Toffoli tem desempenho supremo nas besteiras que fala
É verdade que ele leva vantagem sobre seus concorrentes, considerando as suas credenciais: não fez nada de relevante antes do STF
atualizado
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Em matéria de autoridades públicas que falam despropósitos “top de linha”, como diria um vendedor de geladeiras, o Brasil vem avançando rumo à conquista do campeonato mundial – se houvesse um campeonato mundial em que a taça seria entregue ao país cujos peixes gordos dissessem em menos tempo a maior quantidade de asneiras para o público em geral.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Antônio Dias Toffoli, tem sido um dos nossos mais valuable players nessa competição, para empregar a expressão que costuma ser utilizada na avaliação de atletas no esporte norte-americano.
É verdade que ele leva uma vantagem especial sobre boa parte dos seus concorrentes, considerando as suas credenciais: foi reprovado duas vezes no concurso para juiz de direito. Mas mesmo que se desconte essa vantagem, o desempenho do homem é sempre um show.
Ainda outro dia, como um dos seus próprios colegas observou, foi capaz de dar um voto em javanês. Agora, numa entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Toffoli dobrou a aposta. Segundo disse, a Operação Lava Jato “quebrou empresas”.
Que pena, não? Coitadas. O ministro acha que são vítimas da maldade da Justiça. Não lhe passa pela cabeça que todas elas quebraram por terem praticado o crime de corrupção numa escala inédita no mundo. Toffoli acha que quem faliu as empresas corruptas foram os juízes que as puniram de acordo com a lei. Errado. Foram seus donos ladrões.
* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.