Maia e Toffoli transformam a FAB em empresa de táxi-aéreo
Maia levou, no total, mais de 2 mil amigos em voos pagos com dinheiro público. Já Toffoli, pagou para levar 1 mil
atualizado
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Como se chama o indivíduo que mete a mão no seu bolso e tira de lá o dinheiro que precisa para pagar mais de 200 viagens em avião privativo, levando consigo mais de 2 mil amigos? Chama-se vigarista, na melhor das hipóteses. Mas, no Brasil da política, ele não é isso – é o presidente da Câmara dos Deputados.
E um sujeito que faz a mesma coisa, só que em escala menor – mais de 80 voos e mais de 1 mil companheiros? É um vigarista menos destrutivo, do ponto de vista aritmético, e idêntico do ponto de vista moral. Nesse mesmo Brasil, ele também não é isso – é o presidente do Supremo Tribunal Federal.
Todos nós sabemos, por longa experiência, que eles são assim mesmo. No caso desses dois, pela simples contemplação dos números, parece estar havendo um comportamento que entra no terreno da aberração.
O jornalista Cláudio Humberto, do Diário do Poder, acaba de revelar as contas: só neste Ano da Graça de 2019, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) usou 229 vezes, em suas viagens, jatos da Força Aérea Brasileira (FAB), e levou junto 2.131 passageiros. O ministro Antônio Toffoli, por sua vez, fez 87 voos nesses mesmos 11 meses, carregando 1.091 pessoas.
Você pode estar achando que houve algum erro aqui, na transcrição dos números levantados por Cláudio Humberto. Não houve, infelizmente – é isso mesmo. Vamos repetir: 229 voos para Maia, 87 voos para Toffoli, o que dá uma média de 21 voos por mês para o deputado e 8 para o ministro. Que diabo quer dizer uma coisa dessas? Nem o caixeiro-viajante mais alucinado precisa viajar tanto assim. A resposta é bem simples: eles viajam porque tomam o dinheiro de você. É de graça.
Uma menção de honra ao mérito para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP): esse aí viajou só 43 vezes em jatos da FAB em 2019. Em compensação, usou a nossa Força Aérea para passear em Orlando, a capital mundial dos parques temáticos, na última Black Friday.
* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.