Por que fazemos nossos filhos acreditarem em Papai Noel?
Depois de uma “visita” ao bom velhinho, passei a considerar outras formas de abordar a história com as crianças
atualizado
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Dia desses, em uma popular atração de Natal da cidade, Miguel se encontrou pela primeira vez com o bom velhinho. Para falar bem a verdade, não foi a primeira vez; no ano passado, meu pai se fantasiou de Papai Noel na hora da troca de presentes, mas meu filho só interagiu com aquela figura quando entendeu qual era a sua função ali.
Este ano, contudo, aconteceu o primeiro encontro com um espécime devidamente caracterizado: barba branca de verdade, barriga grande, botas e gorro. Acho que eu estava mais ansiosa que Miguel.
Para a minha decepção, porém, ele sentou na outra ponta do sofá e não deu muita trela para o sujeito, limitando-se a responder as poucas perguntas feitas pelo personagem com um lacônico “é” (aliás, gente, vamos combinar que, para ser Papai Noel, é preciso um mínimo de vocação com crianças).
Em conversas com outras mães sobre esse assunto, descobri que, em muitas famílias, o mito do Papai Noel é explicado desse jeito mesmo, como um mito, um personagem tal qual o Homem Aranha ou a Princesa Elsa. Em muitas casas, as mães e pais esclarecem que a compra dos presentes, quando há, é feita por eles, e isso ajuda a frear impulsos consumistas e a ensinar para as crianças o valor das coisas.
Achei essa abordagem muito interessante. Eu não sou religiosa, mas amo Natal e tudo que vem no pacote – luzinhas, família reunida, troca de carinhos e presentes, passas e fios de ovos. Passei boa parte da infância acreditando em Papai Noel e confesso que, até então, a ideia de não repetir essa história para meus filhos era improvável.
Mas por quê não fazer diferente, não é mesmo? No final das contas, não é Papai Noel o grande responsável pela “magia” do Natal, e sim o fato de estarmos perto de quem a gente ama.
Feliz Natal, com ou sem bom velhinho!
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