Está difícil para o cidadão comum confiar no noticiário político

Vai ficando cada vez mais difícil para o cidadão comum acreditar no noticiário político quando toda hora ele descobre que lhe dizem uma coisa e acontece outra.

Há um mês, ou algo assim, a mídia anuncia, gravemente, que os vetos do presidente da República a decisões orçamentárias do Congresso seriam “derrubados” – ou corriam riscos extremos de serem rejeitados pelos congressistas, com graves repercussões na vida nacional do Oiapoque ao Chuí.

O governo, que segundo os analistas já é fraco no Parlamento, ficaria fraquíssimo. Será que conseguiria aguentar os três anos que lhe faltam? Etc, etc, etc.

Daí, a Câmara dos Deputados vota os vetos presidenciais e acontece o quê? O placar eletrônico, ao fim da votação, mostra 398 votos a favor do governo – uma lavada tão grande que a história nem precisa mais ir para o Senado. Caso encerrado.

É duro acreditar, com esses números, que os vetos realmente correram algum risco, algum dia, de serem rejeitados.

Dia 15/03
As manifestações do dia 15, no momento incorporadas como ato contra os políticos, a favor do governo Bolsonaro e pela aprovação das reformas, certamente ajudaram na decisão. Mas o fato é que foi dado a entender ao publico que aconteceria algo que não aconteceu.

A saída para os formadores de opinião tem sido dizer que, na verdade, foi o governo que perdeu e o Congresso que ganhou, apesar dos 398 exibidos no placar.

Assim, até o Madureira
Como? Porque, mesmo aceitando os vetos, os congressistas ainda levaram uma parte das verbas que queriam. Eis aí uma ideia nova: qualquer que seja o marcador, você diz que o seu time ganhou o jogo.

Desse jeito, o Madureira ainda vai acabar campeão.