Juros mais baixos têm efeito essencial no bem-estar do brasileiro
Redução da taxa no patamar mais baixo desde que começou a ser computada fez governo economizar R$ 70 bi no pagamento da dívida pública
atualizado
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O público ouve falar muito em queda na taxa de juros, hoje em 4,25% ao ano, mas bem menos de um efeito essencial que isso traz para o bem-estar do Brasil. A redução dos juros, atualmente no patamar mais baixo desde que começaram a ser computados, há 24 anos, fizeram o Tesouro Nacional gastar quase R$ 70 bilhões a menos, no ano passado, no pagamento da dívida pública — mais do que todo o investimento feito pelo governo federal em 2019, que ficou abaixo de R$ 57 bilhões. Este ano, 2020, a quantia economizada deve ser de mais 120 bi — em dois anos, quase R$ 200 bilhões que iam para o bolso dos credores e agora ficam com o Estado, para aplicação em projetos ou para impedir que a dívida continue crescendo como cresce, em vista do aumento descontrolado das despesas. Faz diferença, é claro.
A queda na taxa de juros não é assunto que diz respeito só às contas públicas. Ela afeta diretamente a população, ao tornar mais barato o crédito imobiliário e os juros na compra a prazo de carros — com os efeitos que isso gera, a curto prazo, nos setores da economia ligados a essas áreas. O crédito ao consumidor ainda não sentiu, na maioria de seus aspectos, a queda da Selic? Não, não sentiu, porque não é afetado apenas pela queda da taxa oficial. Aí só um crescimento mais vigoroso do PIB vai ser o fator decisivo. É coisa mais para o longo prazo — mas não há razão para esperar que o crescimento econômico do Brasil continuará em níveis miseráveis se os juros estiverem cada vez mais baixos.
* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.