicas dentro dos veículos de carro-forte; expor os empregados a jornadas extenuantes; não manter o ambiente de trabalho em condições salubres e não tentar minimizar os riscos de acidentes laborais; exigir autorização da supervisão para que o trabalhador possa se levantar ou ir ao banheiro; exigir de trabalhadores a realização de serviços para os quais não estão qualificados ou aquém de sua qualificação e expor trabalhadores a situações vexatórias e humilhantes”, cita na decisão, antes de sentenciar a multinacional espanhola a pagar valor equivalente a R$ 2 mil por trabalhador prejudicado.
Fuzilado na porta do blindado
Maurício Fernandes Oliveira, 53 anos, dedicou mais de uma década da vida à atividade de vigilante de transporte de valores. Embora fale com paixão do ramo, admite ter cumprido jornadas cansativas, que chegavam a 12 horas diárias. “Era puxado: para conseguir, tinha que gostar muito, e eu gostava”, diz.
Nascido e criado na Vila Penha, o carioca vivia o melhor momento da vida profissional até sofrer atentado em um blindado da extinta empresa Transprev e ter sua carreira interrompida, há 15 anos. Recém-promovido ao cargo de chefe de equipe, Maurício conduzia mais uma operação de entrega de malotes no centro do Rio de Janeiro, quando 10 ladrões deflagraram um violento ataque.
“Nessa profissão, você tem de estar preparado para matar e morrer, é o risco. Naquele dia, eu praticamente morri, mas, felizmente, estou aqui para contar minha história.”
IDADE: 53 anos
LOCAL DO ATAQUE: Rio de Janeiro
Teve a perna esquerda amputada e perdeu os movimentos da mão esquerda após receber sete tiros, sendo três de metralhadora .50 e quatro de pistola 9 milímetros
Com a intenção de resguardar os malotes de dinheiro e documentos, Maurício tentou voltar ao carro-forte e se refugiar, mas acabou alvejado ainda na porta do blindado. Dois tiros de metralhadora .50 causaram tamanho estrago em sua perna esquerda que não foi possível fazer a reconstrução dos ligamentos. Acabou amputado.
Um outro disparo de metralhadora .50 atingiu o pulso esquerdo do então vigilante, restando danos irreparáveis nas articulações e tirando-lhe para sempre os movimentos do membro. Já sem forças e deitado, recebeu, à queima-roupa, mais quatro tiros de pistola 9 milímetros na barriga, na cabeça e na coxa. “Eles não queriam só roubar, queriam matar.”
Apesar do quadro crítico, Maurício conseguiu sobreviver após passar seis meses internado, sendo 26 dias na UTI. “Foi a fé que me manteve vivo, eu creio nisso.”
Explosivos
O êxito das quadrilhas em operações de assaltos a carros-fortes passa por um fator determinante: o arrombamento dos cofres dos blindados. Feito de material extremamente resistente, tiros ou maçaricos mostram-se incapazes de romper o envoltório. O meio mais rápido e eficaz que os bandidos utilizam para levar o dinheiro é instalando dinamites nos veículos.
A facilidade das organizações criminosas em desviar cargas de explosivos tem preocupado o segmento. Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte de Valores (ABTV), Ruben Schechter, as normas que estabelecem o transporte desse tipo de material no país precisam ser revistas urgentemente.
“Esse tipo de assaltante se apoia em dois elementos para obter sucesso: acesso a armas de grosso calibre e explosivos. Não diria que o Exército Brasileiro falha na fiscalização, os militares atuam nos limites das regras. Para mim, as leis são falhas e precisam ser revistas. O Congresso Nacional deve, urgentemente, estabelecer protocolos para o emprego e transporte de explosivos por parte de pedreiras no país”, defende Ruben.
Em resposta, o Exército Brasileiro, por meio do Comando Logístico (Colog) e da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC), limitou-se a informar que “realiza sistematicamente operações de fiscalização de produtos controlados em todo o território nacional”.
IDADE: 54 anos
LOCAL DO ATAQUE: Belo Horizonte, Minas Gerais
Perdeu parte da sensibilidade de um dos braços ao levar tiro de pistola à queima-roupa
Vigilante de transporte de valores há mais de duas décadas, José Maria Rocha, 54 anos, faz parte dos insatisfeitos com o tímido combate ao comércio clandestino de armas no país. Ele tem um motivo a mais para se revoltar: em agosto de 2008, em Belo Horizonte, durante um serviço de transporte de dinheiro, acabou vítima de uma organização criminosa.
José Maria reagiu e só não morreu por milagre, como ele mesmo define a experiência. “Um marginal encostou a arma no meu rosto. Consegui me desvencilhar e tentei derrubá-lo, mas escorreguei e caí. Já no chão, ele me deu um tiro à queima-roupa. Só não acertou minha barriga porque, na hora, eu estava tentando sacar minha arma e a bala parou no meu braço”, relata.
Dez anos depois, José Maria ainda não voltou a ter 100% de sensibilidade no membro atingido. “Nunca mais fui o mesmo, mas pelo menos sobrevivi. É uma atividade extremamente arriscada e temos de ter ciência de que estamos expostos a esses acontecimentos”, pondera.