Em janeiro de 2023, o promotor Lincoln Gakiya desembarcou em Brasília com uma descoberta assustadora: o PCC queria sequestrar e matar políticos do primeiro escalão do Congresso

Na mira do PCC, além do próprio Gakiya, apareciam o senador e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (União-PR), a mulher dele, a deputada federal Rosângela Moro (União-SP), e os dois filhos do casal

A família Moro era monitorada havia seis meses pela organização. No Paraná, os bandidos alugaram casas, acompanharam a rotina das vítimas e esconderam armas atrás de paredes falsas

A Polícia Federal desarticulou a ação e prendeu parte do bando. Líder do PCC nas ruas, Patric Velinton Salomão, o Forjado, está foragido até hoje

O episódio causou rebuliço na capital federal. “Visível que é armação do Moro”, minimizou o presidente Lula, em meio a uma operação da PF. Ao que o senador rebateu: “Dá risada de família ameaçada”

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capítulo 4:

O comando virou máfia

o comando virou máfia

O 4º capítulo da série mostra os métodos similares aos da máfia italiana e as conexões internacionais do PCC para tráfico de drogas e armas

Alfredo Henrique, Felipe Resk e Luiz Vassallo02/09/2023 02:30











Há quase duas décadas, o promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), investiga a atuação do PCC. Entre dezenas de ações que liderou contra a organização criminosa, uma irritou profundamente o alto comando da facção, a ponto de colocar o investigador na lista dos seus jurados de morte.

No fim de 2018, Gakiya solicitou à Justiça paulista a transferência imediata de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e de outras 14 lideranças do PCC para presídios federais de segurança máxima, após descobrir um plano cinematográfico de fuga da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior paulista.

As transferências ocorreram no início de 2019, quando o hoje senador Sergio Moro era ministro da Justiça. Desde então, o promotor vive sob escolta policial. Gakiya deixou de frequentar restaurantes e outros lugares públicos e até abriu mão de pescar aos fins de semana, seu passatempo preferido.

Igo Estrela/MetrópolesO Ministério Público de São Paulo descobriu que o ex-ministro Sergio Moro era alvo do PCC

A permanente ameaça sobre o algoz do PCC remete a práticas adotadas pela máfia italiana contra autoridades que ousaram combatê-la na Europa. O caso mais emblemático foi o assassinato do juiz Giovanni Falcone, titular da Operação Mãos Limpas. Em maio de 1992, integrantes da Cosa Nostra, máfia da Sicília, explodiram o carro onde o magistrado e mais quatro pessoas estavam, nos arredores de Palermo.

Para Gakiya, não resta dúvida de que o PCC é hoje uma máfia com tentáculos internacionais. Com o tráfico transnacional de drogas e métodos violentos de solução de conflitos, a maior organização criminosa da América do Sul aprendeu também a lavar dinheiro de forma sofisticada, corromper funcionários públicos e se infiltrar nos poderes da República. Todos são componentes que caracterizam uma máfia.

O reconhecimento da mudança de patamar é importante para que o PCC entre no radar de forças de segurança internacionais. Isso facilita a assinatura de termos de cooperação com demais países. A colaboração ajudaria a rastrear e sequestrar bens escondidos em outras nações. E o interesse é bilateral, uma vez que investigadores europeus já detectaram a associação do PCC com a ‘Ndrangheta, a máfia da Calábria, no tráfico de cocaína para a Europa. Em abril deste ano, Gakiya foi à Itália discutir com chefes da Guarda di Finanza, a polícia federal italiana, ações conjuntas de combate à parceria mafiosa.

Diferentes investigações mostram que o PCC tem associações com grupos da Sérvia, Colômbia, Venezuela e de outros países. Além do narcotráfico, as parcerias envolvem envio de armas.

Conexões de Máfia

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Ao conquistar o posto de principal fornecedor de cocaína para a Europa, o PCC tornou-se um importante parceiro de negócios de outras máfias, com as quais fatura bilhões

Colaboradores

“Quando o PCC entrou no tráfico internacional, acabou naturalmente fazendo contato com as máfias. Não é ele que coloca a droga no exterior e fica responsável. Lá, o responsável é uma gangue local”, diz Gakiya.

Crédito: Crédito Gustavo Lima/Câmara dos DeputadosO promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), investiga a atuação do PCC há quase duas décadas

Antes do PCC, traficantes europeus precisavam atravessar o Oceano Atlântico até Bolívia, Colômbia ou Peru, países produtores de cocaína, para negociar pasta-base ou comprar a droga já refinada. A parceria comercial com a facção facilitou a logística e reduziu os riscos dos criminosos europeus. O pagamento ao PCC só é feito após a entrega da remessa.

Crédito: Breno Esaki/MetrópolesGrande parte da cocaína consumida na Europa sai dos portos brasileiros

No Brasil, os bilhões do narcotráfico permitem que o PCC domine comunidades e, caso não seja atendido, recorra à violência – tal qual as máfias fazem. O plano de matar o promotor Gakiya e o senador Sergio Moro é um dos exemplos.

Segundo a Operação Sequaz, da Polícia Federal, o “Plano A” do PCC era resgatar Marcola, o seu maior líder, da cadeia de segurança máxima. Executar o promotor e o senador era o “Plano B”, uma forma de retaliação.

Marcola já viu quatro tentativas de resgate serem frustradas só na última década. Na mais recente, em agosto de 2022, calcula-se que foram investidos R$ 60 milhões, com compra até de aeronaves e blindados pela facção. O dinheiro teria saído do bolso do próprio chefão do PCC.

Novas lideranças

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Com lideranças históricas isoladas, membros que estão em liberdade ganharam importância desde 2018. O grupo se destaca por expandir o tráfico internacional, estruturar o esquema de lavagem de dinheiro e planejar ataques a autoridades.

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Patric Velinton Salomão, o Forjado

Um ano após deixar a prisão, chefiou o plano de executar o senador Sergio Moro, a família dele e o promotor Lincoln Gakiya, que foi frustrado pela polícia. É considerado a liderança máxima da facção, fora das cadeias, no Brasil.

Sérgio Luiz de Freitas Filho, o Mijão

Condenado a mais de 7 anos de prisão por organização criminosa, figura na lista de mais procurados do país. Apontado como o principal negociador de cocaína na Bolívia, é o “número 1” da operação internacional do PCC.

Marcos Roberto de Almeida, o Tuta

Também faz parte da lista de mais procurados do Brasil. Exerceu o cargo de maior liderança nas ruas até 2022. Com paradeiro desconhecido, há suspeita de ter sido assassinado por conflitos com outros integrantes da facção.

André Oliveira Macedo, o André do Rap

Traficante internacional e chefe da exportação de cocaína, via Porto de Santos. Com mais de 25 anos de pena, ocupa o topo da lista de bandidos mais procurados de São Paulo. Foi solto por habeas corpus, em 2020, e está foragido.

Odair Lopes Mazzi Junior, o Dezinho

Líder do esquema bilionário de lavagem de dinheiro do PCC. Condenado por assaltar um frigorífico, fugiu da cadeia em 2002, escalou na hierarquia do crime e atuou na expansão do PCC na América Latina. A operação Plata da PF, que pegou o esquema de Colorido com gado e igrejas, é de fevereiro de 2023

Valdeci Alves dos Santos, o Colorido

É condenado a mais de 20 anos por tráfico, homicídio e uso de documentos falsos. Também responde por usar gados, imóveis e igrejas para ocultar bens do crime. Foragido desde 2014, exerceu liderança nacional no PCC até ser capturado em 2022.

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A missão de matar Moro era supostamente coordenada por Patric Velinton Salomão, o Forjado. Em liberdade desde 2022 e dono de uma ficha corrida que inclui roubo, homicídio e tráfico de drogas, ele atuaria no “núcleo de inteligência” do PCC, célula voltada para monitorar autoridades. Também é apontado como o número 1 da “Sintonia Final da Rua”, formada pelos criminosos mais importantes fora da cadeia.

Crédito: ReproduçãoForjado é considerado a liderança máxima da facção, fora das cadeias, no Brasil

Já nas transações internacionais, o principal nome do PCC é Sergio Luis de Freitas, o Mijão ou Xixi, que herdou e ampliou a estrutura do narcotráfico montada por Gegê do Mangue. Incluído na lista de bandidos mais procurados do Brasil, há suspeita de que ele esteja escondido na Bolívia, de onde gerencia a operação da cocaína.

Crédito: ReproduçãoMijão herdou e ampliou a estrutura do narcotráfico montada por Gegê do Mangue

Forjado e Mijão ascenderam à chefia após a saída de cena de Marcos Roberto de Almeida, Tuta, o primeiro a ser escalado para o comando da organização nas ruas. Com Marcola isolado na federal, ele chegou a ser apontado como o substituto imediato do chefão do PCC.

Entre 2018 e 2019, Tuta exerceu o cargo de adido comercial no Consulado de Moçambique, em Minas Gerais, com salário de R$ 10 mil. À época, já era a principal voz do PCC nas ruas e seu nome constava na lista de bandidos mais procurados pela polícia.

Crédito: ReproduçãoTuta comandava o PCC nas ruas, mas teria sido expulso por embolsar dinheiro da organização

Tuta teria sido expulso por enriquecer à custa da organização em 2022. Investigadores acreditam que ele foi sequestrado e morto pelo PCC. Oficialmente, continua foragido.

Sucessores, Forjado e Mijão seriam citados, ainda, no esquema de lavagem de dinheiro do PCC, descoberto pela Operação Sharks, do MPSP, em setembro de 2020. No processo, Forjado foi representado pelo mesmo advogado de um dos filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e acabou absolvido pela Justiça paulista.

Só nessa investigação, o MPSP identificou R$ 1,2 bilhão do narcotráfico enviado ao Paraguai. A Bolívia é outro destino do dinheiro. Segundo a promotoria, o esquema de lavagem é semelhante ao constatado na Operação Lava Jato e envolve doleiros que ficam com 10% do valor recolhido.

Essa não é a única alternativa do PCC para esquentar dinheiro, manter capital de giro e obter liquidez financeira. Investigações apontam envolvimento de líderes da facção em comércios, serviços e até na abertura de templos religiosos. Exemplo dessa diversificação é o ex-chefe do PCC nas ruas Valdeci Alves dos Santos, o Colorido. Em 2020, ele se tornou alvo da PF, sob suspeita de lavar mais de R$ 23 milhões do tráfico em imóveis, gados e sete igrejas evangélicas.

Crédito: ReproduçãoValdeci Alves dos Santos, o Colorido, é ex-chefe do PCC nas ruas

Como funciona
a lavagem de dinheiro

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Em 2020, a Operação Sharks, do MPSP, revelou o esquema do PCC para lavagem bilionária de dinheiro. Ele envolve doleiros, “formigas” e “casas-cofres”.

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“As organizações criminosas estão se transformando em grandes marketplaces de serviços”, diz o promotor Fábio Ramazzi Bechara, do MPSP.

Segundo ele, o PCC tem usado sua estrutura para tentar abocanhar contratos públicos e, silenciosamente, infiltrar-se em administrações pelo país. Entre os setores que já apareceram sob suspeita de envolvimento da máfia brasileira, estão transporte público e limpeza urbana, contratados por prefeituras.

Crédito: Emiliano Hagge/Fecomercio SPPara o promotor Fábio Ramazzi Bechara, do MPSP, o PCC tem usado sua estrutura para tentar abocanhar contratos públicos

“Há baixo risco de detecção, que se perde no gigantismo dos contratos. Cada órgão toma conta de uma coisa, e eles não se comunicam entre si. Isso cria oportunidade e incentivo [para práticas ilícitas]”, diz o promotor.

Para Bechara, a corrupção é uma “característica essencial de qualquer organização criminosa”. Na década de 1990, esse já era o principal meio para fazer drogas, armas e celulares entrarem nos presídios. Hoje, a prática é replicada nas ruas. “Este é um custo operacional necessário. Senão, o PCC não sobrevive.”

Em novembro de 2016, a Operação Ethos, do MPSP, prendeu mais de 30 advogados e o vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Estado de São Paulo (Condepe), acusados de receber propina e fazer lobby para favorecer o PCC. Marcola foi condenado por liderar o esquema.

Investir na variação criminosa de “advocacy”, como são chamadas as práticas no mundo corporativo de pressionar por decisões políticas ou alocação de recursos públicos, é uma sofisticação dos métodos do PCC. A violência explícita contra autoridades deixou de ser a primeira opção.

Nos anos 2000, a organização, de fato, matou o juiz corregedor José Machado Dias, de Presidente Prudente, e José Ismael Pedrosa, ex-diretor do Piranhão, cadeia onde a máfia nasceu. A execução das autoridades causou comoção social e piorou o regime prisional de lideranças.

Crédito: Reprodução/ TV FronteiraO juiz Antônio José Machado Dias foi executado com quatro tiros na saída do fórum

Uma das preocupações das autoridades é que o PCC consiga usar doações para impulsionar candidatos ligados à organização. “O sistema de fiscalização apresenta vulnerabilidades que não permitem verificar quem são exatamente os fornecedores e as empresas prestadoras de serviço nas campanhas”, diz Bechara.

Na eleição de 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) emitiu alerta para o financiamento da parte de organizações criminosas. Levantamento da Receita Federal mostrava que 300 mil dos 730 mil doadores, ou 40%, não possuíam receitas condizentes com os valores repassados às campanhas.

Os Atentados

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O PCC tem largo histórico de promover ataques e ameaças a autoridades, postos policiais e prédios públicos. Os atentados servem para reivindicar mudanças nas cadeias e fazer pressão por regimes mais leves para suas lideranças.

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Alckmin decretado

11 de agosto de 2011

Escutas do Ministério Público de São Paulo (MPSP) interceptaram que a facção havia “decretado” – ou seja, jurado de morte – o então governador Geraldo Alckmin (PSB), atual vice-presidente.

Ameaças a Gakyia

8 de dezembro de 2018

PMs encontraram um bilhete, escrito na cadeia, contendo a primeira ameaça contra o promotor Lincoln Gakiya, especialista em investigar a facção. Responsável por denunciar lideranças do PCC, o integrante do MPSP vive sob forte escolta desde então.

Moro na mira

22 de março de 2023

A Polícia Federal deflagrou a Operação Sequaz para desarticular o plano do PCC de sequestrar e matar agentes públicos. Entre os alvos da facção, estavam o senador Sergio Moro (União), a deputada federal Rosangela Moro, mulher dele, e os filhos do casal.

Execução de juiz

14 de março de 2003

Conhecido por ser “linha dura”, o juiz Antônio José Machado Dias, de 47 anos, corregedor das Varas de Execuções Criminais de Presidente Prudente, foi executado com quatro tiros na saída do fórum. Trata-se do primeiro ataque de facção contra membros do Judiciário no Brasil.

Morte de diretor

23 de outubro de 2005

Inimigo número 1 do PCC, o ex-diretor do Piranhão e do Carandiru José Ismael Pedrosa, de 70 anos, morreu em uma emboscada em Taubaté, onde morava. Com o carro parado no trânsito, foi surpreendido por 10 tiros disparados de outro veículo.

Sequestro de parente

17 de abril de 2001

Quatro criminosos invadiram um consultório e sequestraram a ginecologista Eulália Rodrigues Pedrosa, filha do diretor do Piranhão, em Taubaté. Ela ficou 41 horas em cativeiro até ser resgatada.

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Em agosto de 2019, a PF pôs nas ruas 180 policiais para prender 28 envolvidos com núcleos de lavagem de dinheiro do PCC. A Operação Cravada, deflagrada naquela ocasião, bloqueou mais de 400 contas bancárias de laranjas, usadas pelo bando e pelas quais passaram R$ 7 milhões.

Crédito: Fábio Vieira/MetrópolesA Polícia Federal já fez dezenas de operações para combater o tráfico de drogas do PCC

Com 150 páginas, o pedido de prisão veio recheado de diálogos descritivos sobre setores de arrecadação do PCC. Um trecho de poucos minutos, no entanto, foi o responsável por fazer a operação ganhar repercussão política.

Grampeado por investigadores, o preso Alexsandro Roberto Pereira, o Elias, decidiu descontar em Sergio Moro, então ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL), sua raiva por ser transferido para presídio federal. “Esse Moro aí, esse cara é um filha da puta, mano. Ele veio pra atrasar”, disse.

Elias não era um chefão do PCC. Segundo a investigação, ele exercia papel de liderança regional e estava na Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, fisicamente distante do alto escalão.

Crédito: ReproduçãoAlexsandro Roberto Pereira, o Elias, se irritou com sua transferência para presídio federal

A reclamação de Elias encontrava pouco lastro na realidade. A transferência de lideranças do PCC, feita a pedido do MPSP e aceita pela Justiça, tinha relação lateral com o governo federal. Cabia ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen), vinculado à pasta de Moro, apenas disponibilizar as vagas.

Mais tarde, o trecho da fala nem sequer seria usado para comprovar os crimes investigados pela PF.

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