ABCdoDF
Afff, véi, Brasília é esparrada demais em gírias. Aproveita que tu tá morgado em casa, pega uma gela, e vem ver esse hagá que o Metrópoles preparou!
21/04 5:30
Aff
Interjeição
O brasiliense pegou a expressão do nordestino. O que era “Ave Maria” acabou se transformando apenas em “afff”. Pode ser usado em qualquer momento da vida e a intensidade depende da quantidade de efes. “Afff, hoje é dia de racionamento” ou “Afffffff, que esse baú não chega hoje!”.
Baú
Substantivo
Aquele meio de transporte que mexe com os passageiros, que sempre tá cheio, que é lotado de emoções dependendo do trajeto. É o busão, o bus ou, para os menos íntimos, o ônibus. “Peguei o baú lá no centro hoje… Lotaaaaaaaado… Um calor dos inferno… Foda”.
Camelo
Substantivo
Também conhecida como magrela, essa expressão tem a assinatura brasiliense. Significa bicicleta. Faz referência ao animal por ser utilizado para carga e transporte. Ficou bastante conhecida no país depois da música “Eduardo e Mônica” da Legião Urbana. “Se encontraram então no Parque da Cidade. A Mônica de moto e o Eduardo de camelo”.
De rocha
Locução Adjetiva
Uma expressão que serve para confirmar algo ou qualificar uma pessoa e que significa “é massa” ou “é sério?”. “João é de rocha!” ou apenas “De rocha?”.
Esparrado
Adjetivo
Sabe quando alguém ou algo é tudo aquilo que você deseja? O que é muito cobiçado? Isso é bem esparrado. “Você viu que esparrada foi aquela festa?”.
Frevo
Substantivo
O frevo também vem do Nordeste e o significado não poderia ser diferente de “festa, diversão, balada”. “Qual vai ser o frevo hoje?” ou “Aquele frevo deu o que falar”.
Grau
Adjetivo
Essa gíria também veio importada de outros lugares do Brasil. Serve para qualificar e dar aquela valorizada em algo. “Bora dar um grau nesse frevo” ou “Essa cerva tá no grau”.
Hagá
Substantivo
Sempre chega aquela hora de você mandar o hagá em alguém, dar aquele migué e até mesmo uma cantada. “Cheguei lá e mandei um hagá, foi fatal” ou “Joguei o hagá e o trouxa caiu direitinho”.
Ipê
Substantivo
Não é propriamente uma gíria, mas é uma das palavras mais faladas e vistas nos perfis do Instagram pelos brasilienses durante, pelo menos, seis meses do ano (fora os #TBTs). “Temporada de ipês encanta os moradores do DF”.
Joselito
Vocativo ou Adjetivo
Aquele cara sem noção já tem um apelido certo, Joselito. O nome veio do programa “Hermes & Renato” e logo pegou em Brasília. “Para de surfar nas tesourinhas, Joselito” ou “É ou não é…. Joselito”.
Lombra
Substantivo
A sensação boa de relaxamento, de dar aquela viajada, de apenas aproveitar o momento. “Me deixa aqui na minha lombra que tá bom demais”.
Morgado
Adjetivo
Aquela sensação de cansaço, preguiça, de não querer fazer nada. Às vezes, nada melhor que ficar morgado em casa. “Véi, fiz nada nesse fds, tava morgado”.
Nave
Substantivo
A palavra nave significa um carro bom. Se você nunca escutou, provavelmente, seu pai ou seu avô candangos já usaram essa expressão. Enquanto você provavelmente usa a variação “suave na nave” para falar que está tranquilo e bem. “Bora de nave, porque o baú vai atrasar”.
Ovo
Substantivo
Apesar de ter mais de 2 milhões de moradores, Brasília mais parece um ovo, e temos a impressão de que todo mundo se conhece. “Como assim, Priscilla e Márcia se conhecem? Nossa, aqui é mesmo um ovo”.
Pardal
Substantivo
Já dizia o poeta: “mais vale dois pardais voando do que um multando”. Pardal nada mais é do que a fiscalização eletrônica de velocidade nas vias. “Não tem como fugir dos pardais da EPTG”.
Quadradinho
Substantivo
Não somos Goiás, aqui é DF e temos um quadradinho próprio no mapa, mesmo que ele mais se pareça com um ovo, como você viu acima. “Mas esse lugar fica no quadradinho ou já é Goiás?”.
Rodô
Substantivo
Aquele espaço reservado ao baú ganhou um apelido carinhoso dado pelos moradores de Brasília, rodô. “A gente pega o W3 Norte, para na rodô e de lá vai de metrô” ou “Te encontro na rodô”.
Só o ouro!
Locução Adjetiva
Se alguma situação ou algo é “só o ouro”, saiba que está arrasando. A expressão, claro, quer dizer uma coisa boa. “Esses cards são só ouro, véi”.
Tesourinha
Substantivo
Tá na boca de todo mundo que anda, principalmente, pelo Plano Piloto. Se quer entrar no Eixo W ou no L ou no Eixão, faz a tesourinha que você sai lá. Nada mais é que passar pelas alças do viaduto. “Você vai reto aqui toda a vida e lá na 302 Sul faz a tesourinha”.
Ué
Interjeição
Uma forma simplificada (se é que isso é possível) do “Uai”. Ué é ué, ué. Além de pontuar frases, você pode usar como dúvida (Ué?), exclamação (Ué!), afirmação (Ué.) e até negação (Não, ué). “Ué, véi, por que você fez isso?” ou “Ué? Não era para fazer essa tesourinha?”
Véi
Interjeição
Uma variação para “cara”, mas, para um brasiliense, funciona como vírgula. Está em praticamente todas as frases. “Véi, tu não tá entendendo o que rolou” ou “Carai, véi!”.
Xópis
Substantivo
Mais uma da série apelidos carinhosos. O termo se refere a qualquer shopping center da cidade. “Bora pro xópis?” ou “Tô te esperando no xópis”.
Zebrinha
Substantivo
Referia-se aos micro-ônibus que faziam linhas circulares no Plano Piloto, mas foram extintas em 2015. No entanto, o termo continuou em uso. “Pega uma zebrinha, que é bem ali”.