Em 54 anos e 51 edições do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, já foram inacreditáveis 570 horas e 8 minutos de longas-metragens na mostra competitiva. Os 364 filmes apresentaram 970 atores e 275 diretores. Além disso: o mais longevo festival de cinema do Brasil trouxe para as telonas películas de 15 estados do país.
Não se trata apenas de números. O (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, foi além. Ao esmiuçar o livro Candango – Memórias do Festival, encontramos histórias, tendências, montamos um dream team e acompanhamos as conquistas das mulheres no espaço cinematográfico brasileiro.
DE ONDE VÊM OS FILMES?
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Pode parecer estranho, mas apenas 14 estados e o Distrito Federal tiveram longas-metragens exibidos na mostra competitiva do festival. Em primeiro lugar, nenhuma grande surpresa. O Rio de Janeiro “exportou” 161. Logo depois, São Paulo, com 109. A discrepância com o terceiro lugar é gritante. Minas Gerais e Pernambuco empatam com 18 cada. A lanterna fica dividida entre Alagoas, Santa Catarina, Piauí e Espírito Santo. Todos com apenas uma obra cinematográfica.
Ainda que o Rio de Janeiro esteja no topo dos campeões na categoria de melhor filme, com 24 Candangos, Pernambuco se destaca com o melhor aproveitamento no festival. O estado nordestino levou o prêmio principal em 38,9% vezes em que concorreu, deixando Rio Grande do Sul e Minas Gerais logo atrás.
Foi apenas na 4ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 1968, que apareceu o primeiro filme assinado por uma mulher como diretora. Valquíria Salvá foi creditada em Como Vai, Vai Bem?, ao lado de cinco homens.
Somente após 17 anos, a categoria de melhor longa da mostra competitiva premiou uma cineasta com o Candango. Suzana Amaral, em 1985, pela ficção A Hora da Estrela, abriu espaço para o sexo feminino em um ambiente majoritariamente comandado por homens. Depois dela, apenas 6 conseguiram o feito.
O número, ainda pequeno, parece vasto diante da realidade de outros famosos eventos. Conhecido mundialmente, o Festival de Cannes premiou, em suas 72 históricas edições, apenas uma mulher (Jane Campion, por O Piano) com o troféu principal. O de Veneza, em 76 premiações, contemplou quatro. O Oscar, o mais antigo deles, teve apenas uma obra dirigida por mulher como melhor filme – Guerra ao Terror, de Kathryn Bigelow.
Dream team: Os principais vencedores por categoria
EM NÚMEROS DE PARTIPAÇÃO
Julio Bressane
Julio Bressane
Paulo José
José Dumont
José Wilker
Joanna Fomm
Hugo Carvana
Sara Silveira
Luiz Carlos Barreto
Maria Ionescu
Walter Carvalho
Idê Lacreta
Régis Monteiro
POR VENCEDORES
Julio Bressane (4)
Jean Claude Bernardet (3)
Paulo José (3)
José Dumont (3)
Julio Bressane (4)
Clovis Bueno (3)
Idê Lacreta (5)
Paulo Sacramento (5)
Walter Carvalho (7)
Prêmios, prêmios e mais prêmios
Quantidade de prêmios por edição
Quer mais dados?
- David Neves foi a primeira pessoa a vencer pela segunda vez o prêmio de melhor filme;
- O primeiro longa do DF presente entre os indicados foi Tigipió – Uma Questão de Amor e Honra, em 1985. A obra é uma coprodução com o RJ;
- O primeiro longa colorido foi Riacho de Sangue, em 1966, na 2ª edição;
- Walter Carvalho, irmão de Vladimir Carvalho, foi a pessoa que mais participou do festival. O cineasta está creditado 16 vezes;
- Régis Monteiro, por outro lado, não deu muita sorte. Ele figura entre os que mais participaram, mas nunca levou uma estatueta.
- O famoso filme da Xuxa, Amor, Estranho Amor, foi exibido no festival em 1982. Não levou o prêmio principal
- Fernanda Montenegro participou da primeira edição do festival, em 1965. A atriz estrelou A Falecida e recebeu o prêmio de melhor atriz.
- Foram 193 filmes coloridos, 53 P&B e 16 mistos.