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Pesadelo: meu filho se perdeu na praia e foi um sufoco até achá-lo

Foram poucos minutos, talvez cinco, mas que pareceram uma eternidade e espero não passar por isso outra vez

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The theme is a child and summer beach vacation. A small Caucasian boy sits sideways on a wooden pier and looks at the camera on a sandy beach and a pond, a river. With bare legs in blue denim shorts
1 de 1 The theme is a child and summer beach vacation. A small Caucasian boy sits sideways on a wooden pier and looks at the camera on a sandy beach and a pond, a river. With bare legs in blue denim shorts - Foto: iStock

Eu tinha uns 9 ou 10 anos quando a minha irmã, então com 6, se perdeu na praia. Meus pais estavam a poucos metros de nós, um olho no peixe e o outro no gato, mas, em uma fração de segundo, ela desapareceu. Ficou mais de meia hora sumida.

Lembro que meu pai e minha mãe estavam desesperados, colocando todos os banhistas em alerta, quase indo registrar o caso na delegacia. Ela foi achada perambulando entre os guarda-sóis, chorando, mas inteira e sem traumas.

O trauma maior ficou para os meus pais, é claro.

Essa história sempre esteve nos meus pesadelos maternos e acabou se tornando realidade há cerca de uma semana, quando meu filho mais velho desapareceu na praia. Foram poucos minutos, talvez cinco, mas que pareceram uma eternidade.

A situação estava complicada desde a hora que chegamos. Estava sozinha com as duas crianças — sendo que uma não queria sair do mar e a outra não chegava perto. Muito calor, muita gente, muitos vendedores ambulantes e nenhum olho na nuca. Mas estava levando.

Em dado momento, meus dois filhos se distraíram com outras crianças em um grupo mais atrás de nós. Eles haviam feito um enorme buraco na areia, meninos e meninas brincavam de pular dentro dele, fazer muretas e cavar ainda mais. Foi um momento em que relaxei uns 2%. Sim, porque meus filhos estavam, pela primeira vez naquela tarde, brincando no mesmo lugar, sem eu ter que ficar quebrando o pescoço para vigiá-los.

Mas aprendi, senhoras e senhores, que jamais devemos relaxar. Em menos de 30 segundos, Miguel sumiu do meio da criançada. Dei uma rápida olhada em volta e não o avistei. Passei a olhar para a beira do mar — que, vale registrar, estava furioso. Nada.

“Vocês viram meu filho? Um menino loirinho, sunga de tubarão.” “Sim, ele estava aqui até agora.” Nessa hora, a gente só pensa no pior.

E contamos com a solidariedade dos desconhecidos. Deixei o pequeno aos cuidados de duas moças que estavam ao nosso lado, e um grupo de quatro mães e pais passou a me ajudar na busca. Começamos a procurar entre os guarda-sóis e no mar. Tive medo que alguém o tivesse levado.

Mas lembrei que, no outro dia de sol, quando não era sábado e a praia estava tranquila, ficamos instalados mais para trás, perto dos chuveiros, e meus filhos ficaram indo e voltando de lá para encher os baldinhos. Bingo! De longe, pude avistar Miguel e sua sunga de tubarão. Corri até ele, sem saber se o abraçava ou se dava a bronca primeiro.

Na volta, uma mulher me perguntou “você quer um abraço?”. Nos abraçamos e eu comecei a chorar de alívio (obrigada, desconhecida!).

Miguel, agora, repete a lição da bronca “daquele dia que eu fui para o chuveiro, não é, mãe?”. E eu, que espero não passar por isso outra vez, estou desenvolvendo um olho na nuca.

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