Marco Aurélio se sente rei, mas é só Luís XV de escola de samba
Pirou? Dá vontade de dizer que sim, mas é melhor deixar quieto. O ministro, certamente, deixou de funcionar corretamente
atualizado
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O ministro Marco Aurélio Mello, como se ficou sabendo, devolveu o convite que havia recebido para participar de uma solenidade no Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina por sentir-se vítima de um ato de lesa-majestade.
Segundo o ministro, o funcionário do cerimonial que lhe enviou o convite não tinha o direito de lhe enviar o convite – por ser, justamente, um funcionário do cerimonial, posição que considera baixa demais para que o seu ocupante se dirija a um ministro do Supremo.
Quer dizer: o cidadão lhe paga o salário, a toga, o carro blindado, o pobre diabo que puxa sua cadeira a cada vez que se senta numa sessão plenária e sabe Deus o que mais, mas não pode falar com ele.
Pirou? Dá vontade de dizer que sim, mas é melhor deixar quieto – isso aí tem cara de caso clínico, e situações assim devem ser cuidadas por profissionais da psiquiatria, e não por leigos sem qualquer formação científica no assunto, como autores de notas em portais de notícias.
O ministro, de qualquer forma, é alguém que deixou de funcionar de maneira coerente. No seu próprio imaginário, toma-se por um rei de França. Na vida real, é apenas um Luís XV de escola de samba.
* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.