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Copa do Mundo e os palavrões: como lidar?

Entender o peso dessas expressões em cada cultura e família é fundamental para o aprendizado de crianças e adolescentes

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É Copa! Se você gosta um pouquinho de futebol, já deve ter ficado em franca euforia/revolta com jogadores e juízes. Na hora da emoção, podem escapar alguns palavrões – dos mais suaves aos mais cabeludos – muitas vezes, na frente de crianças.

A jornalista Rafaella Feliciano, 32 anos, chegou a levar uma bronca da filha mais velha, Luísa, 5, durante o jogo da Seleção contra a Costa Rica na semana passada. “Mãããe, o que é isso? Você não pode xingar o jogador, isso não é legal. Pede desculpa!”, censurou a menina. “Esse mundo dá voltas, não é mesmo?”, brincou Rafaella.

Falar palavrão faz parte da vida, e entender o peso dessas expressões em cada cultura e família é fundamental para o aprendizado de crianças e adolescentes. “Uma palavra feia na minha casa pode ser tolerada em outra. Há, também, gírias e expressões locais que precisam ser levadas em conta. Pedir um ‘cacetinho’ [pãozinho] no Rio Grande do Sul é uma coisa, mas, em outros lugares do país, há chances de soar mal”, lembra a psicóloga clínica Ana Paula Carvalho Pereira Passos, professora de psicologia da PUC Minas.

Ela listou algumas dicas sobre como lidar com o assunto:

1. Não recrimine um comportamento da criança que você mesmo tem
Esta talvez seja a grande questão em relação aos palavrões: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. “É muito importante, para crianças de qualquer idade, os pais manterem a coerência”, diz Ana Paula. Ou seja, não adianta censurar seu filho se não há nenhum filtro em sua própria fala.

2. Se falou, procure se retratar, mas sem muito drama
Ok, acontece de escapar – que o digam as pernas de mesas durante os pênaltis perdidos. Quando os pais são pegos no flagra, é importante reconhecer o comportamento como algo reprovável. “O mais indicado é o pai ou a mãe admitir: falei uma palavra feia, né?’”, recomenda a professora.

3. Procure explicar que as famílias e os contextos são diferentes
Esta vale, principalmente, se você tem parentes e amigos muito “bocas-sujas”. “Ao observar o contexto da casa de um familiar, por exemplo, a criança vai percebendo: em alguns lugares, o palavrão é permitido, mas isso não significa que ela pode repeti-lo em qualquer lugar”, esclarece Ana Paula. Para os pequenos, o aprendizado é lento e ocorre por meio da repetição.

4. Busque substituições
Esta é uma boa alternativa quando os amigos ou parentes costumam falar muito palavrão: propor a substituição dos termos – ao menos os mais pesados – por outras expressões. “Atendi uma família que transformou isso numa brincadeira, criando uma algo novo para ser utilizado em momentos de frustração”, conta a psicóloga.

5. Use o momento da raiva como aprendizado
A raiva e a frustração fazem parte da vida, e crianças e adolescentes também aprendem a lidar com essas emoções ao nos verem reagindo a elas. “Quando o juiz é injusto, como nos posicionamos em relação a isso? Extravasar é muito importante, mas o mais legal é falar sobre isso, não ofender pessoas ou objetos”, diz Ana Paula.

Para além do esforço de manter a coerência e a elegância durante a Copa, os pais também pedem que nossos jogadores colaborem. “Por favor, Neymar, não caia muito, porque, senão, acabarei ficando no banquinho do pensamento devido aos meus palavrões”, apela Rafaella.

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