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Quando nós mães podemos deixar as crianças para fazer uma viagem?

O questionamento me veio assistindo a um episódio de Grey’s Anatomy em que a Meredith passa o fim de semana sozinha em um hotel

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Meredith Grey
1 de 1 Meredith Grey - Foto: Reprodução/Internet

Dia desses, assistindo a uma temporada antiga do seriado Grey’s Anatomy – sim, porque eu jamais conseguiria acompanhar a mais recente – me deparei com um episódio em que a Meredith resolve passar o fim de semana em um hotel. Ela deixa os filhos com uma amiga e desiste de encontrar o marido em outra cidade para passar três dias inteiros sozinha, fazendo o que desse na telha.

Na hora em que vi aquilo, pensei: que ótima ideia! Era tudo o que eu precisava. Mas aí eu lembrei que meu filho caçula tem 10 meses, mama no peito e é um verdadeiro grude.

Veio, então, a questão: quando é que nós, mães, podemos deixar as crianças para fazer uma viagem, seja a trabalho ou lazer, sozinhas, com amigos ou com o companheiro?

Meu filho mais velho era um bebezinho quando ouvi de uma conhecida que a experiência dela com viagem pós-maternidade havia sido péssima. Ela saíra para passar o carnaval com um grupo de amigas, deixando a filha, de então 3 anos, com o pai. Segundo me contou, a menina ficou profundamente magoada com isso, demorando meses para voltar a acreditar que a mãe estava apenas indo trabalhar quando saía porta afora.

Fiquei com essa história na cabeça até que surgiu a oportunidade de fazer uma viagem a trabalho para outro país, quando Miguel estava prestes a completar 1 ano. Coloquei na balança e decidi ir, me sentindo a pior mãe do universo. Ele, que também mamava na época, sofreu um pouco na primeira noite (e meu marido também), mas ficou tranquilo no restante do tempo. Cinco dias depois, eu voltei, ele ainda quis mamar e não deixou de me amar.

Embora essa experiência tenha sido tranquila – assim como uma outra, quando ele tinha 1 ano e meio – sempre bate aquele medo de deixar o filho traumatizado. A gente que é mãe acha que eles ficarão péssimos longe de nós. Que vão se sentir abandonados, deixados de lado, que vão lembrar disso até a vida adulta. Como poderia ser diferente? A gente fabrica essas pessoinhas no nosso corpo, a ligação é quase visceral.

Ainda assim, que vontade que dá de fazer uma viagem sem nenhuma criança a tiracolo. Sem se preocupar se tem alguém com sono, sujo ou com fome – ou tudo isso ao mesmo tempo. Eu, confesso, não vejo a hora de poder passar uns diazinhos assim, nem que seja para ficar esse tempo todo de liberdade dizendo “ai, que saudade dos meus pequenos!”. Mãe é bicho meio louco mesmo.

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