Reforma administrativa acaba, enfim, com o exagero de benefícios
A mudança não vai resolver nenhuma dificuldade atual. Mas faz uma diferença essencial para o país em que vão viver as crianças de hoje
atualizado
Compartilhar notícia
Um número pouco comentado no noticiário geral contém dentro de si uma informação-chave para o Brasil: até o fim do governo do presidente Jair Bolsonaro, em três anos, cerca de 60 mil funcionários públicos federais devem pedir suas aposentadorias. Olhando para o futuro, a coisa fica ainda mais significativa.
Nos próximos 20 anos, até 2039, mais de 60% de todos os funcionários atuais – entre 600 mil e 700 mil pessoas, considerando-se a base de 1,2 milhão de servidores federais existentes hoje – estarão aposentados. Essa cifra é capaz de mudar um país.
É simples: se esses funcionários já forem admitidos dentro de novas regras – as que estão previstas e serão debatidas na grande reforma administrativa que o governo pretende apresentar ao Congresso –, vão sumir, muito simplesmente, as piores distorções que fazem o funcionalismo, hoje, ser um dos mais destrutivos problemas do Brasil.
Para isso será preciso, obviamente, segurar os novos concursos de admissão até que as regras mais racionais, enfim, sejam aprovadas. Está mais do que certo.
A mudança não vai resolver nenhuma dificuldade atual, é óbvio. Mas faz uma diferença essencial para o país em que vão viver as crianças e jovens de hoje.
* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.