A casa da família de Noélia Rodrigues de Oliveira, em Ceilândia, foi pensada e construída para abrigar o maior número de pessoas possível. Lá cabem todos os parentes convidados em datas comemorativas e churrascos de fim de semana. Em dezembro de 2019, as festas foram celebradas em outro lugar. Sem a presença dela, os familiares optaram por sair do ambiente em que a lembrança está por todos os lados.

O luto na família é compartilhado. São muitos irmãos, primos, sobrinhos. A irmã Uélia Maria de Oliveira Guedes, 47 anos, está abrigando o filho mais velho de Noélia durante as férias escolares, para que fique mais perto dos irmãos e tenha o ombro da tia para se consolar.

Um dos primos, além do apoio familiar, acrescentou suporte profissional. Ele se tornou advogado do marido de Noélia durante as investigações.

Myke Sena/Especial para o Metrópoles
Não sabemos se Noélia tinha qualquer consciência do destino dela. A família, por certo, não imaginava.
Não se sabe se Noélia tinha qualquer consciência do destino dela. A família, por certo, não imaginava.

Não se aprende a viver a morte. A morte violenta, então, que chega abrupta, é carregada de sentimentos a mais. Não sabemos se Noélia, 38 anos, tinha qualquer consciência do destino dela. A família, por certo, não imaginava.

Eles não conheciam relatos de ameaças e nem assistiram a brigas. Não ampararam choros nem precisaram a acolher em saídas de casa. Não tinham preocupação alguma com o futuro do casamento dela. Tudo parecia bem.

Os parentes não viram surgir e crescer o clássico ciclo de violência que culmina nos homicídios de mulheres. Normalmente, os feminicídios são crimes prenunciados. A morte costuma chegar depois de uma escalada de violência doméstica praticada, geralmente, por um companheiro ou ex.

Estrondo

Pela perspectiva da família, a morte de Noélia foi um estrondo: ocorreu no transcurso de cerca de 11 horas. Tempo entre o início da angústia pelo desaparecimento dela até a chegada da foto do corpo sem vida, via WhatsApp, no celular do marido dela, Marcos Paulo Mendes Santana, 42 anos.

O corpo de Noélia Rodrigues de Oliveira foi encontrado no dia 18 de outubro, no Assentamento 26 de Setembro, em Vicente Pires. A mulher tinha sido vista pela última vez na saída de um shopping na Asa Norte, onde trabalhava. Imagens do circuito de segurança mostram-na ao celular. Era com Marcos que ela conversava.

“Noélia falou: ‘Amor, já estou indo, porque senão eu perco o ônibus’. Depois, às 22h23, liguei de novo, e ela já não atendeu mais”, conta.

De acordo com ele, os dois mantinham o costume de se falar por ligações de vídeo. O tempo todo. O hábito também se repetia com os filhos pequenos. “Já tomou banho?”, “Tem comida aí?”, ela sempre checava como as crianças estavam. Ficaram três órfãos. Marcos Henrique, 6 anos, e Ágata, 10 – filhos dela com o vigilante – e Felipe, 16, que está passando as férias com a tia, fruto de outra relação de Noélia.

Felipe é quem conta o quanto a mãe era presente. Ela estava o tempo todo em contato com os filhos pelo celular, mas também pessoalmente. Noélia alterou o horário de trabalho para que pudesse estar com os dois menores pela manhã, preparar o café, levá-los para a escola.

Felipe mostra, também orgulhoso, a foto que mantém como descanso de tela no celular: Noélia abraçada com os três filhos.

A irmã

Contar a história de Noélia é contar a história da família dela. Ela chegou a Brasília em 1997 e por muito tempo morou com Uélia – a irmã mais velha, que já estava em Ceilândia. Uélia veio do Ceará em busca de melhores escolas para os filhos e Noélia, 10 anos mais nova, juntou-se ao grupo. Ainda hoje, as duas tinham roupas iguais, que Noélia comprava para ambas.

O marido de Uélia, 53 anos, é caminhoneiro e passa longos períodos viajando, e, assim, Noélia era a companhia dela desde menina. A família é de Potengi, cidade com cerca de 11 mil habitantes próximo a Juazeiro do Norte, no Ceará.

Em Brasília, Noélia arrumou emprego rápido, sempre como vendedora. Gostava do que fazia. No momento, queria sair da loja do Brasília Shopping e procurar uma posição no Taguatinga Shopping ou no JK. A motivação era a proximidade com a família e a redução do tempo gasto para chegar em casa, bem menor que o deslocamento habitual de uma hora.

No dia do desaparecimento de Noélia, Uélia estava chegando no Ceará, na cidade dos pais e onde nasceram os 14 irmãos, três mulheres e 11 homens. Cansados da longa viagem, ela e o esposo dormiram cedo, por volta das 19h30.

No meio da madrugada, Uélia acordou angustiada, mas não olhou o celular e voltou a dormir. Às 6h, começou a participar da aflição que corria na família.

“Mãe, a tia Noélia sumiu do trabalho ontem e até agora estamos sem notícias”, contou Arthur Henrique Silva de Oliveira, 29.

A agonia da madrugada tomou forma. A confirmação da morte se deu por volta de meio-dia. Um dos irmãos entrou em contato quando Uélia estava na casa da sogra: “Mana, corre lá para mamãe”. A frase bastou para ela entender o que havia acontecido.

Coube a Uélia dar a notícia aos pais, que têm 80 e 82 anos. Ela dosou as palavras e se mostrou atenta às reações. Os dois têm os problemas de saúde impostos pela velhice, como pressão alta. “Foi bom estar no Ceará. Não participei das buscas em Brasília. Assim, tenho a lembrança dela alegre e feliz”, relata. “Deus me colocou, naquele dia, perto da mamãe e do papai”, completa.

Antes de retornar à casa dos pais, no entanto, Uélia precisou levar o marido ao hospital. Ele passou mal, teve vômitos e diarreias diante da notícia. Noélia tinha o cunhado como um segundo pai.

O marido

Em Brasília, a angústia começou mais cedo. “Às 22h ela me fez uma chamada de vídeo, quando estava fechando a loja”, conta Marcos. “Depois, ela avisou que havia perdido o ônibus e iria se atrasar.”

Segundo ele, era a rotina dos dois. Ao entrar no coletivo, ela ligava para o marido e informava a placa do veículo. Assim, ele sabia onde buscá-la e quanto tempo levaria para ela chegar.

Às 22h23, Marcos estranhou: geralmente levava 10 minutos para que ela avisasse o itinerário da noite. Ele tentou contato, mas, naquele momento, a chamada de vídeo não funcionou e uma mensagem avisou: o celular dela estava desligado.

Quando deu 22h45, ele foi para a parada de ônibus. Sempre ligando, sem conseguir contato, Marcos permaneceu naquele ponto por duas horas. Às 23h15, telefonou para Egídio Oliveira, 55, irmão de Noélia, para saber se ela tinha dado notícias. Entrou em contato também com os filhos em casa: “Ela poderia ter pegado o circular, não me avisado e passado direto, sem me ver na parada”.

Ele, então, voltou para a residência da família. E, de lá, com o filho mais velho dela, Felipe, passaram a dar voltas nas ruas e terminais de ônibus nas proximidades. Suspenderam as buscas por conta própria às 3h. Com o comércio todo fechado, as ruas escuras e desertas, acharam que estava perigoso. Continuaram ligando para pessoas que pudessem compartilhar o número de telefone de algum conhecido. O contato da gerente da loja, por exemplo, Marcos não tinha, mas conseguiu.

Quando o dia clareou, Marcos e Egídio foram para a 5ª DP, na Asa Norte. Como não havia nenhum Boletim de Ocorrência com o nome de Noélia, voltaram a procurá-la como podiam. Ambos foram ao shopping e falaram com os seguranças, tiveram acesso às imagens, viram-na fechando a loja e seguiram os passos dela, pela TV, até a saída.

Os dois tentaram também as imagens das câmeras de segurança de hotéis perto, mas não conseguiram autorização. Nesse momento da busca, um dos irmãos dela, Maerto Oliveira, decidiu fazer um anúncio de desaparecimento. A família passou a distribuir o panfleto digital com a foto dela, em grupos de WhatsApp e publicar em perfis das redes sociais.

Por volta das 9h30, num grupo de policiais e vigilantes, um dos integrantes disse: “Tem um corpo no Assentamento 26 de Setembro, em Vicente Pires, com essas características”. Na foto da montagem, distribuída com o “Procura-se”, Noélia estava com cabelo mais claro que o do corpo encontrado.

Um policial achou que poderia ser a mesma pessoa e, para tirar a dúvida, ligou para a equipe presente no local pedindo uma foto do corpo. Ao recebê-la, ele encaminhou a imagem para Marcos. Era ela.

Myke Sena/Especial para o Metrópoles
O marido de Noélia foi tido como o primeiro suspeito, mas a possibilidade de ele ter cometido o crime foi descartada
O marido de Noélia foi tido como o primeiro suspeito, mas a possibilidade de ele ter cometido o crime foi descartada

Algum tempo depois, o delegado ligou para Marcos, pediu que ele fosse até a DP. O marido foi tido como o primeiro suspeito. Dele, os policiais colheram objetos, as chaves do carro, as roupas. Enquanto isso, as crianças foram levadas a uma chácara por um tio, para ficarem isoladas e poderem receber a notícia pelo pai, e não pela imprensa.

O resto da família estava na delegacia, mas sem notícias de Marcos. Os agentes desconversavam quando eram questionados. Nesse mesmo dia, começou a circular a notícia de que havia uma ocorrência de violência doméstica registrada por ela contra o marido.

A família decidiu, então, chamar o primo, o advogado Geraldo Madureira, para tentar entender o que estava acontecendo. Segundo Geraldo, a ocorrência era de nove anos atrás e não havia relação com o crime.

Na semana seguinte, Marcos foi descartado como suspeito. Seis dias depois do assassinato, o operário de máquinas Almir Evaristo Ribeiro, 43 anos, vizinho do casal, foi preso.

A amiga

Antes do crime acontecer, a última pessoa a ver Noélia com vida foi Ana Carolina Rodrigues Araújo, 42 anos, colega de trabalho. Nas palavras dela, aquele dia foi atípico na rotina da amiga.

Ela trabalhou na mesma loja em que Noélia estava empregada há seis anos, mas, depois de enfrentar problemas de saúde, deixou o emprego. Mais recentemente, foi chamada novamente para cobrir férias e acabou efetivada, quando passou a conviver diariamente com Noélia.

O primeiro contato entre as duas não foi dos mais cordiais. A amizade nasceu de um atrito e da imposição de respeito por parte de ambas. “Ela tinha um gênio muito forte, muito.” De acordo com a amiga, ela falava o que pensava sem filtros, era mulher decidida, guerreira, e intensa. Além disso, era apaixonada por tudo que fazia e também pelos filhos e pelo marido.

Além disso, conversava e se abria pouco. “Muitas vezes ela chorava, eu perguntava o motivo e ela dizia: ‘Não é nada, amiga, vai ficar tudo bem’”, lembra Ana Carolina, conhecida também como Karol.

Karol presenciou as chamadas de vídeo diárias para o marido, as ligações para os filhos e família, choros de saudades dos pais. Com base nessa impressão, não crê na versão divulgada pela própria polícia de que Noélia e Almir tenham sido amantes.

Para a amiga, no máximo, Almir se encantou por Noélia, tentou se aproximar, elogiou. Ana Carolina jamais ouviu falar dele.

No dia da morte, a rotina na loja e entre as duas foi toda fora do padrão. Karol percebeu que havia algo de grave acontecendo, mas não conseguiu arrancar qualquer informação da amiga. Apenas a cobriu com os atendimentos e com a organização do espaço. Noélia estava muito agitada, o telefone dela tocava sem parar.

A gerente foi embora às 19h. Depois que a chefe saiu, Noélia piorou. Andava de um lado para o outro e perdeu o foco no trabalho. A vítima repetia o mantra: “Vai ficar tudo bem”. Mas na sequência, sumia, ia ao banheiro, chorava, conversava ao telefone.

Karol imaginou que a amiga tinha brigado com o marido ou qualquer coisa do tipo. Passou, no entanto, a se preocupar mais quando a viu conversando com a mãe. “Noélia ligou e se despediu dela. Eu chorei muito depois, ao lembrar disso. Na hora, não entendi. Ela dizia que a amava, reforçava o quanto a mãe era importante para ela e prometia dar um jeito de visitá-la no Ceará. Ela me chamou para ver os pais, conversar com eles também.”

Um pouco mais tarde, pediu a promessa da amiga: “Quando ouvir a música Teus Olhos, de Gabriel Diniz, se lembra de mim”. A composição fala de uma saudade que não finda. “Parece que ela sabia.”

Como Karol costumava pegar carona com uma colega de outra loja, Noélia saía 10 minutos mais cedo, às 21h50, para alcançar o ônibus das 22h. Naquele dia, a amiga não tinha carona e pensou em ir com Noélia até a Torre de TV. A vítima, entretanto, a dispensou. “Eu fecho a loja, deixa. Pode ir, não vou para a Torre hoje. Tenho uma carona”, teria dito.

Às 6h do dia seguinte, ao acordar, Karol tinha 18 chamadas perdidas da gerente da loja. Quando ligou de volta, a chefe pediu que ela relatasse passo a passo a noite anterior. Noélia estava desaparecida e qualquer informação era importante. Karol nunca soube de ameaças ou dos problemas sérios pelos quais a amiga passava.

O acusado

Noélia e Marcos Paulo foram os primeiros moradores a construírem uma casa naquela rua. Todos ali os conheciam. Almir também morava naquele endereço, com a família dele — mas no início de dezembro de 2019 se mudaram para outro lugar. Quando se encontravam na rua, os vizinhos se cumprimentavam, conversavam as amenidades das pessoas que se veem com frequência, mas sem intimidade.

Almir, no entanto, foi dado pela polícia como amante de Noélia. A hipótese foi um tapa na cara da família. Segundo Marcos, Noélia sequer aceitava que os filhos assistissem a cenas de traição em filmes e novelas. Uélia classificou de precipitada a decisão da polícia de divulgar a história à imprensa. “Falaram de um caso extraconjugal sem ter uma prova concreta em mãos”, disse.

A informação teria circulado para agilizar uma ordem de prisão contra Almir. Durante vários dias, ele decidiu usar o direito de permanecer calado. Mais tarde, ele confirmou que os dois se falavam por telefone, admitiu ter feito ligações a Noélia, mas, até hoje, não confessou o crime.

Arquivo Pessoal
O vizinho Almir é o principal suspeito do crime, apesar de negar o envolvimento no feminicídio
O vizinho Almir é o principal suspeito do crime, apesar de negar o envolvimento no feminicídio

Segundo a delegada que estava à frente do caso, Adriana Romana, então chefe da 38ª DP, a vítima e o criminoso se conheciam: “Noélia e o autor do crime tinham um relacionamento extraconjugal. Eles mantinham contatos diários e frequentes há quatro meses. Almir a buscou na via do Eixo Monumental, próximo ao Brasília Shopping, e depois seguiu para o assentamento”, explicou, na época.

Para a família, a versão é falaciosa. As ligações aconteceram, mas não se sabe o teor. Quem ligava era ele, não ela. “Todos os telefonemas no celular dela foram para o número do marido, não para ele”, afirma Uélia. Além disso, as irmãs e o resto da família não sabiam da existência de Almir.

Mas Noélia estava angustiada nos dias anteriores ao crime. Procurou a irmã Hélia, que mora em São Paulo, se mostrando nervosa. Também quis conversar com Uélia, mas ambas se desencontraram entre trabalho, viagens e compromissos. Noélia não chegou a se abrir. Depois da morte, as irmãs ficam retomando as conversas, pensando por que Noélia não as acionou, desabafando, contando todos os detalhes.

Para as irmãs, Almir teve uma fixação não correspondida por Noélia. Para chegar ao entendimento, elas juntam pedaços de memórias aqui com conversas ali, cada peça possível. Uma vizinha, por exemplo, disse a Marcos: “Eu sempre soube que ele era obcecado pela Noélia”.

Divulgação
Segundo a polícia, Almir buscou Noélia no trabalho e depois jogou o corpo no Assentamento 26 de Setembro, em Vicente Pires
Segundo a polícia, Almir buscou Noélia no trabalho e depois jogou o corpo no Assentamento 26 de Setembro, em Vicente Pires

A história coerente para a família é a de que Almir se apaixonou pela vendedora, que resistiu às investidas e acabou levando um tiro e sendo deixada morta em Vicente Pires. Noélia, segundo os parentes, era a mais carinhosa das irmãs — “como ela não há igual” —, mas também tinha personalidade geniosa, brigona e obstinada. Deve ter decidido, como imaginam os mais próximos, em dar um fim às insistências de Almir.

“Ele destruiu duas famílias: a nossa e a dele. Ele não pensou nem na família dele”, disse Uélia.

Almir está preso preventivamente na Papuda.

Dos elementos para além da dor da perda que tiveram de lidar, Marcos Paulo, as crianças, as irmãs e irmãos tiveram de defender, como dizem, a honra de Noélia. Como explica o próprio marido, o fato é: “Mesmo se fosse um caso, ela não merecia morrer dessa forma”.

Familiares ouviram e leram comentários minimizando a morte dela diante da possibilidade de estar mantendo um caso extraconjugal. Tiveram de reafirmar a máxima: nada justifica uma morte violenta. Nenhuma possível atitude dela desabona a irmã, a mãe, a esposa que ela foi. Além disso, nenhum homem tem o direito de matar uma mulher. Melhor ainda, ninguém tem o direito de matar ninguém.

Planos desfeitos

Marcos e Noélia eram casados há 11 anos. Os dois tinham muitos planos. “Ela, principalmente”, diz o viúvo. Concluir a casa da família, que está na fase de acabamento, era o principal deles. Ela morreu numa quinta-feira. Os dois haviam combinado comprar material de construção na sexta.

Hoje, a família não tem certeza se permanecerá no endereço ou se vai vender a casa que construíram do chão. “Vamos ver como vai ser daqui para frente, como vamos nos sentir. Se não der, a gente se muda. Como a casa é nossa, construída desde o chão, construída do sonho mesmo, vamos pensar nisso. Estamos juntos, eu e Noélia, há 11 anos. A casa tem nove”, disse Marcos Paulo.

O tempo do luto não é curto, linear. Mas os dias seguem. Marcos Paulo retornou ao trabalho. Noélia tinha o hábito de avisar se estava na academia, depois, que ia levar as crianças para a escola, se havia parado em um salão para fazer as unhas, ao ir para o trabalho às 14h. “Até hoje eu espero, quando estou em casa, o telefone tocar: ‘Amor, vem me buscar, já estou no Sesc, pode subir’.”

A casa de Noélia ficou por terminar.

Ana Pompeu

Ana Pompeu

Mineira de Uberlândia (MG), se formou na Universidade de Brasília (UnB). É jornalista com experiência na cobertura das cidades do Distrito Federal, já tendo sido premiada no 36° Vladimir Herzog. Especialista em Comunicação Política. Atua na cobertura do Poder Judiciário há dois anos. Tem interesse nos temas de gênero, direitos humanos e justiça.

Elas por elas

Em 2019, o Metrópoles criou projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal foram contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

Até terça-feira (31/12/2019), 16.954 mulheres do DF já procuraram delegacias de polícia para relatar abusos, ameaças e agressões que vêm sofrendo por parte de maridos, companheiros, namorados ou pessoas com quem um dia se relacionaram. Foram registrados ainda 33 feminicídios. Com base em informações da PCDF, apenas uma pequena parte das mulheres que vivenciam situações de violência rompe o silêncio para se proteger.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.

Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.

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