As investigações sobre a chacina que matou 10 pessoas da mesma família – incluindo três crianças – chegaram ao fim. A história macabra com contornos sombrios, que intrigou os brasilienses por semanas, é recheada de personagens e reviravoltas.
Na última sexta-feira (27/1), o delegado Ricardo Viana, chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), detalhou a cronologia dos assassinatos, bem como os papéis de cada criminoso na execução das vítimas. Para ajudar o leitor a encaixar os fatos, o Metrópoles organizou as principais informações da apuração em um especial multimídia.
O melhor ponto de partida para entender esse crime é o Natal de 2022. A família Belchior aparentemente passou dias felizes celebrando a data com parentes, mas, em poucas horas, a chácara no Itapoã onde moravam virou um cenário de filme de terror.
A polícia escutou um personagem-chave para recontar essas últimas horas de normalidade das vítimas: um homem que se relacionou por dois anos com uma das vítimas. O jovem namorava Gabriela, filha de Marcos e Renata, irmã de Thiago.
A testemunha passou o fim de semana com a família da namorada e não notou nenhum comportamento estranho. Ele voltou para casa na terça-feira 27 de dezembro e, no dia seguinte, após tentar contato com Gabriela, o jovem começou a ter uma série de trocas de mensagens bizarras com ela. Ele nunca mais encontrou a namorada.
A família Belchior levava uma vida aparentemente normal: mãe (Renata), pai (Marcos) e filha (Gabriela) viviam em uma chácara própria. No condomínio moravam mais dois homens, Horácio e Gideon, que prestavam serviços gerais para os proprietários.
O filho mais velho do casal, Thiago, já não morava com os pais, vivia com a esposa e os três filhos pequenos em uma região administrativa localizada a mais ou menos 50 quilômetros dali, mas visitava os pais com frequência para que as crianças brincassem na chácara.
O único fato curioso do núcleo familiar – e que Marcos não fazia questão de esconder –, era a segunda família do patriarca. Ele teve a filha Ana Beatriz com a amante, Cláudia, e revezava os seus dias entre as duas casas. Essa situação era de conhecimento de todos que conviviam com eles.
As 10 pessoas da família Belchior citadas acima foram assassinadas cruelmente, e seus corpos foram distribuídos por diferentes locais do Distrito Federal. Após a investigação, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu que todos os familiares teriam sido mortos por causa de dinheiro.
A chácara de Marcos era avaliada em R$ 2 milhões, e essa teria sido a motivação dos criminosos para matar a família. Gideon e Horácio contaram aos investigadores que o plano era assassinar toda a família para tomar posse do imóvel.
Os criminosos começaram a planejar a chacina em outubro. No dia 23 daquele mês, alugaram o cativeiro onde mantiveram as vítimas. Veja a árvore genealógica (acima) e confira o ponto a ponto (abaixo) de como a história se desenrola: