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Depois de uma verdadeira saga para engravidar, eles viraram cinco

Bruna Rodrigues engravidou de trigêmeos e conta como tem sido viver essa experiência

atualizado

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Foto: Frederico Gomes
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Todo mundo que quis engravidar na vida viveu a ansiedade de fazer um teste de farmácia (ou mesmo o exame de sangue) e aguardar o resultado. Os minutos até que se revelem aqueles dois risquinhos são existenciais. Caso a gestação se confirme, a vida vai mudar muito.

Se é assim em casos “normais”, imagine quando o primeiro ultrassom aponta não um, nem dois, mas três bebês. Foi o que aconteceu com a analista internacional Bruna Nascimento Rodrigues, 32 anos, mãe de Sofia, Lucas e Letícia, de 2 meses – frutos de uma concepção natural, mas cheia de “emoções”.

Bruna, com ovários policísticos, ficou nove meses sem ovular. Precisou tomar medicação para isso, mas, quando aconteceu, a hiperestimulação a deixou com os ovários pesando seis quilos. Com muitas dores, água no pulmão, problemas nos rins e uma barriga que parecia ser de 9 meses de gestação, ela precisou ir para a UTI. Lá, contudo, descobriu a tão sonhada gravidez.

“Tomei muitas medicações fortes e tive medo de perder o bebê. Eu pedia à médica para fazer o Beta HCG (exame de gravidez) todo dia, para ver se estava evoluindo”, lembra, aos risos. “Tive tanta dificuldade e frustração que, na UTI, já como gestante, eu torcia para virem dois bebês. Porque não sei se encararia tudo de novo.”

Foto: Arquivo pessoal
Bruna Nascimento Rodrigues

 

Abaixo, Bruna conta como foi a aventura da gravidez e o que espera da vida daqui para frente:

“Minha médica sempre me deixou ciente de que o ovário policístico é meio imprevisível. Uma dose de medicação pode nem fazer ‘cosquinha’ e, do nada, uma dose um pouco maior acabar estimulando demais. Depois que tomei três medicações, finalmente vi que iria ovular (fazia acompanhamento semanal em uma clínica, por meio de ultrassom). Então, o médico disse que poderíamos namorar.

O que ocorreu, vimos depois, foi que eu tive hiperestímulo ovariano e fui parar na UTI. Na emergência do hospital, fiz o Beta HCG e deu que estava grávida de duas semanas, mais ou menos. Passei de tentante a gestante na UTI em questão de poucos dias.

No dia da alta, a médica pediu para fazer um ultrassom para vermos o bebê (ainda saco gestacional). O médico viu um e eu chorei de emoção. Dois minutos depois, ele viu o outro. Eu chorei mais ainda! Que felicidade! Deus tinha me escutado.

Logo em seguida, meu marido encostou na parede, com a mão na boca. Ele, que também é médico, viu o terceiro. A gente levou um susto de 10 segundos e depois foi só alegria! Contamos pra toda a família pelo FaceTime. Como Deus foi bom! Porque realmente acho que não engravidaria de novo… sofri muito, foi muito desgastante, física e psicologicamente.

Fiquei de repouso a gravidez toda, em casa. Foi bem difícil no início e minha vida mudou totalmente. Tive que abdicar do trabalho e da minha independência, porque dependia das pessoas para quase tudo (eu não podia abaixar, carregar peso, dirigir, subir/descer escadas…). Fui tendo ciência do alto risco da minha gestação, me conformei e até aprendi a gostar do repouso. As pessoas não entendem o que é isso, o que é ser gestante de trigêmeos. Acham exagero, frescura.

Foto: Arquivo pessoal
Bruna com Sofia, Lucas e Letícia

 

Eu escutei tanta coisa! Tipo: “Não sei se te dou parabéns ou meus pêsames”, “Você vai manter a gestação dos três?”, “Como você vai fazer?”, “Você não vai ter mais filhos, né?”. Coisas que só gestantes de múltiplos escutam. A melhor parte foi ter consciência de como Deus e a natureza são perfeitos. Gerar três vidas! Três corações, os ossos, tudo de três pessoas! Eu ainda não consigo acreditar que fiz isso!

Assim que tive os meninos, a parte mais difícil foi a da UTI Neonatal. Não ter meus filhos comigo no quarto, ter horário para vê-los. Foi bem ruim, mesmo eu tendo consciência de que isso ocorreria. No total, fiquei 21 dias no hospital: 12 antes e nove depois do parto. Sofia ficou cinco dia na UTI; Lucas, 8; e Letícia, 9.

Hoje, a pior parte é admitir que não dou conta de certas coisas sozinha. Na gestação, pensava em não ter babá, queria cuidar sozinha dos meus filhos. Mas não tem como. É bem pesado.

É bem difícil também achar que não passo tempo suficiente com cada bebê… é tudo tão corrido!

Foto: Arquivo pessoal
Momento de pura fofura

 

Ainda não sei como vai ser o futuro, quando acabar a licença-maternidade. Nossa rotina é bem pesada, eles mamam a cada três horas, inclusive de madrugada. Todo mundo que vem ajuda. Minha família e a do meu marido não são daqui, mas hoje estamos eu e minha sogra em casa. Gastamos o que temos e não temos com enfermeira/ babá/ técnica de enfermagem à noite.

Só sei dizer que, a cada dia, admiro ainda mais as mulheres, as mães. Temos uma força que não sabemos de onde vem! Mas estamos sempre seguindo firmes e fortes, pelos nossos filhos, nossa família.

Minha maior alegria é ver todos bem, de banho tomado, barriguinha cheia, sorrindo, mostrando linguinha. Vê-los se acalmando quando estão todos juntos, se olhando, sentindo uns aos outros. Vai ser lindo quando tiverem consciência de que são irmãos e estão juntinhos desde a barriga!”

Foto: Arquivo pessoal
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