metropoles.com

Não, “mãe de pet” não é igual a mãe de gente

A polêmica tomou conta das redes sociais. É certo apropriar-se da palavra mãe nesse caso?

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
iStock
iStock-532262202
1 de 1 iStock-532262202 - Foto: iStock

Eu pensei muito, mas muito mesmo, se valia a pena escrever este texto. Debates que colocam mulheres em posições antagonistas nunca me parecem uma boa coisa, não se o clima for belicoso – caso do famigerado “mãe de pet”, que bombou nas redes sociais ao longo da última semana. Mas conversando com uma amiga – ela com um “filho” de quatro patas e defensora da apropriação da palavra mãe para essa relação – senti necessidade de falar sobre.

Pessoalmente, não me incomodo que mulheres se intitulem mães de seus bichinhos. O que me causa espanto é a comparação do trabalho e da responsabilidade envolvida na criação de um ser humano com a de um pet. Porque, gente, não tem nenhuma comparação.

Você pode amar muito o seu bichinho, muito mesmo. Amor é subjetivo e acho que não me cabe classificar o sentimento alheio. Você pode até achar que a vida do seu pet vale mais que a de um humano, ou de alguns humanos (até eu acho isso, em alguns casos). Você pode comemorar os aniversários dele, ficar preocupadíssima quando ele adoece ou resolve sumir.

Entretanto, não dá para comparar o exercício da maternidade de gente com a “maternidade” de um bichinho. Não tem nada mais assustador do que os primeiros dias do bebê, porque é quando a gente olha e se dá conta de que é para sempre. Que a gente não pode tirar férias, deixar para lá quando nos cansarmos.

“Ah, mas abandono animal também é crime.” Verdade. Mas se você, por qualquer motivo, não chegar em casa e seu pet ficar sem água e comida por uma noite, ele até vai ficar chateado, mas vai sobreviver.

 

Se você, eventualmente, tiver que deixá-lo com outra pessoa ou em outra casa (porque vai se mudar, porque não pode mais cuidar dele), não será vista como uma monstra. As mães, senhoras e senhores, não têm essa prerrogativa.

Um pet não vai te contrariar, questionar as suas decisões, se tornar um sujeito de direitos. Um pet não vai te surpreender com problemas novos e cada vez mais complexos – não dorme, não come, não mama, faz xixi na cama, não sabe matemática, não quer fazer faculdade, está desempregado.

Finalmente, um bichinho não carimba na sua testa o adesivo de mãe e todo o seu significado na nossa sociedade. Você, mãe de pet, não será julgada e condenada como uma mãe de gente. Se o seu cachorro sai derrubando tudo no supermercado, as pessoas podem até querer que você arque com o prejuízo, mas ninguém vai dizer “olha lá, mimado pela mãe esse cachorro”.

Se uma criança dá “birra” na fila do caixa, os olhares de reprovação para a mãe são instantâneos. Então, pessoal, sejam mães de quem quiserem, mas, por favor, respeitem as mães de gente.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?