Como os primogênitos sobrevivem aos pais de primeira viagem?
Por mais que as mães tentem ser cuidadosa, nossa inabilidade acaba sendo revelada em momentos de distração
atualizado
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Toda mãe de primeira viagem faz burrice de vez em quando – acho que as de segunda viagem também, mas isso eu só estou descobrindo agora com um bebê de 15 dias em casa. Por mais que a gente tente ser cuidadosa, nossa inabilidade acaba sendo revelada em momentos de distração. Ou de pura estupidez, como costuma acontecer comigo.
Outro dia, por exemplo, eu e meu filho estávamos brincando naqueles módulos amarelos instalados para que as pessoas façam atividades físicas – o Ponto de Encontro Comunitário (PEC). Eu sugeri que ele segurasse firme em uma das barras para tentar movimentá-lo – já começou errado, eu sei, um aparelho de ginástica para adultos sendo usado por uma criança de dois anos. Resultado: meu filho fez o que eu disse e pimba! Acabou com o dedinho preso entre duas peças do aparelho.
Sim, eu fiz isso e depois fiquei me sentindo a maior anta do universo, com medo de ter que levá-lo ao pronto-socorro. “Pois é, moço, ele quebrou o dedinho em um aparelho de ginástica. Sim, eu estava lá. A ideia foi minha, inclusive.” E essa foi apenas uma das minhas barbeiragens.
Acontece com todo mundo
Quando Miguel tinha algo como sete ou oito meses, eu o deixei sozinho na banheira por alguns segundos, porque tinha esquecido de pegar a toalha. Pensei: “Ora, se ele já se senta sozinho em terra firme, deve ser tranquilo fazer o mesmo na banheira”. Virei as costas e ele tomou um caldinho. Foi rápido, ele nem sequer chorou, mas foi o bastante para que eu me perguntasse onde eu estava com a cabeça.
Em outro episódio, ele acordou mais tarde que o normal e ficou com aquela conversa gostosa de neném um tempão. Era domingo, eu e meu companheiro ouvíamos ele do nosso quarto e aproveitamos para curtir uma preguiça. Quando fomos buscá-lo no berço, percebemos que ele estava, praticamente, mergulhado em cocô. A quantidade era enorme, havia vazado pela fralda e pelo pijama, se espalhado pelas mãozinhas, rosto, cabelo, lençol, berço, travesseiro. O horror. E nós dois adultos, lá, de boa.
Acho que os primogênitos nascem com uma espécie de proteção extra para essas situações. Talvez eles sejam mais pacientes com os pais, mais empáticos ao fato de que nós, adultos, não sabemos muito o que fazer em boa parte das situações de maternidade/paternidade. A gente vai lá, faz e fica torcendo para que nada dê errado.
Quem aí tem histórias de barbeiragem materna para contar? Conta aí.