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Acredito no desmame gentil, mas na minha casa funcionou diferente

Em nenhuma das ocasiões, a coisa foi natural e gradual como recomendam os especialistas

atualizado

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Arquivo Pessoal
Carolina Vicentin
1 de 1 Carolina Vicentin - Foto: Arquivo Pessoal

Semana passada, escrevi sobre a minha relação bacana com a amamentação. Hoje, vou falar sobre o desmame dos meus dois filhos, fase inquieta para muitas mães, em especial as que, assim como eu, optaram por prolongar o rito para além do primeiro ano de vida do bebê.

Sempre fui pró-amamentação. Planejava dar mamá para meus filhos até que tivessem dois anos, pelo menos. Mas ambos pararam com um ano e oito meses. Foi uma feliz coincidência ou, como gosto de pensar, uma questão de justiça. No futuro, nenhum dos dois vai poder me acusar de privilegiar um ou outro.

Mas, em nenhuma das duas vezes, a coisa aconteceu de forma gradual ou natural. Sempre li que esse processo deveria ser gentil, para as crianças irem compreendendo aos poucos que o mamá acabou. Há, na internet, dezenas de textos sobre o desmame gentil e eu acredito, sinceramente: esse é um excelente caminho. Mas na minha casa funcionou diferente.

Primeiro porque, nas duas ocasiões, outros acontecimentos me levaram a agilizar o processo. E, segundo, porque nunca tive sangue frio e paciência o suficiente para conduzir um desmame noturno, algo que, certamente, aliviaria o meu cansaço e ajudaria a prolongar o mamá.

Dadas as devidas explicações – que sempre estão, por trás, a onipresente culpa materna – aí vai um resumo de como foi com os meninos.

Miguel
Eu havia descoberto a segunda gravidez, estava no primeiro trimestre, com aquele sono mortal e ainda acordando para amamentar. Comecei a ficar muito irritada e estressada. Também temia que ele não largasse o peito por si só até o nascimento do irmão. Amamentação em tandem (quando dois irmãos mamam ao mesmo tempo, um bebê e o outro mais velho) é lindo, mas eu ficava exausta só de imaginar.

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Então, aproveitei uma viagem de trabalho para tirar o peito. Na prática, quem desmamou Miguel foi meu marido, que segurou bravamente a bucha enquanto eu estava fora. Nos dias anteriores à viagem, conversei muito com meu filho, expliquei a novidade e, obviamente, morri de chorar.

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De acordo com o meu marido, a primeira noite foi o horror, com ele despertando às 3h e só voltando a dormir à tarde. A segunda, bem melhor. Na terceira, ele deitou muito rapidamente, sem choro. Eu voltei para casa no quarto dia. Miguel pediu peito uma única vez, eu disse que havia acabado, ele fez um pequeno drama e nunca mais nem lembrou do peito. Fim.

Solano
Com o caçula, a possibilidade do desmame já vinha sendo cogitada há meses. Ele acordava muito durante a madrugada, eu estava em um ritmo de trabalho mais intenso e, portanto, precisando de noites de sono. Aos poucos, fui perdendo o prazer de amamentar. Ainda que eu conseguisse controlar os horários do mamá – eles estavam bem restritos na reta final –, o processo estava me deixando irritada.

O empurrãozinho foi uma viagem que eu e meu marido decidimos fazer sozinhos e, para isso, eu precisava desmamar. Então, usamos a mesma estratégia da primeira vez. Fui para a casa da minha mãe e deixei Lourenço cuidando dos dois. Segundo ele, foi muito mais suave do que com Miguel, mas os reclames duraram mais dias.

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Quando voltei, depois de três dias, e ele ainda não havia se esquecido do mamá. Na primeira noite, ele se aninhou no meu colo e colocou a mãozinha no meu seio, ressentido, como quem diz: “Poxa, eu gostava tanto. Por que você fez isso?”. Me senti a pior mãe do mundo. Essa cena se repetiu algumas vezes, ao longo de mais ou menos umas duas semanas. Ele também pedia, verbalmente, para mamar, algo que Miguel não fez.

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Hoje, mais de um mês depois, ele parece ter “superado”. Nosso maior problema é a hora de dormir. Ainda não conseguimos consolidar um ritual de sono que substitua efetivamente o mamá. Cada dia é uma coisa: às vezes, ele se aninha no meu colo e dorme, às vezes, fica berrando na porta (que eu seguro com o corpo, sentada no chão), quando ele se cansa, deita nos meus braços. Mas também já rolou de ele deitar no chão e, assim, pegar no sono.

Vamos que vamos, uma hora, a gente acerta.

 

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